Fruto da cruza do PL com o DEM, o União Brasil foi apresentado como grande em 2021. Em três anos, revolucionou o provérbio. Mostrou que a união faz a farsa e que o novo era coisa muito antiga. Hoje, o partido belisca milhões em verbas eleitorais, controla três ministérios na Esplanada de Lula, manda no ninho de desvios de verbas da Codevasf e reivindica as presidências da Câmara e do Senado, mas se encaixa melhor no Código Penal do que na legislação eleitoral, e se vê numa crise que tem como pano de fundo a disputa por uma caixa registradora de mais de R$ 500 milhões.
O UB foi convertido num processo de autocombustão. O fósforo foi riscado quando Luciano Bivar perdeu a presidência para o vice, Antônio Rueda. Julgando-se traído pelo parceiro na política e em negócios privados, Bivar fugiu ao controle. Deve ser conduzido à porta de saída.
O desfecho foi precipitado pelo incêndio de duas casas de praia num condomínio chique de Pernambuco. Uma pertence a Rueda e a outra, à irmã dele, que é tesoureira do UB. Como se não bastasse, está sobre a mesa do ministro Nunes Marques a ação na qual Rueda acusa Bivar de ameaçar a integridade física de sua filha. A peça é ornamentada com um vídeo que reproduz conversa telefônica.
Que essa fogueira arda até as ultimas consequências.
Por levar em conta nossas emoções, expectativas, o quanto as tarefas exigem de nós num determinado período e até mesmo nossos sentidos, nosso cérebro registra a passagem do tempo de maneira "flexível". Segundo estudos recentes, até o idioma que falamos e o sistema de escrita (da esquerda para a direita ou vice-versa) fazem diferença.
O idioma pode se infiltrar em nossos sentidos mais básicos, como emoções e percepção visual, donde aprender uma nova língua nos "sintoniza" com dimensões perceptivas até então desconhecidas. Um estudo publicado pela Nature Reviews Neuroscience dá conta de que o hipocampo dos "atrasados crônicos" os faz subestimar o tempo necessário para chegar ao local do compromisso, já que suas estimativas são feitas com base no tempo que eles levaram para realizar a mesma tarefa no passado, e essas memórias e percepções nem sempre são precisas.
Estudos demonstram que o estado emocional negativo tende a dar a impressão de que o tempo está passando mais devagar, e o positivo, a sensação oposta. No auge da pandemia da Covid, era comum querer "acelerar o tempo" para retomar a "vida normal", mas essa sensação acabou sendo contrária para muita gente, já que emoção e motivação estão interligadas, e o efeito dessa interligação pode tanto "acelerar" quanto "desacelerar" a sensação de passagem do tempo. E quanto mais motivação a pessoa sentir em ambas as direções, mais declarada será a mudança em sua percepção de tempo.
Tanto a aceleração quanto a desaceleração do tempo atua sobre maneira como alcançamos determinados objetivos, mas, enquanto a percepção de aceleração tende a facilitar nos conquistas, a sensação de que o tempo passa mais devagar pode evitar que demoremos muito em situações potencialmente prejudiciais — quanto mais o tempo "demorar a passar" numa situação de medo, por exemplo, mais rapidamente agiremos para nos livrarmos do perigo.