O PESSIMISTA VÊ DIFICULDADE EM CADA OPORTUNIDADE. O OTIMISTA VÊ OPORTUNIDADE EM CADA DIFICULDADE.
Algumas interpretações das equações de Einstein sugerem que a distorção que os buracos de minhoca causam no tecido do espaço-tempo pode criar efeitos paradoxais, como aumentar em centenas de anos a duração de uma viagem da Terra a Marte, que hoje leva cerca de 6 meses. Mas os problemas não param por aí.
Viajar para o futuro é algo bem estabelecido dentro da física moderna, e já foi testado em experimentos com múons (partículas instáveis geradas na atmosfera). De acordo com os tempos de vida medidos em repouso, essas partículas deveriam decair antes de chegar à superfície da Terra, mas, por se moverem a velocidades relativísticas, seu "relógio interno" corre mais devagar (do nosso ponto de vista), permitindo que sobrevivam tempo suficiente para serem detectadas no solo.
Continua…
A formação desses "túneis cósmicos" requer uma quantidade absurda de energia escura (cujas propriedades ainda são desconhecidas), e eles tendem a se fechar quase que instantaneamente. Mesmo que fosse possível mantê-los abertos usando energia repulsiva negativa (solução plausível no âmbito da física teórica), qualquer coisa que tentasse atravessá-la seria "espaguetificada" pela gravidade e/ou destruída pela radiação de Hawking.
Tampouco se sabe esses fenômenos cósmicos "engolem" a matéria por uma boca e regurgitam pela outra ou
se ambas as bocas funcionam como porta de entrada — caso em que a matéria engolida seria
empurrada de um lado para outro, numa velocidade próxima à da luz, até
se "extinguir" no ponto central.
Observação: As teorias de Einstein sobre os buracos de minhoca são incompatíveis com a física quântica — daí a existência de matéria exótica ser limitada à escala quântica, mas o físico português João Luís Rosa acredita que bastaria modificar a gravidade para atravessar esses atalhos com segurança (vale conferir o que ele disse em entrevista ao site UFO).
Viajar para o futuro é algo bem estabelecido dentro da física moderna, e já foi testado em experimentos com múons (partículas instáveis geradas na atmosfera). De acordo com os tempos de vida medidos em repouso, essas partículas deveriam decair antes de chegar à superfície da Terra, mas, por se moverem a velocidades relativísticas, seu "relógio interno" corre mais devagar (do nosso ponto de vista), permitindo que sobrevivam tempo suficiente para serem detectadas no solo.
Esse efeito também foi observado em humanos. O russo Sergei Avdeyev, que passou quase dois anos a bordo da estação espacial Mir a uma velocidade média de 27.000 km/h, experimentou uma dilatação temporal de 0,02 segundos (em relação às pessoas que ficaram na Terra). Mas para avançar, digamos, 100 anos no futuro, seria preciso que a espaçonave viajasse a uma velocidade próxima à da luz, e isso foge ao escopo da tecnologia atual.
Observação: Em atenção a um velho amigo, leitor assíduo destas despretensiosas postagens e fã de Star Trek, os hipotéticos motores de dobra espacial "dobram" o espaço-tempo ao redor de uma nave, criando uma "bolha" que se move mais rápido que a luz sem violar as leis da física (porque não é a nave não se move dentro da bolha, e sim o espaço ao redor dela). A ideia encontra respaldo na física teórica, mas colocá-la em prática exigiria energia negativa e/ou matéria exótica, que permanecem no domínio da especulação científica, sem confirmação experimental direta até agora.
Einstein ensinou que "o impossível só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário". Quando subiu com o 14-Bis a uma altura de quase 3 metros e percorreu uma distância de 60 metros, Santos Dumont nem sonhava que dali a algumas décadas o Concorde atravessaria o Atlântico em cerca de 3 horas.
Voltar ao passado é ainda mais complicado, pois exige ultrapassar a velocidade da luz, o que é impossível à luz da física moderna (se me perdoam o trocadilho), além de envolver paradoxos temporais, como os do Avô e dos gêmeos. E ainda que o tempo negativo já não seja mais um simples conceito teórico, alguns astrofísicos insistem que o tempo não para nem retrocede, apenas se dilata à medida que a velocidade do observador aumenta.
O tempo como o percebemos é uma construção mental baseada em memórias e experiências. Achamos que ele flui do ontem para o amanhã, mas a relatividade transforma o que é futuro para alguns em passado para outros. Assim, nossa sensação de continuidade temporal depende de como organizamos e acessamos essas memórias no momento presente. E mesmo que o "fluxo do tempo" retrocedesse, as memórias permaneceriam consistentes com a ordem em que foram formadas, criando a impressão de que o tempo segue em frente — segundo a teoria do Universo bloco", passado, presente e futuro coexistem, e o "agora" é apenas uma ilusão emergente da forma como processamos informações.
Três séculos antes de Einstein definir o tempo como uma "dimensão física entrelaçada com o espaço", onde nem o espaço é "uma caixa rígida e inerte que contém as coisas", nem o tempo é "uma linha reta pela qual as coisas fluem numa sucessão de acontecimentos formados por passado, presente e futuro", Newton pontuou que não era possível medir o tempo verdadeiro, mas pressupor sua existência ajudava a compreender o amanhecer, o anoitecer e outros fenômenos naturais vinculados ao relógio e ao calendário. Talvez a passagem do tempo seja mesmo simplesmente uma ilusão — uma ilusão muito forte, mas ainda assim uma ilusão.
Continua…