terça-feira, 8 de maio de 2007

Chips dual core

O advento de novas tecnologias (combinado com a estabilidade econômica, cambial e outros fatores que agora não vêm ao caso) vem propiciando uma sensível queda no preço dos PCs de grife (haja vista a profusão de ofertas com que fabricantes e lojistas vêm bombardeando o consumidor através da mídia impressa, televisiva e eletrônica).
Por conta disso, o momento me parece bastante adequado para quem tenciona substituir seu velho PC por algo mais compatível com a realidade atual: devido ao lançamento e à rápida popularização das CPUs de múltiplos núcleos, máquinas baseadas em chips Pentium 4 de 3 ou mais GHz, que há poucos meses seriam consideradas de "topo de linha", vêm se tornando cada vez mais acessíveis.
Tudo isso já foi comentado anteriormente; o propósito desta postagem é ir um pouco mais além e abordar, ainda que de forma elementar, as vantagens (e desvantagens) de um processador de dois ou mais núcleos. Então, trocando em miúdos, temos que o multi-processamento é uma idéia antiga - afinal, diz um velho ditado que "duas cabeças pensam melhor do que uma" -, mas a criação de chips com múltiplos núcleos reflete a dificuldade de se aumentar ainda mais a velocidade do processador sem implementar rebuscados (e caros) artifícios para controlar o superaquecimento.
Em vista disso, a Intel cancelou o lançamento do Pentium 4 de 4 GHz (“Prescott”) e partiu para a linha Pentium D - e, mais adiante, para o Core2Duo. Em linhas gerais, essa solução consiste em obter mais poder de processamento sem elevar a freqüência de operação, investindo na distribuição das tarefas por dois núcleos encapsulados numa mesma pastilha de silício.
Chips com dois ou mais núcleos (porque os quad-core não tardam a chegar) apresentam algumas diferenças em relação aos da tecnologia anterior, sendo a primeira delas nominal: a indicação de velocidade baseada em GHz deixa de fazer sentido, porque os dois núcleos operam geralmente na mesma velocidade - mas seu trabalho conjunto, combinado com o cache compartilhado, os torna mais eficientes (enquanto um núcleo grava um CD, por exemplo, o outro pode rodar um game, com comunicação total entre eles). Isso sem mencionar que o ganho não se limita apenas ao processamento: a interação entre os núcleos consome menos energia, diminui a quantidade de calor dissipado e abre um leque de soluções para os problemas que impediam o avanço dos microprocessadores.
Tudo indica que esse tipo de CPU deverá integrar a maioria dos desktops e servidores a serem fabricados ao longo dos próximos anos (a despeito do alto preço que os usuários terão de desembolsar para usufruir, no curto prazo, de uma tecnologia ainda em desenvolvimento). E como deverá se tornar padrão (tanto para Intel quanto para AMD), essa inovação acabará forçando os fabricantes a queimar seus estoques de chips convencionais, visando preparar o mercado para a popularização das novas linhas Core 2 Duo e Athlon X2.
Vale lembrar que o pleno aproveitamento do poder de fogo dos chips de múltiplos núcleos requer adequações em nível de software - a menos que os sistemas e aplicativos sejam reescritos, os benefícios não são tão representativos assim.
Então, se você ainda reluta em trocar seu Pentium III ou Athlon velho de guerra, fique tranqüilo: um PC novinho em folha, ainda que com um processador de "penúltima geração", se bem configurado (fartamente abastecido de RAM e com um HD espaçoso, preferencialmente do padrão Sata), pode oferecer uma excelente relação custo x benefício.
Abraços a todos e até a próxima.