Mostrando postagens com marcador malware. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador malware. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 13 de junho de 2019

OS MELHORES ANTIVÍRUS PARA ANDROID


COMO SÃO MARAVILHOSAS AS PESSOAS QUE NÃO CONHECEMOS BEM.

O aumento exponencial dos riscos que nos espreitam na Web leva-nos a questionar se o antivírus realmente oferece proteção eficaz, e infelizmente a resposta é não. Todavia, até que surja coisa melhor, o jeito é investir num arsenal de defesa responsável, que, além do antivírus propriamente dito, ofereça um firewall e seja capaz de barrar/neutralizar ameaças como spyware, rootkit, botnet, scareware, hijacker e afins.

Li certa vez na BBC (e acho até que cheguei a republicar) que um computador conectado à Internet sem qualquer proteção pode ser infectado em menos de 10 segundos. Na pesquisa, feita com um PC rodando o Windows XP e conectado em banda larga, o primeiro código malicioso que deu as caras foi o Sasser — um dos worms que mais rapidamente se espalhavam pela Web naquela época. Uma vez infectada, a máquina baixava uma série de programas a partir de sites suspeitos e passava a buscar outras máquinas para infectar. Em questão de minutos, 100% da capacidade de processamento da CPU era utilizada em tarefas relacionadas com algum tipo de malware.

Segurança absoluta é Conto da Carochinha, mas a insegurança aumenta significativamente quando não investimos em proteção. John McAfee, criador de um dos primeiros antivírus comerciais e fundador da empresa de segurança homônima, diz que essas ferramentas se baseiam numa tecnologia ultrapassada, que as soluções desenvolvidas pelos crackers para burlar a proteção são bem mais criativas e avançadas, e que, se e quando precisa acessar a Internet a partir de um smartphone, compra um aparelho (da Samsung), e troca por um novo quando volta a precisar.

John McAfee é um doido de pedra. Mas um doido de pedra que foi programador da NASA. É certo que ele foi demitido porque dormia sobre a mesa, depois de passar as manhã enchendo o rabo de uísque e cheirando intermináveis carreiras de cocaína. Que foi expulso da Northeast Louisiana State University por transar com uma de suas alunas, e da Univac de Bristol, no Tennessee, por vender maconha. Mas também é certo que, em 1986, quando soube que dois paquistaneses haviam criado aquilo que poderia ser considerado o primeiro vírus de computador, ele fundou a McAfee Associates, pensando, inicialmente, em desenvolver ferramentas antivírus e distribuí-las gratuitamente, mas o sucesso foi tamanho que, em 1991, todas as maiores empresas dos EUA usavam seu programa — pelo qual já era cobrada uma pequena taxa de licenciamento, que lhe rendia US$ 5 milhões por ano (para saber mais sobre a história do antivírus, siga este link). Detalhe: Em 2011, sua empresa foi vendida para a gigante Intel pela bagatela de US$ 7,7 bilhões.

Observação: Um estudo da FireEye dá conta de que 82% dos malwares desaparecem por completo depois de uma hora. Em média, 70% só existem uma vez. Assim, os gigantescos bancos de dados dos fabricantes dos antivírus são cemitérios de malwares que jamais afetarão os usuários. Daí a popularização da heurística na detecção de softwares mal-intencionados, que permite identificá-los a partir de seu comportamento, mas que, em contrapartida, consomem muitos recursos e apresentam resultados difíceis de interpretar.

Desde as mais priscas eras que o Windows é tido e havido como um sistema menos seguro do que o as distribuições Linux e o MacOS (que não são imunes ao malware, que isso fique bem claro). Mas a razão disso não tem a ver com qualidade, e sim com popularidade. O sistema da Microsoft abocanha quase 80% do seu segmento de mercado, ao passo que o OS X, da Apple, fica com 14% e as distribuições Linux, com 1,63%. Se você fosse um “programador do mal””, para qual deles direcionaria seus códigos maliciosos? Pois é. E a história se repete no âmbito dos dispositivos móveis, onde o Android lidera com 75% da preferência dos usuários de smartphones e tablets, contra 23% do iOS (dados da Statcounter Global Stats referentes a abril de 2019).  

Em números absolutos, existem bem menos pragas para dispositivos ultraportáteis do que para desktops e notebooks, em parte porque os celulares só se toraram “inteligentes” em 2007, quando Steve Jobs lançou o iPhone. Mas isso tende a mudar, considerando que mesmo numa republiqueta de bananas como a nossa — que no mês passado perdeu o posto de 7.ª economia do mundo para a Indonésia — há 220 milhões de celulares para uma população estimada em 207,6 milhões de habitantes.  

Engana-se quem acha que não é preciso se preocupar com a segurança digital de smartphones, sobretudo se o sistema for o Android, que é visado pela bandidagem não só devido a sua popularidade, mas também por ser um software livre, de código aberto. É fato que, ao longo do tempo, os antivírus se tornaram volumosos e lentos, sobretudo quando passaram a oferecer funções extras que nada têm a ver com a proteção antimalware. Por outro lado, volto a frisar que, enquanto não inventarem coisa melhor, o jeito é escolher uma boa ferramenta de proteção e usar e abusar do bom senso ao navegar na Web. 

Felizmente, não faltam opções, e as suítes gratuitas cumprem seu papel, embora exibam toneladas de propaganda (quando você não paga por um produto, é porque o produto é você). Para quem não leva um escorpião na carteira, a boa notícia é que os pacotes de segurança pagos custam bem menos para o Android do que para o Windows PCs, e mesmo as versões gratuitas vêm recheadas de recursos que vão além da pura e simples proteção contra o malware. Na avaliação feita pela AV-Test, o Sophos Mobile Security foi a que se saiu melhor na detecção de pragas em tempo real, além de oferecer recursos antirroubo, bloqueador de chamadas, navegação segura e outros mimos. Para detalhes da avaliação, clique aqui; para download diretamente do Google Play Store, clique aqui.

Kaspersky Lab também se saiu bem na detecção de pragas e oferece conjunto de recursos robusto, com bloqueio, limpeza e localização remotos do aparelho (úteis no caso de perda ou roubo), bloqueio de chamadas, filtragem de mensagens e navegação segura/proteção anti-phishing. Igualmente bem avaliado, o McAfee Mobile Security detectou malwares descobertos nas últimas quatro semanas (contadas a partir da data em que o teste foi realizado) em 100% das vezes e se saiu muito bem em relação à usabilidade. Dentre outros acréscimos interessantes, ele conta com ferramentas antifurto, bloqueio de chamadas, navegação segura com proteção contra phishing, otimizador de bateria, verificação de privacidade, bloqueio de aplicativos e a capacidade de salvar dados pessoais num cartão SD ou na nuvem. O ponto negativo, por assim dizer, é que ele não suporta todos os tipos de criptografia.

Para saber como se saíram os demais apps testados pela AV-Test, clique aqui.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

O PERIGO DOS SUPORTES TÉCNICOS FALSOS — CONCLUSÃO


SÓ UM IDIOTA SAI DE BARCO SE NÃO SABE NADAR. 

Vimos que a Internet não foi a responsável pelo surgimento das pragas digitais, embora tenha contribuído — e muito — para sua disseminação.

Como a infecção se dá de diversas maneiras, conforme a criatividade do cibervigarista de plantão e as ferramentas que ele tem à disposição, basta um segundo de desatenção para ser pego no contrapé. Ah, mas eu tenho um antivírus, dirá você. Ótimo, direi eu. O problema, ou parte dele, é que nenhum aplicativo de segurança é 100% eficiente. E a outra parte é que ainda não inventaram nada melhor.

Mesmo em tempos de inteligência artificial, nenhum software é “idiot-proof” a ponto de proteger o usuário de si mesmo. Se sua suíte de segurança o alerta para um arquivo suspeito e você simplesmente ignora o aviso e executa o arquivo, não pode reclamar se for infectado ou logrado (ou quando for, pois será apenas uma questão de tempo). A situação é ainda pior para quem usa computadores públicos (o que se tornou incomum mercê a popularização do smartphone) ou redes Wi-Fi de terceiros (o que é comum para poupar a franquia de dados 3G/4G) para se logar em sites, fazer compras online, transações via net banking etc.

Como eu disse no post de abertura, a criatividade dos cibercriminosos parece não ter limites, e a bandidagem está sempre um passo adiante — para ficar num exemplo simplista, digamos que nenhum fabricante de antivírus cria uma vacina para uma praga cuja existência ele desconhece. O fato é que ninguém está seguro no ambiente virtual — e nem no mundo físico, mas isso já é outra conversa. Pesquisando o Blog a partir de termos-chave como vírus, antivírus, spyware, phishing, segurança digital etc., você localiza centenas de postagens sobre ameaças digitais e dicas para se precaver delas.

Segundo a empresa russa Kaspersky — que oferece soluções e serviços de segurança e atende mais de 400 milhões de usuários em todo o mundo —, os ataques podem ser de diversos tipos e níveis de complexidade, do phishing aleatório a esquemas altamente sofisticados. Nos últimos anos, uma das fraudes online mais comuns tem sido o suporte técnico falso, cujos links, acompanhados de ótimos comentários, são encontrados tanto em fóruns dedicados a um assunto específico quanto em redes sociais, onde é possível, inclusive, deparar com inúmeros perfis falsos de suporte da Kaspersky Lab.

Todos esses perfis se propõem a dar assistência para qualquer assunto relacionado aos produtos da empresa e afirmam contar com uma equipe de suporte especialmente treinada e altamente qualificada, pronta para lidar com um sem-número de problemas dos usuários — mediante, obviamente, o pagamento de determinada importância. Em alguns casos, a página falsa reproduz fielmente a aparência da verdadeira, e convida o internauta a fazer uma varredura online em busca de vírus e outras ameaças (procedimento análogo é usado por uma porção de cibervigaristas; o que varia é o nome da empresa e o layout da página que eles buscam emular).

Via de regra, informa a Kaspersky, essa varredura é interrompida antes de ser completada, e o usuário é orientado a inserir o código de ativação do seu produto da Kaspersky Lab e, em seguida, a entrar em contato por telefone para “atualizar sua segurança”, e aí a maracutaia se completa. A Kaspersky informa que não é possível banir todas essas páginas, e que, enquanto golpes como esse forem lucrativas, outras páginas falsas de suporte técnico continuarão surgindo. Ao final, ela dá algumas dicas simples para ajudar a evitar esses “profissionais de suporte”:

— Se surgirem problemas com um produto, utilize apenas os serviços de suporte oficiais. Apenas através deles será possível obter ajuda especializada e respostas às suas dúvidas.

— Nas redes sociais, confira sempre se os perfis são oficiais (procure pelo selo azul ao lado do nome da empresa para essa verificação).

— Caso receba uma recomendação de um site de suporte — ou tenha encontrado um online —, desconfie e investigue; às vezes, basta pesquisar o nome da página no Google para confirmar que se trata de engodo.

— Convém também verificar em nome de quem o endereço do site está registrado. Se a informação apontar para uma entidade desconhecida, a página provavelmente é falsa.

A Kaspersky Lab informa ainda que todos os seus produtos oferecem proteção integrada contra páginas potencialmente perigosas, incluindo os sites falsos de suporte técnicos que empresa conseguiu descobrir.

Barbas de molho, pessoal.

terça-feira, 11 de junho de 2019

O PERIGO DOS SUPORTES TÉCNICOS FALSOS


DEPOIS QUE SE ELIMINA O IMPOSSÍVEL, O QUE RESTA, POR MAIS IMPROVÁVEL QUE PAREÇA, DEVE SER A VERDADE.

No âmbito da segurança digital, a popularização do acesso doméstico à Internet foi um divisor de águas: antes, usar um PC era como fazer um passeio no parque; depois, passou a ser como participar de um safári nas savanas africanas.

Não que o vírus de computador tenha surgido com a Internet, longe disso. Registros (teóricos) de programas capazes de se autorreplicar (não necessariamente maliciosos) remontam aos anos 1950, três décadas antes de os PCs começarem a se popularizar e quatro antes de a Web despertar o interesse dos usuários domésticos.

O termo “vírus” passou a designar códigos maliciosos — devido a semelhanças com o correspondente biológico — depois que Fred Cohen respaldou sua tese de doutorado no estudo de pragas eletrônicas criadas experimentalmente (para saber mais, acesse minha sequência de postagens Antivírus - A História). Num primeiro momento, eles se limitavam a pregar sustos nos incautos, mas logo passaram a destruir arquivos do sistema. Sua disseminação, que inicialmente se dava através de cópias piratas de joguinhos em disquete, ganhou velocidade com as redes de computadores (domésticas e corporativas) e, mais adiante, com a Internet, notadamente depois que o acesso em banda larga foi se popularizando entre os internautas domésticos. Assim, as pragas digitais, que até então avançavam a passo de tartaruga, começaram a atacar como nuvens de gafanhotos. Para se ter uma ideia, o I Love You, criado no ano 2000 (quando a rede dial-up ainda era a modalidade mais usada de conexão com a Internet), levou poucas horas para infectar cerca de três milhões de máquinas nos EUA e Europa, causando um prejuízo estimado em US$ 8,7 bilhões.

Em 1988, o indonésio Denny Yanuar Ramdhani desenvolveu um programa capaz de imunizar sistemas contra o vírus de bootBrain”, criado dois anos antes por um paquistanês. Naquele mesmo ano, a IBM lançou o primeiro “antivírus comercial”, e foi rapidamente seguida pela Symantec, McAfee e outras empresas que anteviram o filão que a segurança digital descortinava. Com exceção do Chernobyl — que sobrescrevia os dados do BIOS —, os vírus agiam somente no âmbito do software, e bastava reinstalar o Windows para o computador voltar a funcionar normalmente. Mas isso não evitava a indefectível perda de arquivos pessoais, já que quase ninguém se dava ao trabalho de fazer backups, nem tampouco o “prejuízo no bolso”, já que a maioria dos usuários recorria a uma assistência técnica ou a seu Computer Guy de confiança para reinstalar o sistema.

Quando se deram conta do valor inestimável de suas obras na prática do cibercrime, os "programadores do mal" deixaram de focar a pura e simples destruição de arquivos para se dedicar ao estelionato digital. Com a ajuda da engenharia social, cibervigaristas exploram a boa-fé, a ingenuidade, a curiosidade — e por vezes a ganância — das vítimas potenciais, levando-as a rodar executáveis mal intencionados ou clicar em links que desaguam em páginas falsas de bancos, da Receita Federal, da Justiça Eleitoral — para citar alguns exemplos comuns, pois a criatividade dessa caterva não tem limites.

Segurança absoluta é História da Carochinha, mas é possível reduzir os riscos adotando algumas providências simples, mas eficazes, que eu já elenquei numa miríade de postagens. Em suma, se você mantiver o software do computador atualizado (tanto o sistema quanto os aplicativos), instalar uma suíte de segurança responsável e cultivar hábitos de navegação saudáveis, estará relativamente seguro.

Observação: Pode parecer paranoia desconfiar de um arquivo ou link enviado via email ou mensagem instantânea por um amigo ou colega de trabalho, por exemplo. Mas seguro morreu de velho, e o segredo do sucesso é jamais deixar a mão esquerda saber o que a direita está fazendo. Em outras palavras, num ambiente hostil como o da Web, não se pode confiar em nada nem ninguém (para saber mais, digite “segurança digital” no campo de buscas do Blog, clicar na pequena lupa e escarafunche a lista de postagens sugeridas pela ferramenta).

E o que isso tudo tem a ver com o suporte técnico, objeto do título desta postagem? Nada. Ou tudo, dependendo do ângulo que se mira o alvo. Para não estender ainda mais este texto, vamos discutir essa questão na próxima postagem.