Ao contrário do que muitos imaginam, a mega-produção AVATAR (James Cameron – 2009), que arrecadou
mais de 230 milhões de dólares em seu primeiro fim de semana, não “inaugurou” o
cinema 3D – aliás, os irmãos Lumière
já produziam filmes anaglíficos no início do século passado –,
mas tornou a despertar o interesse geral por filmes tridimensionais, tanto para
a telona quanto para TV e DVD/Blu-Ray.
Observação: O
termo Anáglifo designa imagens
ou vídeos formados por duas camadas de cor sobrepostas que produzem um efeito tridimensional estereoscópico quando
vistos através de filtros (geralmente óculos com lentes de duas cores).
No âmbito da TV, diversos fabricantes já disponibilizam modelos capazes de reproduzir filmes em 3D – ou mesmo de acrescentar
profundidade às transmissões convencionais. No entanto, em que pese a
progressiva redução no preço, eles não chegam a abocanhar nem 10% do mercado, notadamente devido
aos óculos especiais ativos ou passivos, necessários à criação do efeito tridimensional. No primeiro
caso, dois painéis LCD substituem as lentes convencionais e,
sincronizados por infravermelho, mostram as imagens alternadamente para
cada olho; no segundo, eles podem ser seranaglíficos (que
filtram as imagens por cor) ou polarizados
(que fazem a separação por ondas, na vertical e na horizontal).
Para piorar, a maioria dos aparelhos traz um ou, no máximo,
dois pares de óculos, limitando o número de usuários simultâneos (óculos adicionais podem ser
comprados separadamente, é claro, mas custam os olhos da cara, se me
permitem o trocadilho). No entanto, esse quadro pode mudar em breve, com o
lançamento de TVs como a TOSHIBA ZL2 3D, que, ao custo de 9 mil
euros (na Europa), dispensa os incomodativos óculos e oferece tela 55 polegadas com resolução de 3.840 x 2.160 pontos.
Vale lembrar que existem no mercado TVs 3D que criam o efeito de profundidade através de
um filtro que impede a luz da imagem destinada ao olho direito alcançar o olho
esquerdo e vice-versa, mas se por um lado isso afasta a necessidade dos óculos, por outro exige que o espectador mantenha um ângulo de 90º entre
os olhos e a tela, o que também complica a visualização simultânea da programação por duas ou mais pessoas.
Já a ZL2 3D exibe
as imagens com o dobro da resolução full HD e atribui a cada espectador (até o
máximo de nove) uma coluna de pixels personalizada, de modo que todos conseguem usufruir do
efeito tridimensional independentemente do ângulo de visualização. No entanto, essa detecção
não é dinâmica – se alguém se levantar do sofá por qualquer motivo e não se
sentar no mesmo lugar onde estava, será preciso reajustar o sistema.
Abraços a todos e até mais ler.