TUDO PARECE IMPOSSÍVEL ATÉ QUE SEJA FEITO.
Hoje em dia, qualquer computador, seja ele de grande porte, de mesa, portátil ou ultraportátil, é controlado por um sistema operacional. Até porque, sem esse “software-mãe”, o aparelho é como um corpo sem vida. Mas nem sempre foi assim.
Os mastodontes eletrônicos que povoaram a Terra na pré-história da cibernética não possuíam sistemas operacionais, e por um motivo muito simples: naquela época, não existiam sistemas operacionais. Consequentemente, operar aqueles jurássicos monstrengos era extremamente trabalhoso, pois exigia “abastecer” o hardware manualmente com as informações necessárias à realização de cada tarefa.
Observação: Um sistema computacional é formado
por dois subsistemas distintos, mas complementares e interdependentes:
o hardware — que corresponde à parte física do conjunto (gabinete,
teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão, memórias etc.) — e o software
— a parte lógica do computador (sistema operacional, aplicativos, drivers de
dispositivos, BIOS, etc.).
No que concerne à linguagem de programação, os vetustos
computadores dos anos 1950/60 operavam com dois tipos de linguagem: a linguagem
de máquina, a partir do qual toda a programação era feita, e a lógica
digital, a partir da qual os programas eram efetivamente executados. Até
que um belo dia alguém teve a ideia de criar um interpretador, que
passou a executar os programas escritos em linguagem de máquina. Com isso, o hardware passou a executar apenas um pequeno conjunto de microinstruções armazenadas, o que não só permitiu reduzir significativamente a quantidade de circuitos
eletrônicos, como também facilitou bastante o trabalho dos operadores/programadores.
Observação: Em linhas gerais, o interpretador é um programa que lê um código-fonte a partir de uma linguagem de programação interpretada e
o converte num código executável.
No que concerne à tecnologia, pode-se dizer que os
primeiros sistemas operacionais estão para os atuais como o Ford
T para o Mustang
Mach1. De início, cada computador tinha um sistema específico (que
só rodava nele e que só ele era capaz de rodar), o que resultava numa
pluralidade de arquiteturas que, por sua vez, exigia que os operadores se
familiarizassem com as diversas variantes disponíveis no mercado. Mas isso são
águas passadas.
Dentre outras funções essenciais ao funcionamento do computador, o sistema operacional gerencia o hardware, atua como elemento
de ligação entre os componentes físicos e o software, provê a interface usuário/máquina,
serve de base para a execução dos aplicativos, etc. No entanto, a
despeito de sua relevância, ele é um programa como outro qualquer. Demais
disso, por mais “eclético” que um sistema seja (como é o caso do Windows), ele não é capaz de suprir todas as necessidades do usuário nas
tarefas do dia a dia, até porque não foi projetado para isso. O que nos
leva aos aplicativos.
Aplicativos nada mais são que programas
desenvolvidos com vistas à execução de tarefas específicas. No âmbito da
informática, um programa é um conjunto de instruções em linguagem de máquina que descreve uma tarefa a ser realizada pelo
computador. Instrução, no caso, é o nome que se dá a
uma operação única executada por um processador — que pode ser
qualquer representação de um elemento num programa executável, tal como
um bytecode (formato de código intermediário entre o código
fonte, o texto que o programador consegue manipular e o código de máquina que o
computador consegue executar). Por conjunto de instruções, entende-se
a representação do código de máquina em mnemônicos.
Se um computador sem sistema operacional é
como um corpo sem vida, um sistema sem aplicativos é um ser vivo, mas sem alma.
Ou quase isso, já que tanto Windows quanto o MacOS, as distribuições Linux,
o Android, o iOS e outros que tais passaram a integrar, a cada nova
versão, mais e mais recursos nativos que lhes permitem realizar uma vasta gama
de tarefas que até então dependiam de programas de terceiros. Por outro lado, o
que se espera atualmente de um computador vai muito além do que se esperava anos
atrás, sobretudo depois que o acesso à Internet se popularizou entre os
usuários domésticos de PCs, smartphones, tablets e que tais.
Continua na próxima postagem.