quarta-feira, 18 de março de 2009

Dicas para melhorar o desempenho do PC

Dias atrás, recebi um e-mail pedindo-me que opinasse sobre algumas dicas para “deixar o computador mais rápido”, e a despeito de já ter respondido diretamente ao leitor, achei por bem transcrever aqui minhas considerações, já que o assunto pode interessar a outros visitantes.

1. Fazer overclocking.
Fazer overclocking significa forçar um dispositivo (normalmente o processador, mas pode ser feito também em algumas placas de vídeo, como vermos numa das próximas postagens) a operar numa freqüência superior àquela determinada pelo fabricante, visando melhorar seu desempenho. Via de regra, deve-se acessar o CMOS Setup (pressionando repetidamente a tecla Delete ou F1, conforme o BIOS) e modificar as configurações do multiplicador de clock e ou/o BUS frontal - na segunda hipótese, todo o sistema é beneficiado pelo aumento da freqüência.

Observação: Vale lembrar que o overclocking é um prática controversa, já que, dentre outros efeitos negativos, pode reduzir a vida útil dos componentes. Todavia, eu obtive excelentes resultados com um (hoje jurássico) Celeron 600 MHz, cuja freqüência elevei para “inacreditáveis” 933 MHz (o desempenho melhorou sensivelmente e o computador funcionou durante vários anos sem problema algum). Por outro lado, nem todas as marcas e modelos de processadores e placas-mãe permitem manipular diretamente essas configurações, e ainda que isso possa ser contornado por alguns programinhas (que realizam os ajustes dentro do Windows), não se deve ir com muita sede ao pote: uma reconfiguração radical pode inviabilizar a inicialização do sistema ou acarretar problemas futuros, principalmente em razão do superaquecimento dos componentes envolvidos.

2. Acelerar a RAM.
A dica propõe reduzir os valores da CAS Latency (Column Adress Strobe) de 3 ou 2.5 para 2, providência essa que, em tese, deve aumentar o desempenho da memória, mas, na prática, pode travar máquinas que utilizem módulos genéricos ou de má qualidade. Além disso, não sei se esses valores são realmente os mais adequados (aliás, qualquer configuração dessa natureza deve ser implementada com base no velho sistema da tentativa e erro).

3. Desabilitar quaisquer configurações destinadas a poupar energia.
É verdade que esses recursos costumam deixar CPU, HD e outros componentes mais lentos, mas aí é uma questão de custo-benefício. Seria o caso de implementar as alterações e usar o computador por algum tempo, para verificar se o ganho em desempenho compensa o aumento no consumo de energia.

4. Isolar os arquivos de swap.
A memória virtual corresponde a um espaço do HD destinado a “ampliar” a memória física do sistema. Quando rodamos vários programas simultaneamente e a RAM se torna insuficiente, o swap despacha para essa área do disco alguns processos e serviços que não são essenciais naquele momento (e os traz de volta quando necessário). O problema é que o HD é muito mais lento que na RAM, e um PC que acesse freqüentemente a memória virtual acaba sofrendo uma considerável perda de desempenho. Uma maneira (paliativa) de otimizar o acesso à memória virtual consiste em colocá-la num segundo HD - quem dispuser de apenas um disco pode criar uma partição específica para o swap file, visando minimizar a fragmentação dos dados - mas a melhor solução ainda é (e sempre será) acrescentar mais um pente de memória ou, caso não haja um slot vago, substituir os módulos existentes por outros de maior capacidade.

Observação: Caso seu PC tenha 2GB ou mais de RAM, você pode desativar a opção de swap (dê um clique direito em Meu Computador, clique em Propriedades > Avançado; no campo Desempenho, clique em Configurações > Avançado e, em Memória Virtual, clique em Alterar e marque a opção Sem arquivo de paginação na caixa de diálogo da memória virtual).

Para encerrar, convém deixar claro que:

a) Se você resolver seguir qualquer dessas sugestões, estará agindo por sua conta e risco (se não se sentir à vontade, não faça modificações em seu sistema sem o auxílio de um amigo mais experiente ou de um técnico de confiança).

b) O benefício desses ajustes pode variar caso a caso, e como os PCs são montados a partir de componentes de marcas, modelos e versões distintas, os menus, comandos e procedimentos também variam de uma máquina para outra.

c) Computadores se tornam obsoletos com uma rapidez impressionante, especialmente por conta do surgimento de componentes de hardware cada vez mais poderosos (que dão margem ao desenvolvimento de softwares cada vez mais exigentes, num círuculo vicioso sem fim), e ainda que existam algumas maneiras de incrementar sua performance (como essas que abordamos na postagem de hoje), não espere milagres: se seu aparelho já tem uns 4 ou 5 anos de estrada, comece a pensar seriamente em trocá-lo por um novo.

Bom dia a todos e até amanhã.