Recomenda-se não usar o celular enquanto a bateria estiver carregando e desconectar o carregador da tomada na iminência de um temporal. Aliás, essa dica vale para qualquer aparelho elétrico ou eletroeletrônico, dada a possibilidade de um raio atingir a rele elétrica, gerando uma sobretensão capaz de torrar os circuitos eletrônicos de eletrodomésticos e afins.
Conforme eu disse no post anterior, incêndios de smartphones e explosões de baterias podem
acontecer, mas nem sempre pelos motivos que costumamos imaginar. Nove
em dez eventos dessa natureza têm a ver com baterias e carregadores "xing-ling".
Portanto, quando substituir esses componentes, dê preferência a peças de reposição originais ou, no mínimo,
homologadas pelo fabricante. Evite usar adaptadores e conserte (ou mande consertar) tomadas com tomadas com mau contato.
Observação: Se você reparar que seu celular
está "inchado" ou que alguma parte da tela levantou, desligue-o e
procura uma assistência técnica. Nesse caso existe a possibilidade de
componentes químicos da bateria vazarem e até causarem uma explosão. E fique de
olho também na temperatura: se o aparelho estiver esquentando mais do que o
normal procure um especialista (lembrando sempre que aquecimento moderando
durante a recarga ou quando o aparelho é exigido a fundo, como durante a
atualização de aplicativos, não deve ser motivo de preocupação).
Itens comprados pela Internet com origem nos EUA, China e Austrália, entre outros, foram conectados a redes elétricas de alta tensão e apresentaram isolamento insuficiente contra descargas elétricas. Carregadores genéricos nem sempre integram componentes da mesma qualidade dos usados nos originais, como fios com a resistência adequada à corrente recebida e sensores que interrompem a passagem de energia quando a bateria está totalmente carregada, como se fossem disjuntores.
A Apple, que tem como ponto alto a excelência
de seus produtos, já criticou publicamente sites de vendas online por terem em
seus catálogos artigos falsificados, que, em situações extremas, poderiam colocar vidas em risco. Em
2016, a organização britânica Trading Standards, que faz campanhas de
conscientização sobre segurança do consumidor, testou 400 carregadores falsificados da Apple e constatou que 99,25% deles falharam em quesitos básicos de
segurança.
De fato, não adianta de nada ter um ótimo celular com
bateria de alta qualidade se seu carregador não consegue realizar as
funções básicas de regular a tensão e entregar uma corrente estável e adequada
para o dispositivo.
Observação: Os carregadores têm a função de
transmitir para a bateria a energia que vai provocar reações químicas na peça e
que, por sua vez, darão energia para o celular funcionar. Se houver oscilações
e volume inadequado de energia chegando ao aparelho, a vida útil da bateria
pode ser deteriorada. Usar carregadores falsificados ou danificados podem
contribuir negativamente para isto.
A tensão elétrica das nossas tomadas (corrente
alternada) pode ser 110V, 115V, 115~127V ou 220V, ao passo
que os celulares operam em corrente contínua com valores entre 3,7 e 5 volts. A
conversão da alta tensão fornecida pela tomada para a tensão adequada à bateria
do telefone é um compromisso conjunto do carregador e de um chip conhecido como E75
e U2, que regula a quantidade de energia que a bateria pode receber.
Carregadores modernos podem entregar maiores potências de forma segura, mas
existe toda uma tecnologia por trás do sistema para garantir que não haja
riscos de acidentes.
Se você reparar que a bateria do seu celular ora
carrega em poucos minutos, ora passa a noite na carga e está com apenas metade de
sua capacidade na manhã seguinte, fique esperto. E tenha em mente que cabos de
baixa qualidade oferecem riscos de choque elétrico e incêndio em qualquer
equipamento, e o celular não é exceção. Se o isolamento não for adequado, bastam
algumas semanas de uso para os problemas começarem a surgir. E isolamentos
ruins associados ao baixo controle na quantidade de energia fornecida por
carregadores chinfrins podem causar incêndios por superaquecimento ou curtos-circuitos.
Fato é que há muita desinformação sobre o assunto, na medida em que a Internet e as mídias sociais promoveram idiotas da aldeia a portadores da verdade, dando voz a imbecis que até então falavam bobagens apenas no bar, sem causar danos à coletividade.
O Boatos.org, que vem desmentindo notícias
e correntes falsas no Brasil desde 2013, já provou que dezenas de rumores
relacionando carregadores de celular a ferimentos e mortes eram "fake
news". Por outro lado, explosões envolvendo baterias de celulares tomaram
o noticiário em 2016 — dessa vez com produtos originais, levando a um recall em
todo o mundo do Samsung Galaxy Note 7. No ano seguinte, a empresa divulgou
que o
problema estava no isolamento de determinados componentes internos
fabricados por dois fornecedores.
Se o cabo do seu carregador estiver em más condições,
substitua-o. Isolar com fita a parte danificada não resolve. Para prolongar sua
vida útil, evite enrolá-lo, dobrá-lo e expô-lo a altas temperaturas. Igualmente
importante é manter o celular em local aberto e ventilado enquanto a bateria
estiver sendo recarregada. Nesse entretempo, o aquecimento do aparelho é normal,
mas se você mantiver o smartphone debaixo do travesseiro, por exemplo, aí a
porca torce o rabo.
Para evitar choques, não coloque o telefone para carregar em locais úmidos, como próximo a uma pia, banheira ou chuveiro. Também é importante não conectar ou desconectar o carregador com as mãos molhadas.