sexta-feira, 19 de novembro de 2021

MITO OU VERDADE? (FINAL)

QUEM TENTA FUGIR DA PRÓPRIA SOMBRA ACABA CAINDO DE CARA.

Recomenda-se não usar o celular enquanto a bateria estiver carregando e desconectar o carregador da tomada na iminência de um temporal. Aliás, essa dica vale para qualquer aparelho elétrico ou eletroeletrônico, dada a possibilidade de um raio atingir a rele elétrica, gerando uma sobretensão capaz de torrar os circuitos eletrônicos de eletrodomésticos e afins.

Conforme eu disse no post anterior, incêndios de smartphones e explosões de baterias podem acontecer, mas nem sempre pelos motivos que costumamos imaginar. Nove em dez eventos dessa natureza têm a ver com baterias e carregadores "xing-ling". Portanto, quando substituir esses componentes, dê preferência a peças de reposição originais ou, no mínimo, homologadas pelo fabricante. Evite usar adaptadores e conserte (ou mande consertar) tomadas com tomadas com mau contato.

Observação: Se você reparar que seu celular está "inchado" ou que alguma parte da tela levantou, desligue-o e procura uma assistência técnica. Nesse caso existe a possibilidade de componentes químicos da bateria vazarem e até causarem uma explosão. E fique de olho também na temperatura: se o aparelho estiver esquentando mais do que o normal procure um especialista (lembrando sempre que aquecimento moderando durante a recarga ou quando o aparelho é exigido a fundo, como durante a atualização de aplicativos, não deve ser motivo de preocupação).

Itens comprados pela Internet com origem nos EUA, China e Austrália, entre outros, foram conectados a redes elétricas de alta tensão e apresentaram isolamento insuficiente contra descargas elétricas. Carregadores genéricos nem sempre integram componentes da mesma qualidade dos usados nos originais, como fios com a resistência adequada à corrente recebida e sensores que interrompem a passagem de energia quando a bateria está totalmente carregada, como se fossem disjuntores.

A Apple, que tem como ponto alto a excelência de seus produtos, já criticou publicamente sites de vendas online por terem em seus catálogos artigos falsificados, que, em situações extremas, poderiam colocar vidas em risco. Em 2016, a organização britânica Trading Standards, que faz campanhas de conscientização sobre segurança do consumidor, testou 400 carregadores falsificados da Apple e constatou que 99,25% deles falharam em quesitos básicos de segurança.

De fato, não adianta de nada ter um ótimo celular com bateria de alta qualidade se seu carregador não consegue realizar as funções básicas de regular a tensão e entregar uma corrente estável e adequada para o dispositivo.

Observação: Os carregadores têm a função de transmitir para a bateria a energia que vai provocar reações químicas na peça e que, por sua vez, darão energia para o celular funcionar. Se houver oscilações e volume inadequado de energia chegando ao aparelho, a vida útil da bateria pode ser deteriorada. Usar carregadores falsificados ou danificados podem contribuir negativamente para isto.

A tensão elétrica das nossas tomadas (corrente alternada) pode ser 110V, 115V, 115~127V ou 220V, ao passo que os celulares operam em corrente contínua com valores entre 3,7 e 5 volts. A conversão da alta tensão fornecida pela tomada para a tensão adequada à bateria do telefone é um compromisso conjunto do carregador e de um chip conhecido como E75 e U2, que regula a quantidade de energia que a bateria pode receber. Carregadores modernos podem entregar maiores potências de forma segura, mas existe toda uma tecnologia por trás do sistema para garantir que não haja riscos de acidentes.

Se você reparar que a bateria do seu celular ora carrega em poucos minutos, ora passa a noite na carga e está com apenas metade de sua capacidade na manhã seguinte, fique esperto. E tenha em mente que cabos de baixa qualidade oferecem riscos de choque elétrico e incêndio em qualquer equipamento, e o celular não é exceção. Se o isolamento não for adequado, bastam algumas semanas de uso para os problemas começarem a surgir. E isolamentos ruins associados ao baixo controle na quantidade de energia fornecida por carregadores chinfrins podem causar incêndios por superaquecimento ou curtos-circuitos.

Fato é que há muita desinformação sobre o assunto, na medida em que a Internet e as mídias sociais promoveram idiotas da aldeia a portadores da verdade, dando voz a imbecis que até então falavam bobagens apenas no bar, sem causar danos à coletividade

O Boatos.org, que vem desmentindo notícias e correntes falsas no Brasil desde 2013, já provou que dezenas de rumores relacionando carregadores de celular a ferimentos e mortes eram "fake news". Por outro lado, explosões envolvendo baterias de celulares tomaram o noticiário em 2016 — dessa vez com produtos originais, levando a um recall em todo o mundo do Samsung Galaxy Note 7. No ano seguinte, a empresa divulgou que o problema estava no isolamento de determinados componentes internos fabricados por dois fornecedores.

Se o cabo do seu carregador estiver em más condições, substitua-o. Isolar com fita a parte danificada não resolve. Para prolongar sua vida útil, evite enrolá-lo, dobrá-lo e expô-lo a altas temperaturas. Igualmente importante é manter o celular em local aberto e ventilado enquanto a bateria estiver sendo recarregada. Nesse entretempo, o aquecimento do aparelho é normal, mas se você mantiver o smartphone debaixo do travesseiro, por exemplo, aí a porca torce o rabo.

Para evitar choques, não coloque o telefone para carregar em locais úmidos, como próximo a uma pia, banheira ou chuveiro. Também é importante não conectar ou desconectar o carregador com as mãos molhadas.