quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

VOCÊ SABIA? (CONTINUAÇÃO)

IMPORTUNA COISA É A FELICIDADE ALHEIA QUANDO SOMOS VÍTIMA DE ALGUM INFORTÚNIO.

Criado há cerca de 5.000 anos, o ábaco é o antepassado mais remoto da calculadora e, por extensão, do PC, já que “computar” e “calcular” têm mais ou menos o mesmo significado.

Outro antecessor distante — mas não tão distante, pois remonta ao início dos anos 1.600 —, a ”régua de cálculo” é a precursora das calculadoras de bolso, embora atribua-se a Blaise Pascal a criação da primeira calculadora mecânica da história (em meados do século XVII). Mas a Pascalina executava apenas operações previamente programadas.

Em 1801, o costureiro Joseph Marie Jacquard construiu o Tear de Jacquard  uma traquitana realmente programável, que hoje é considerada o primeiro computador do mundo. 

Mais adiante, baseando-se no conceito de cartões perfurados usados por Jacquard, o estatístico americano Hermann Hollerith desenvolveu uma geringonça que acelerou o processo de computação de dados. Anos depois, ele fundou a Tabulation Machine Company, que se tornou a Internacional Business Machine (IBM para os íntimos e Big Blue para os mais íntimos) 

Observação: Em 1943, Thomas Watson, então presidente da IBM, revelou-se um péssimo profeta: “Eu acredito que haja mercado para talvez cinco computadores”.

A Segunda Guerra Mundial estimulou o desenvolvimento de computadores — inicialmente, gigantescos mainframes que ocupavam salas inteiras, pesavam toneladas, custavam milhões de dólares e tinham menos poder de processamento que um calculadora xing-ling atual. Depois do Mark I, do Colossus e de outras monstruosidades, o mundo conheceu o ENIAC, que entrou para a história da cibernética como primeiro computador digital eletrônico. Embora fosse mil vezes mais rápido que seu contemporâneo mais rápido, esse portento era capaz de realizar apenas 5 mil somas, 357 multiplicações ou 38 divisões simultâneas por segundo — uma performance incrível para a época, mas que qualquer videogame dos anos 1990 já superava “com um pé nas costas”.

O Altair 8800, lançado em 1974, foi o precursor dos computadores pessoais e a razão de Bill Gates e Paul Allen fundarem a Microsoft. Em 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak, sócios-fundadores da Apple, concluíram o projeto do Apple I, que entrou para a história como o primeiro computador para uso pessoal. 

Em entrevista ao jornal espanhol El Pais, Wozniak foi taxativo: “aquilo não era um computador, mas a readaptação de algo que eu tinha feito antes. Era uma espécie de IKEA [rede de lojas que vende móveis em kits] dos computadores: você ia comprando peças e tinha um monte de coisas que se encaixavam” (o Apple II, lançado um ano mais tarde, foi o primeiro microcomputador vendido em escala comercial).

No ano seguinte, Ken Olson, presidente e fundador da Digital Equipment Corp. vaticinou que não havia nenhuma razão para alguém querer um computador em casa”, e em 1981, Bill Gates teria dito que "ninguém nunca vai precisar mais do que 640 quilobytes de memória em seu computador pessoal" (Gates nega a autoria do disparate, mas o fato é que qualquer PC chinfrim, atualmente, integra pelo menos 4GB de RAM).

Em 1987, Gates anotou no prefácio ao Guia do Programador do OS/2 (sistema lançado em parceria com a IBM, do qual a Microsoft desistiu três anos depois): “acredito que o OS/2 está destinado a ser o sistema operacional mais importante de todos os tempos — e possivelmente o programa mais importante também”.

Em 1989, quando a Microsoft fez a transição para os sistemas operacionais de 16-bit, Mr. Gates vaticinou: Nós nunca vamos desenvolver um sistema operacional de 32 bits (menos de quatro anos depois o Windows NT 3.1, primeiro sistema de 32-bit da empresa, foi lançado no mercado). Em 2004, o gênio fez outra profecia furada: “Daqui a dois anos, o spam estará resolvido” (a realidade dos fatos dispensa comentários).

No livro " Business @ the speed of thought“ (Negócios na velocidade do pensamento), lançado na virada do milênio, o sócio-fundador da gigante do software cravou diversas previsões sobre o futuro da tecnologia e descreveu algumas delas de maneira incrivelmente acurada. 

Gates vaticinou, por exemplo, o surgimento dos serviços automatizados de comparação de preços — que permitiriam encontrar o produto mais barato sem que a necessidade de pesquisar vários sites e lojas — e a criação de dispositivos móveis que as pessoas levariam consigo a toda parte — e usariam para fechar negócios, independentemente de onde estivessem, além de manter-se conectadas como o escritório 24/7, checar notícias, voos agendados e acompanhar as informações sobre o mercado financeiro, entre outras possibilidades.

Continua...