Como a Saúde e a Educação, a Segurança
Pública está falida no Brasil. Um bom exemplo disso foram as rebeliões e
chacinas que pipocaram no início do ano, em presídios de diversos Estados
brasileiros, deixando um rastro de centenas de mortos. Outro exemplo ― talvez
ainda mais preocupante ― eclodiu em Vitória
no começo deste mês, quando familiares de PMs capixabas resolveram acampar na
porta dos batalhões, impedindo que as viaturas patrulhassem a cidade, espalhando
o terror, sitiando os munícipes em suas casas e levando o comércio a baixar as
portas e as escolas a suspender as aulas. Em uma semana, o número de assaltos,
homicídios e outros crimes cresceu em progressão astronômica, e ninguém, absolutamente
ninguém, teve colhões para dispersar os “manifestantes” e restabelecer a ordem
pública.
Observação: Não pretendo discutir aqui o mérito dessa “greve” ou o cabimento das reivindicações salariais dessa categoria, mas não posso me furtar a comentar
que de nada adianta fazer o que fez (preventivamente) o governador do Rio ― ou
seja, prometer aumento quando o
Estado não tem recursos sequer para pagar os salários atrasados. No domingo,
mulheres de policiais fluminenses já montavam acampamento diante de 29
batalhões, enquanto o saldo de mortos nas cidades capixabas atingidas pela paralisação
da polícia atingia quase 150.
Há muito que
navegar na Web deixou de ser um “bucólico passeio no parque”, tantos são os
perigos que espreitam os internautas em cada esquina sombria da Rede (para quem
confunde alhos com bugalhos, a internet
é “o meio físico” da rede mundial de computadores, ao passo que a Web é sua porção multimídia).
Atualmente, abrir o navegador é como empreender um safari na Jângal ― ou dar um
passeio noturno pelos morros cariocas ou pela periferia paulistana, por
exemplo.
Infelizmente,
não existe uma solução mágica para o problema. Entretanto, como eu venho
dizendo há mais de uma década no meu Blog (e já dizia antes, na mídia impressa,
considerando que o primeiro dos muitos trabalhos que publiquei sobre Tecnologia
da Informação focava a insegurança digital), o conhecimento, aliado à prevenção, é a nossa melhor arma ― ou
mesmo a única que temos.
A figura do
“computador da família” ficou no passado, da mesma forma que a conexão discada
e outras práticas comuns nos tempos de antanho. Os próprios notebooks, que já foram o sonho de
consumo de 10 entre 10 usuários de PCs, foram superados pelos “portáteis de
verdade” (tablets e smartphones, não necessariamente nessa
ordem, e que, vale lembrar, não substituem o velho PC, embora funcionem como um
“complemento”) e os roteadores wireless
tornaram-se artigos de primeira necessidade em casa, no escritório, na sala de espera
do médico, do dentista, do barbeiro, enfim... Aqui em Sampa, as redes sem fio já chegaram a praças e outros logradouros
públicos ― como estações do Metrô (embora não funcionem dentro dos vagões) ―, e
umas poucas linhas de ônibus também oferecem essa facilidade (o que é um contrassenso,
pois contemplam uns poucos privilegiados, enquanto o grosso da população amarga
ônibus lotados, com higiene e segurança abaixo da crítica e motoristas de uma
descortesia à toda prova). Não obstante, conforme eu disse nesta postagem, para o bem ou
para o mal, o poder da tecnologia depende de quem a controla.
Conectar seu
smartphone, tablet ou note a redes
públicas ― como as oferecidas gratuitamente em restaurantes, aeroportos,
agências bancárias, grandes magazines e assemelhados ― é uma prática comum, já
que os planos comercializados pelas operadoras de telefonia móvel celular
costumam ser bastante restritivos (em termos de franquia de dados) e as
conexões, lentas e instáveis. Mas o que é de todos não é de ninguém, e
compartilhar routers Wi-Fi pode ser tão perigoso quanto dividir a cama com
estranhos. Portanto, use o recurso com moderação e evite fazer compras online,
realizar transações financeiras via netbanking ou mesmo acessar sua conta de
email ou qualquer outro webservice que exija login (nome de usuário e senha).
Caso seja realmente inevitável, troque as senhas com a possível urgência.
Lembre-se: “as paredes têm ouvidos”, e a gente nunca sabe quem pode estar
escutando por trás delas.
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