quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

VPN — EM RIO QUE TEM PIRANHA JACARÉ NADA DE COSTAS (CONTINUAÇÃO)

DINHEIRO SÓ NÃO TRAZ FELICIDADE PARA QUEM NÃO SABE O QUE FAZER COM ELE.

O termo "doxing" (ou “doxxing”) é a abreviatura de "dropping dox", sendo que "dox" remete a "documentos". Normalmente, o doxing consiste em uma ação mal-intencionada, usada contra pessoas de quem o hacker discorda ou não gosta, mediante a qual são revelados o nome real, endereços residencial e do local de trabalho, telefone, dados financeiros e outras que informações de identificação do desafeto. 

A prática em si é antiga, mas o termo surgiu pela primeira vez no universo hacker, onde a anonimidade era considerada sagrada nos anos 1990, e cruzou as fronteiras das comunidade, passando a designar a exposição de informações pessoais, tornando-se uma ferramenta na guerra ideológica.

Os ataques de doxing podem variar dos relativamente triviais, como assinaturas de email ou entregas de pizza fake, aos mais perigosos, como assediar um parente ou funcionário de um desafeto, roubar sua identidade, fazer ameaças ou outras formas de bullying cibernético. Celebridades, políticos e jornalistas estão entre os que mais sofrem esse tipo de assédio, que vai desde ataques online até ameaças à segurança e, em casos extremos, ameaças de morte.

No geral, as informações pessoais são reveladas intencionalmente, com o intuito de punir, intimidar ou humilhar a vítima, embora os cibercriminosos também se valham dessa estratégia. Independentemente da motivação, o principal objetivo é violar a privacidade, e isso pode não só colocar as vítimas em situações desconfortáveis como acarretar consequências graves.

Muitas pessoas usam o mesmo nome de usuário e senha para se logar nos mais diversos serviços. Com essa informação, criminosos podem ter uma noção dos interesses da vítima em potencial e de seus hábitos de navegação. Qualquer pessoa que possua um nome de domínio tem as suas informações armazenadas num registro publicamente disponível por meio de uma pesquisa WHOIS.

Se a pessoa que comprou o nome de domínio não ocultou suas informações privadas no momento da aquisição, seus dados pessoais ficam à disposição de quem se der ao trabalho de procurar. Se a vítima utilizar um email não seguro ou cair em um golpe de phishing, o invasor poderá descobrir emails confidenciais e publicá-los.

Vale destacar que, se suas contas em redes sociais forem públicas, qualquer pessoa poderá descobrir informações sobre você por meio de stalking cibernético. Usando essas informações, um cibercriminoso pode inclusive criar respostas para suas perguntas de segurança, o que, em tese, lhe permitiria invadir outras contas online.

Os criminosos podem descobrir seu endereço IP de diversas maneiras. Como esse endereço está vinculado à sua localização física, eles poderão se valer de engenharia social no seu provedor de serviços de Internet (ISP) para descobrir mais sobre você, ou mesmo tentar hackear a rede.

A partir de seu número de telefone fixo ou digital (um informação aparentemente banal), criminosos podem recorrer a serviços de pesquisa inversa, como o Whitepages, mediante os quais basta digitar o número do terminal para descobrir a identidade do proprietário. Esse tipo de serviço é cobrado, mas quem estiver disposto a pagar a taxa poderá descobrir informações pessoais sobre você usando pura e simplesmente seu número de telefone.

O termo packet sniffing (farejamento de pacote, numa tradução literal), associado ao doxing, remete à interceptação criminosa de dados na Internet, aí incluídos números de telefone, senhas, informações bancárias e até mensagens antigas de email. 

Os cibervigaristas fazem isso conectando-se a uma rede online, violando suas medidas de segurança e, por fim, capturando o fluxo de dados dentro e fora dela, daí ser recomendável usar uma VPN.

Continua...