quinta-feira, 15 de outubro de 2020

LARANJA MADURA À BEIRA DA ESTRADA, OU ESTÁ BICHADA, OU TEM MARIMBONDO NO PÉ.

ONDE TEM ONÇA, MACACO NÃO PIA.

A maior pandemia viral dos últimos 100 anos não só contaminou cerca de 38 milhões de pessoas e causou mais de 1 milhão de mortes como também se tornou um prato cheio para os cibercriminosos e suas maracutaias. Do phishing às promoções fraudulentas, passando por campanhas de "desinformação", o ano de 2020 tem sido de aumento no número de ameaças cibernéticas.

Nas últimas semanas, ataques que envolvem de alguma maneira a pandemia têm ganhado destaque e deixado profissionais da área de cibersegurança ainda mais atentos para medidas de prevenção desse tipo de problema. Segundo a ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, uma das ameaças mais recorrentes ocorre pelo WhatsApp. São campanhas de phishing e fake news que usam a Covid-19 para roubar informações confidenciais/pessoais de vítimas em potencial e espalhar notícias falas que despertam a curiosidade dos destinatários, levando-os a clicar em links e/ou executar arquivos maliciosos.

Acesso grátis à Netflix, internet grátis e até falsos testes de Covid-19 vêm servindo de isca para os cibercriminosos para engodarem internautas desavisados, aproveitando-se do confinamento e do home office, que agravam ainda mais problema.

Quanto mais tempo as pessoas passam em casa, mais dependentes elas se tornam de dispositivos computacionais e, por extensão, da Web para “acessar” o mundo exterior, seja para se manterem informadas, seja devido às exigências do trabalho remoto, para matar saudades de amigos e parentes com quem não podem se encontrar pessoalmente, enfim... E com a disseminação do uso do smartphone como dispositivo preferencial para o acesso à Web, ataques votados a sistemas operacionais moveis e baseados em aplicações como WhatsApp, Messenger e outras vêm crescendo exponencialmente.

Não é de hoje que cibercriminosos tiram proveito de situações catastróficas ou grandes eventos mundiais para engabelar suas vítimas. Sites falsos que se aproveitam da crise para oferecer empréstimos em condições vantajosas, por exemplo, desde que o interessado se disponha a depositar “uma pequena taxa”, ou “médicos” e “psicólogos” que oferecem consultas/aconselhamento gratuito aos desassistidos, também por exemplo, são apenas alguns exemplos do que a criatividade dessa corja é capaz de inventar.

Um ciberataque identificado por pesquisadores da ESET como  CovidLock envolve um ransomware oculto num aplicativo falso de monitoramento do coronavírus que impede a vítima de acessar o dispositivo, altera a senha de usuário e vincula a devolução do controle do dispositivo ao pagamento de um resgate no valor de US$ 250. Ciberataques a agências e instituições de saúde também vêm sendo registrados mundo afora. Na Espanha, por exemplo, um email falso contendo links ou anexos maliciosos relacionados à preparação de uma vacina de combate à doença visa roubar dados pessoais das destinatários.

As recomendações são as de sempre, mas não custa repetir:

Instale uma pacote de segurança responsável no PC e um equivalente em seu smartphone, e mantenha-os atualizados e configurados para proteger o sistema de ameaças, tanto via navegação quanto via arquivos.

Verifique sempre o URL de acesso a sites e redobre os cuidados em relação a links ou anexos recebidos por email proveniente de rementes desconhecidos, lembrando que mesmo os conhecidos podem estar disseminando malware sem saber — muito programinhas maliciosos instalados sub-repticiamente se encarregam de espalhar cópias de si mesmo e armadilhas para pegar mais vítimas no contrapé.

Considerando que os apps são os grandes responsáveis pela contaminação de dispositivos móveis, não baixe programas de fontes não confiáveis e não conceda mais permissões do que o app realmente necessita para funcionar. Na dúvida, aborte a instalação e procure outro programa que faça a mesma coisa sem ser tão invasivo.

Use sempre que possível o duplo fator de autenticação, que proporciona mais segurança no acesso a uma vasta gama de serviços. Evite software pirata, baixe filmes e séries somente a partir de sites confiáveis, e jogos, de plataformas que os disponibilizem sem infringir os direitos de copyright dos fabricantes.

Ofertas e promoções mirabolantes devem ser checadas no site oficial das empresas responsáveis; aliás, tome esses mesmos cuidados ao receber mensagens supostamente provenientes do seu Banco, da administradora de cartão de crédito e de órgãos supostamente oficiais (Justiça Eleitoral, Receita Federal, Serasa, etc.).

Mais da metade das 5 mil postagens publicadas aqui no Blog tem a ver com segurança digital. Para localizar algum assunto de seu interesse, digite as palavras-chave na caixa de buscas (há uma no canto superior esquerdo da página e outra na parte inferior da coluna à direita). Outra maneira — até mais eficiente em alguns casos — é escrever diretamente na barra de endereços do navegador o termo desejado (segurança, vírus, malware, hacker, cracker, antivírus, etc.) seguido de “site:fernandomelis.blogspot.com” (sem as aspas) e teclar Enter.

Boa sorte.