segunda-feira, 13 de agosto de 2007

De volta aos NOTEBOOKS

Ter um computador portátil sempre foi o sonho de consumo de nove entre dez usuários de PCs, mas - pelo menos até algum tempo atrás - poucos privilegiados tinham cacife para torná-lo realidade. Hoje, com o preço dos notebooks - ou laptops, tanto faz - "descendo a ladeira" (redução de 50% nos últimos 18 meses), muita gente está se livrando daquela incomodativa "macarronada" de fios e usufruindo da comodidade que esses aparelhos oferecem. E não é para menos: embora um portátil custe duas vezes mais (em média) que um PC convencional de configuração semelhante, com R$ 1,8 mil já se pode levar para casa um modelo de entrada de linha (bem "basiquinho", porque os de "topo de linha" passam fácil dos R$ 10 mil).
Mas escolher um computador - portátil ou de mesa - não é tão simples quanto parece. Se dinheiro não for problema, o melhor é comprar o modelo mais completo e avançado que você encontrar. Não sendo esse o caso, então é preciso conciliar, na medida do possível, as características da máquina com seu perfil de usuário.
No âmbito específico dos portáteis, além da configuração convencional (poder de processamento, quantidade de memória, espaço em disco etc.), é preciso definir ainda se a máquina irá servir como substituta do computador de mesa ou se será transportada pelo usuário para todo canto.
Quem viaja com freqüência e precisa (ou deseja) levar a note a tiracolo deve dar preferência a um modelo leve e de dimensões reduzidas (mais fácil de transportar) e, nesse caso, aspectos como conectividade (para facilitar o uso em HotSpots) e autonomia (para não ficar na mão em trânsito, quando não houver uma tomada onde plugar o carregador) são muito importantes. Já se a idéia for apenas substituir o desktop, a autonomia não terá grande relevância, visto que a máquina funcionará conectada à tomada durante a maior parte do tempo.
Note que a perspectiva de carregar seu note por toda parte pode perder um pouco do encanto incial ao ser colocada em prática: por mais leve e esguio que ele seja, a ausência de uma alça ou outra peça que permita uma "pegada" mais firme torna o transporte incômodo, principalmente em trajetos curtos (como do quarto para a sala, por exemplo, quando ninguém desliga a máquina e a acondiciona na maleta). Além disso, o constante "leva-e-traz" aumenta o risco de impactos, quedas, exposição a calor excessivo (se deixado dentro do carro, por exemplo), umidade, poeira e diversas outras condições adversas (inclusive a cobiça dos amigos do alheio).
Levar o portátil à praia, nem pensar; usá-lo na cama sobre uma colcha fofa ou felpuda pode comprometer a ventilação e acarretar superaquecimento. Lembre-se também de que o monitor costuma ser tão sensível quanto seu preço é elevado, e o HD não aceita maus tratos, muito embora alguns fabricantes incluam dispositivos destinados a prevenir danos decorrentes de vibrações e impactos. Tradicionalmente, os notebooks são mais frágeis e difíceis de manter e consertar que os PCs de mesa. Seu hardware é basicamente o mesmo (tecnicamente, as diferenças ficam por por conta da miniaturização dos componentes, para solucionar problemas de espaço e de consumo de energia), mas, devido à arquitetura fechada, uma eventual substituição de peças pode ser cara e complicada, quando não inviável do ponto de vista econômico ou impossível do ponto de vista técnico.
No que diz respeito ao upgrade, a coisa é ainda pior (por upgrade, entenda-se a expansão ou o acréscimo de novos recursos mediante a substituição de componentes de hardware originiais por outros de versão mais moderna e avançada). Algumas marcas e modelos oferecem relativa liberdade para módulos de memória e disco rígido, por exemplo, mas o mesmo não se verifica em relação a dispositivos de áudio, vídeo, placa-mãe e monitor. E a substituição do processador, ainda que possível em tese, geralmente fica restrita a modelos da mesma família e com barramento compatível - o que, na prática, não é grande coisa.
Claro que ninguém compra um portátil pensando em upgrades imediatos, mas é bom não esquecer que o aparelho estará desatualizado ao cabo de poucos meses - por conta da constante evolução tecnológica. E, acredite: nessa hora você vai sentir saudades do seu velho desktop. Palavra de quem teve três notebooks num período de quatro anos - e amargou desvalorizações de mais de 50% a cada troca. Apenas para citar um exemplo, meu Toshiba Sattelite custou cerca de R$ 6 mil em 2005, mas rendeu pouco mais de R$ 2 mil quando eu o vendi, após apenas quinze meses de uso.
Amanhã a gente volta ao assunto com algumas dicas para escolher um portátil.
Abraços e até lá.