SE VOCÊ
CONHECE O INIMIGO E CONHECE A SI MESMO, NÃO PRECISA TEMER O RESULTADO DE CEM
BATALHAS. SE VOCÊ SE CONHECE, MAS NÃO CONHECE O INIMIGO, PARA CADA VITÓRIA
GANHA SOFRERÁ TAMBÉM UMA DERROTA. SE VOCÊ NÃO CONHECE NEM O INIMIGO NEM A SI
MESMO, PERDERÁ TODAS AS BATALHAS.
Uma inocente faca de cozinha pode se transformar numa arma
poderosa nas mãos de alguém mal-intencionado. E mesmo se aplica à tecnologia em
geral, embora poucos de nós atentamos para esse fato.
Quando comemoramos o lançamento de um novo smartphone, não
paramos para pensar que seu mais recente aplicativo de rastreamento de
localização, sua tecnologia de conectividade e
outros aprimoramentos abrem um amplo leque de aplicações que dão margem ao
abuso de poder (também para se dizer o mínimo). Ou, quando instalamos um novo
programa no PC, que o Estado Islâmico
constrói seus próprios drones,
que redes zumbis sequestram
eletrodomésticos para derrubar a internet, que publicações suspeitas na WEB disseminam notícias falsas
que, não raro, distorcem ou eclipsam a verdade.
Ferramentas idealizadas para dar às pessoas a capacidade de
criar, obter e distribuir informações são largamente utilizadas para exercer
influência, coletar dados, monitorar comunicações, e assim por diante. Os
perigos que a tecnologia moderna apresenta são mais insidiosos que os das
gerações que nos precederam, até porque, enquanto a ameaça nuclear era
facilmente demonstrada pelas imagens de aniquilação de um cogumelo atômico, não
existe paradigma para o potencial de danos que as armas digitais podem
proporcionar.
Não se trata de defender o retrocesso a um contexto onde
nossa privacidade era mais bem protegida, pois seria utopia achar que alguém
abriria mão da miríade de benefícios que a tecnologia vem proporcionando ao
longo das últimas décadas. O que eu pretendo com este texto é alertar para o
fato de que qualquer um pode saber a qualquer momento qualquer coisa sobre
praticamente qualquer evento que aconteceu, aconteça esteja acontecendo em
qualquer parte do planeta ― algo impensável há uma geração. E que pessoas mal
intencionadas e governos repressivos podem se valer dessas mesmas
tecnologias para coletar enormes quantidades de dados de comunicação,
barrar protestos muito antes que eles aconteçam e infiltrar-se nas redes
sociais com propaganda subliminar da sua visão do mundo.
A solução não é frear a inovação num esforço disfarçado para
manter as ferramentas essenciais longe das mãos dos criminosos, mas implementar
as tecnologias de segurança mais criativas que tivermos ― e desenvolver outras
novas ― para preservar e manter livre dessas interferências o extraordinário
panorama que a comunicação criou.
A tecnologia em si é agnóstica: tem poder para fazer o bem
ou o mal, dependendo de quem a controla. Isso sempre foi assim. Os combustíveis
fósseis poluem, os antibióticos levam às superbactérias resistentes e um exército de cafeteiras
inteligentes pode derrubar metade da internet. Cada nova invenção traz
efeitos colaterais, requerendo outro ciclo de inovação para colocá-la de novo
nos trilhos, como num círculo vicioso. Mas temos de seguir em frente. Sempre.
Para preservar o mundo em que queremos viver ― um mundo que
se caracterize pela independência, liberdade e progresso crescente ―, precisamos
ficar de olho em quem tem acesso à tecnologia disponível ― ditadores e
terroristas descobrem novos caminhos para disseminar as suas
ideias ― e fazer o possível para protegê-la dos crescentes perigos que
a ameaçam. Uma coisa é ter informações coletadas pela Justiça, que está sujeita
à observação de um governo democraticamente eleito, uma imprensa livre e
organizações que monitoram a sociedade. Outra coisa ― muito diferente ― é
agências como a KGB em governos autoritários terem acesso a essas informações. No
primeiro caso, talvez não queiramos que a nossa informação esteja acessível às autoridades.
No segundo, porém, não temos como evitar que ela seja utilizada para
objetivos nefastos.
Tudo isso leva a pensar nos riscos da privacidade e nas
implicações geopolíticas de governos espionando os cidadãos. Afinal, eles usam
a tecnologia para servir e proteger
ou para obter vantagens
e perseguir?
Enquanto utilizamos nossos smartphones, dirigimos nossos
carros ou mesmo navegamos despreocupadamente na Web, estamos gerando mais e
mais dados que podem ser coletados, compartilhados e analisados. Exigimos
privacidade, mas também queremos tecnologias de compartilhamento que podem
comprometê-la, e a única forma de equilibrar essas demandas é vigiar de perto
quem está coletando nossas informações e como elas estão sendo utilizadas.
Quanto mais dados criamos, mais deveríamos vigiar aqueles que os coletam.
Como usuários tecnológicos e cidadãos, precisamos exigir
medidas para garantir as normas democráticas que todos valorizamos. A liberdade
não é o preço que temos de pagar pelo progresso.
Da próxima vez que você vir notificações no seu smartphone,
pense na incrível capacidade ao alcance dos seus dedos, no enorme potencial de
melhorar as nossas vidas e na urgente necessidade que temos de nos proteger
contra aqueles que querem usar tudo isso para o mal.
Postagem inspirada em um texto publicado originalmente no
site The Parallax.
REINALDO AZEVEDO EM CHOQUE. ELE DESCOBRIU QUE NÃO É DEUS!
Confira no vídeo.
REINALDO AZEVEDO EM CHOQUE. ELE DESCOBRIU QUE NÃO É DEUS!
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atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/