Vimos que os coolers mais comumente utilizados em PCs combinam dissipadores metálicos com ventoinhas, e o “sopro” produzido pelas hélices pode até incomodar quem tem “ouvido delicado” – principalmente na calada da madrugada –, mas ruídos acima de 30 decibéis (o equivalente a uma conversa normal, em voz baixa, a um metro de distância) geralmente indicam problemas de hardware. A sujeira costuma ser a grande vilã da história. Se você espiar o interior do gabinete, provavelmente se surpreenderá com a quantidade de poeira, cabelos, fiapos, cinza de cigarro e outras impurezas que são sugadas pelo sistema de ventilação forçada. Com o passar do tempo, esses resíduos formam uma camada “isolante” que compromete a refrigeração de determinados componentes, prejudica o contato em soquetes e slots e reduz a eficácia dos fans e exaustores (que ainda passam a emitir um zumbido incomodativo). Felizmente, a solução é simples: basta abrir o gabinete e remover a sujeira com um pincel macio e um aspirador de pó (a periodicidade recomendável varia conforme o uso e as condições do local onde o PC se encontra instalado, evidentemente).
Observação: Existem coolers e COOLERS, e seus preços variam na razão direta da qualidade. Modelos do tipo “Ball” são confiáveis, duráveis e eficientes, mas custam mais do que os do tipo “Sleeve” – que, em contrapartida, costumam ser mais silenciosos (note que o ruído produzido pelas pás da ventoinha costuma ser mais audível do que o dos rolamentos). Outro detalhe: a maioria dos PC integra fontes genéricas (saiba mais em http://fernandomelis.blogspot.com/2011/03/fontes-de-alimentacao.html); se o barulho vier da parte superior traseira do gabinete e uma simples limpeza no exaustor não resolver, o melhor a fazer é substituir a fonte.
Embora o mau funcionamento das ventoinhas, exaustores e microventiladores costume ser a principal fonte de ruídos, a montagem imprópria de determinados componentes também pode gerar sons incomodativos, e nesse caso o disco rígido é o primeiro suspeito. Se não tiver sido fixado com todos os parafusos, dos dois lados da baia, o drive irá produzir vibrações que não só incomodam como também acabam reduzindo sua vida útil. Drives modernos são capazes de detectar setores defeituosos e copiar automaticamente os dados para setores de backup definidos durante o processo de fabricação, mas não custa você habilitar o SMART – que embora não possa antecipar problemas como os causados por picos de tensão, por exemplo, costuma alertar para o risco de defeitos mecânicos (para acessar o relatório, utilize o freeware HDTune). Modelos antigos costumam ser mais barulhentos – e aí não há muito a fazer, a não ser, talvez, “embrulhá-los” num bom isolante acústico ou substituí-los por modelos mais silenciosos (recomendável).
Ruídos em drives ópticos são mais fáceis de identificar, pois só são audíveis quando o dispositivo está sendo utilizado. Sons estranhos geralmente decorrem do desgaste natural das peças, e como o conserto geralmente custa caro e exige mão de obra especializada, o melhor é substituir o drive ou optar por um modelo externo padrão USB.
No que tange às placas de vídeo, apenas alguns modelos off-board de alta performance trazem dissipadores com ventoinhas, e nesse caso vale o que foi dito em relação aos demais microventiladores (se a temperatura da GPU extrapolar os padrões recomendados pelo fabricante, a troca do cooler é crucial para evitar a queima da placa).
Nos portáteis, a ventilação é mais problemática devido ao espaço exíguo de seus “gabinetes”, mas a faxina é igualmente mais complicada e deve ser feita pela assistência técnica ou por um Computer Guy de confiança.
Abraços e até mais ler.