NÃO DEIXE PARA AMANHÃ A MACARRONADA QUE VOCÊ PODE COMER HOJE.
Churrasco é tudo de bom, mas macarronada e almoço de domingo ornam tão bem como pizza e jantar de sexta-feira.
Pizzas podem ter as mais diversas coberturas, mas o que define a macarronada é o formato da massa e o molho.
A receita de hoje requer poucos ingredientes. Para servir duas pessoas, você vai precisar de:
— 150 g de massa;
— 2 limões-sicilianos grandes;
— 75 g de manteiga;
— Folhas frescas de manjericão e de limoeiro;
— Sal e pimenta a gosto.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
No final de 2022, o Brasil flertou com o abismo da ruptura institucional. A maioria do eleitorado se negou a fornecer um novo mandato ao grotesco, e paisanos e fardados que se supunham inatingíveis roçam as grades, mas o golpismo bolsonarista e a cleptocracia nutrida com as verbas federais das emendas ora se unem ostensivamente para recolocar a história na contramão.
A psicanálise ensina que é difícil curar as neuroses de quem deseja o mal que o aflige — como demonstram as eleições presidenciais de 1998 para cá. E como se não bastasse termos de votar num lunático despirocado para impedir a vitória de um bonifrate de presidiário — e depois votar no ex-presidiário para evitar mais quatro anos (ou sabe-se lá quantos) sob a égide do lunático despirocado —, vemos Eduardo Bolsonaro, cavalgando o mandato de deputado federal como um patriota do avesso, cobrar da Casa Branca novas sanções para livrar seu papai da cadeia, e o "mito", com a pose de vítima envernizada pela chantagem tarifária, reiterar que não houve tentativa de golpe — embora venha movendo mundos e fundos em prol de uma improvável anistia.
A minoria que não sucumbiu à polarização sabe que Lula não é a alma viva mais honesta do Brasil e que sua autoproclamada absolvição não passa de cantilena para dormitar bovinos. Alguns fazem uma boa ideia do que o país poderia ter se tornado se o golpe tivesse prosperado — uma nação desatinada para a qual nem as piores violências do passado pós-64 haviam preparado a sociedade e da qual nada a redimiria.
À medida que se aproximam as sentenças, tenta-se criar um Brasil alternativo tão inimaginável quanto o da fantasia do golpe jamais tentado, onde se aceita a tese esdrúxula de que tudo não passou de um debate inocente sobre alternativas constitucionais para evitar a volta do bicho-papão do "comunismo". Até governadores com pretensões presidenciais decidiram atuar como coadjuvantes nessa ficção que, por inverossímil, nenhum autor de novela assinaria.
Vitaminados pelo oportunismo da banda larápia do Congresso, os golpistas rejeitam a ideia de aceitar a soberania popular e a honestidade como valores civilizatórios, e assim testam a resistência do próprio regime democrático. Nenhuma outra democracia do mundo oferece tantas opções ideológicas como as que existem por aqui. Há espaço para quase tudo, exceto para golpistas camuflados de patriotas.
O preparo é simples:
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Enquanto ferve água salata come il mare para cozinhar o macarrão al dente (mais detalhes nesta postagem), lave os limões, raspe a parte amarela da casca (evite a parte branca, para não amargar), esprema e coe o sumo.
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Lave as folhas de limão em água fria, seque com papel-toalha, leve-as ao micro-ondas por 30 segundos na potência máxima e triture com os dedos (ou use as costas de uma colher para passá-las por uma peneira até obter um pó aromático).
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Derreta 2/3 da manteiga em fogo baixo, adicione as raspas de limão e uma pequena concha da água do cozimento da massa; deixe cozinhar por cerca de 1 minuto e retire as raspas com uma escumadeira.
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Escorra a massa, transfira para a panela do molho, junte o sumo e as raspas dos limões, os 25 g de manteiga restantes, acrescente uma concha da água do cozimento e mexa delicadamente, até formar um molho cremoso que envolva completamente a massa. Sirva em seguida, em pratos individuais.
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Finalize com o pó de folha de limão, as folhas de manjericão picadas e um fiozinho de azeite extravirgem. Para um toque ainda mais elegante, polvilhe pimenta-do-reino moída na hora e decore com raspas extras de limão-siciliano