Depois de definir a aplicação do portátil, é preciso escolher um modelo com as características (tamanho, peso, dimensões da tela, autonomia da bateria, layout do teclado e recursos extras - Bluetooth e conexão com redes wireless, por exemplo) que melhor satisfaçam seus propósitos, e nem é preciso dizer que esses "detalhes" alteram sensivelmente no preço final do produto.
Para facilitar, confira algumas dicas:
Com relação à configuração de hardware, muitos portáteis atuais já integram processadores de núcleos múltiplos (como os Core 2 Duo, da Intel, e o Athlon Turion 64 X2, da AMD) e apresentam desempenho consideravelmente superior ao de máquinas com chips convencionais - particularmente em aplicações multitarefa. Se no seu caso específico o preço tiver preponderância sobre a performance, procure modelos equipados com processadores Intel Celeron M, por exemplo (com freqüência de operação igual ou superior a 1.5 GHz); eles custam mais barato e oferecem performance satisfatória para a maioria dos usuários domésticos comuns.
No que diz respeito à memória RAM, notes atuais de boa estirpe costumam trazer 512 MB, embora as versões mais caras contem com 1 GB (ou mais). Não custa lembrar que fartura de RAM permite prolongar a vida útil do equipamento (como o upgrade, no caso dos portáteis, custa bem mais do que nos PCs convencionais, não vale a pena economizar nesse quesito).
Quanto ao subsistema de vídeo, escolha um modelo equipado com aceleradora gráfica (3D) de 64 ou 128 MB de memória dedicada (como a GeForce Go 7900 GTX, por exemplo, que pode alcançar até 512 MB dedicados). Mas, a não ser que você seja um gamer entusiasta, convém não exagerar, porque recursos gráficos sofisticados fazem o preço do portátil subir feito rojão.
Partindo da premissa de que espaço nunca é demais, os HDs dos portáteis vêm aumentando de capacidade. Modelos de entrada de linha já trazem discos de 60 GB (até algum tempo atrás, o padrão era 40 ou mesmo 20 GB). Já os mais caros vêm com HDs padrão SATA de 100 ou 120 GB. Escolha o que for mais adequado às suas necessidades e possibilidades, lembrando sempre que discos maiores são geralmente mais rápidos e favorecem o desempenho global do computador.
Quanto aos drives ópticos, exija no mínimo um combo (dublê de gravador de CDs e leitor de DVDs). Muitos modelos comercializados (formalmente) no Brasil aindam não oferecem gravadores de DVD - e, quando o fazem, o preço sobe assustadoramente, mas talvez o investimento compense, até porque dará uma sobrevida maior ao seu portátil. E por falar em drives, está difícil encontrar portáteis com unidade de disquete (claro que você pode recorrer a um acionador externo conectado via USB, mas, como no caso do mouse, será mais despesa e estorvo adicionais).
O tamanho das telas dos notes varia entre 12,1 e 20 polegadas (quanto maior a tela, mais caro - e pesado - será o computador). Escolha o que lhe parecer mais adequado, lembrando que a resolução suportada não deve ficar abaixo de 1.024 x 768 pixels. Existem alguns modelos de preço acessível com telas wide screen (que facilita sobremaneira a visualização de planilhas e filmes).
Ainda que você acabe se acostumando a qualquer teclado, convém escolher um note com layout adequado ao nosso idioma (com acentos e a tecla "ç"). Modelos diminutos podem sacrificar o tamanho do teclado em prol da portabilidade, o que resulta em menor espaço entre as teclas e maior probabilidade de erros de digitação. Ainda na loja, experimente digitar alguma coisa para ver se o teclado não se tornará um calvário no seu dia-a-dia. Aliás, experimente também o dispositivo apontador padrão da máquina - trackpoint ou touchpad - e veja se ele realmente atende suas necessidades. Se você não se acostumar com essas "novidades", sempre poderá adquirir um mouse do tipo convencional (existem versões miniaturiadas, com ou sem fio), mas isso implicará em despesa extra e em ter um trambolho a mais para transportar.
Mesmo que a idéia seja usar o note apenas como substituto do computador de mesa - situação na qual ele ficará ligado à tomada durante a maior parte do tempo - atente para a autonomia declarada pelo fabricante. Configurações mais robustas tendem a consumir mais carga - e o mesmo vale para aplicações mais exigentes (durante a gravação ou reprodução de um filme em DVD, por exemplo, a bateria é bem mais exigida do que quando o usuário simplesmente navega na Web ou elabora um documento de texto).
No que concerne à conectividade, geralmente haverá portas USB 2.0 (podem ser duas, quatro ou seis) e uma paralela - embora as impressoras modernas sejam do padrão USB. Interfaces PS/2 (para teclado e mouse externos) e infravermelhas são raridade, mas alguns portáteis incluem entradas para cartões de memória flash e leitores ExpressCard, porta FireWire (para ligar um drive externo ou uma filmadora, por exemplo) e saída DVI (para plugar um moniotr LCD externo). A interface FastEthernet, para redes, é padrão. Certos modelos oferecem comunicação por Bluetooth, e os que integram processador de dois núcleos, WiFi padrão 802.11a/b/g. Note que esses quesitos não são os principais responsáveis pelo preço final mais elevado, mas apenas os modelos completos costumam oferecê-los em maior número (quanto mais, melhor).
Resumo da ópera: portáteis completos são grandes, pesados e caros (modelos destinados a substituir PCs de mesa chegam a pesar mais de 6 quilos, o que pode ser um problema quando você precisar carregar a maleta com a máquina e os demais acessórios). Por outro lado, modelos "ultraportáteis" pesam menos de 1,5 kg, mas são igualmente caros, e os fabricantes só conseguem esse resultado "enxuto" suprimindo a maior parte dos drives - que o usuário acaba tendo de comprar separadamente e conectar externamente.
O jeito é optar por configurações intermediárias, que apresentam bom equilíbrio entre desempenho, peso e preço. Antes de bater o martelo, torne a cotejar os recursos da máquina à luz do uso que você fará dela: para elaboração de documentos de texto, processamento de planilhas de cálculos, navegação na Web e correio eletrônico, um Dual Core com tela de 14,1 polegadas, 512 MB de RAM e 80 GB de disco estará de bom tamanho.
Quanto mais memória seu note tiver, mais aplicações ele poderá rodar simultaneamente sem sacrificar o desempenho. Embora seja possível fazer um upgrade posterior de memória (como também do disco rígido), isso costuma ser caro e complicado, de modo que é melhor comprar "logo de cara" um modelo com a maior quantidade de memória que seu bolso permitir (menos de 512 MB, nem pensar; se puder, escolha um com 1 GB de RAM). E a não ser que você pretenda armazenar um grande número de arquivos multimídia (vídeos, imagem, som), um HD de 80 GB será suficiente. Em vez de investir num disco de maior capacidade, quem sabe não seja mais interessante trocar o combo ou o gravador de CD por um drive óptico por um que permita gravar DVDs.
Bom dia a todos e até a próxima.