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Outro tema que me parece conveniente revisitar é a pirataria de software - problema que nos afeta a todos, embora de maneiras diferentes. Enquanto os desenvolvedores e revendedores vêem seus lucros reduzidos, os usuários finais, além de pagar mais caro pelos programas, sentem-se idiotas ao desembolsar quase R$ 1 mil por uma licença do Vista, por exemplo, e saber que o vizinho pagou 10 contos pelo "mesmo produto" na barraquinha da esquina.
O principal argumento dos consumidores é o alto preço cobrado pelas cópias seladas, mas não nos faltam opções gratuitas e bastante satisfatórias para substituir inúmeros aplicativos caros. Quem não quer - ou não pode - pagar por uma licença do MS Word, por exemplo, não está obrigado a prescindir de um processador de textos; há uma porção de freewares que fazem basicamente a mesma coisa. E o mesmo vale para aplicativos de segurança, programas para manipular fotos, vídeos, músicas, e até para sistemas operacionais - como é o caso das diversas distribuições Linux, notadamente os excelentes Kurumim e Ubuntu. Ademais, se você não tem dinheiro para comprar um carro e nem por isso rouba um, acho que o mesmo raciocínio se aplica a sistemas e programas.
Nos primórdios da computação pessoal, o software era distribuídos livremente, mas havia então poucos computadores, e seu valor real estava no hardware. Com a popularização dos PCs e o crescimento da indústria de TI, a coisa mudou de figura; os programas passaram a ser comercializados separadamente, e os desenvolvedores, a buscar mecanismos para proteger o que se convencionou chamar de "propriedade intelectual".
Quem usa programas piratas deve estar ciente das implicações dessa prática - sem querer levantar aqui a bandeira do falso moralismo, até porque o que cada um faz ou deixa de fazer é uma questão pessoal e de foro íntimo, a pirataria é crime previsto em lei, e quem a pratica está sujeito a sanções pecuniárias e/ou privativas de liberdade.
Mas não é só o aspecto legal ou moral que deve ser levado em conta: para os crackers, não há maneira melhor de fisgar incautos do que acenando com vantagens "irrecusáveis". E se devemos tomar cuidado com os freewares - porque muitos estão infestados de spywares ou outros códigos maliciosos -, como não desconfiar quando caros softwares comerciais nos são oferecidos de mão beijada? Vamos acordar, pessoal!