segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

DE VOLTA ÀS TEMPESTADES DE VERÃO - CONTINUAÇÃO


SER MAIS ESPERTO QUE O INIMIGO NÃO TORNA O INIMIGO MENOS PERIGOSO.

Como vimos no post anterior, o melhor a fazer quando uma tempestade elétrica se avizinha é desligar a chave geral do quadro de força (ou, no mínimo, desplugar das tomadas os aparelhos mais sensíveis). Mas nem sempre estamos em casa e, quando estamos, nem sempre tomamos essa providência a tempo, daí ser importante dispor de um no-break ou de um estabilizador de tensão de boa qualidade, que oferecem proteção responsável contra os famigerados distúrbios da rede elétrica (os também famigerados filtro de linha custam mais barato e podem ser encontrados em qualquer casa de ferragem ou hipermercado, mas não filtram coisa nenhuma e, portanto, são uma péssima péssima escolha, como veremos melhor mais adiante).

Chamamos subtensão transitória a uma queda de tensão inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Esse fenômeno pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto da instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” momentaneamente sempre que o compressor da geladeira entra em funcionamento ou quando um dispositivo elétrico é ligado em cômodo da casa, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda de energia (detalhe: ferro de passar roupas, secador de cabelos e outros utensílios vorazes não servem de parâmetro para essa avaliação).

As subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) têm basicamente as mesmas causas e sintomas das transitórias; se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), chame um eletricista, e caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia elétrica.

sobretensão, por sua vez, consiste na elevação (em 10% ou mais), por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Situação oposta às anteriores, nesta o brilho das lâmpadas aumentam de intensidade. Se a instalação estiver dentro dos padrões, especialmente o quadro de força, o problema deve ser externo e compete à concessionária de energia solucioná-lo. Mas convém checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou disjuntores) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro (o afrouxamento dos parafusos é um problema comum).

Observação: Quanto às sobretensões que costumam ocorrer durante temporais com relâmpagos, vimos no post anterior que não há muito a fazer além de desligar da tomada os equipamentos mais sensíveis. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Voltando aos filtros de linha, eles devem ser evitados por várias razões, a começar por não filtrarem coisa alguma. Apesar do nome, eles não passam de simples extensões (também conhecidas como "réguas"), mas é bom ter em mente que ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada da parede, dependendo de quanta energia cada um deles consome, é uma prática nada recomendável. A diferença entre esses "filtros" e as tais réguas está num pequeno fusível (ou um LED, conforme o modelo) que se rompe (ou funde) por efeito de um pico de energia, interrompendo a passagem da corrente elétrica. O problema é que essa interrupção nem sempre acontece com rapidez suficiente para impedir que a sobretensão alcance os aparelhos que o tal filtro deveria proteger, e aí está feita a caca.

Vale lembrar que as fontes de alimentação dos PCs operam entre 90 V e 240 V e suportam sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 110 V~127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou o próprio filtro), que nos varistores internos da fonte de alimentação do computador é uma tarefa mais complicada.

Continuamos na próxima postagem.