Até meados de do século XVII, acreditava-se que a luz viajava pelo espaço a uma velocidade infinitamente rápida. Em 1676, ao observar a órbita dos satélites de Júpiter, o dinamarquês Ole Rømer descobriu "meio que por acaso" que a velocidade da luz não era infinita, mas o valor preciso — 299.792.458 m/s — só foi determinado cerca de 200 anos depois.
Curiosamente, a latitude da Pirâmide de Quéops é 299.792°N (nas coordenadas geográficas, a diferença resultante de qualquer sequência numérica à direita da quarta é desprezível, sobretudo quando se trata de um monumento cuja base tem 60.000m2).
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Condenado duas vezes à inelegibilidade (é pena que as penas não sejam cumulativas), Bolsonaro voltou a fazer do 7 de Setembro seu picadeiro particular. O tamanho do rebanho que respondeu ao toque de seu berrante em fevereiro foi quatro vezes maior que o do último sábado, quando cerca de 45 mil reses trotaram rumo à mais paulista das avenidas e bateram os cascos para seu "mito", que, aparentando ter perdido o medo da cadeia, vituperou Xandão, questionou a derrota nas urnas em 2022, hasteou o lábaro da "anistia" para o golpismo e vaticinou que as acusações contra si cairão por "falta de materialidade".
Pelo mal dos nossos pecados, essa desfaçatez desbragada tem razão de ser. Afinal, faz mais de 20 meses que o capetão foi despido do manto da impunidade presidencial e continua na fila de espera pela punição por tudo que fez e ainda faz e representa.
É praxe os chefes dos 3 Poderes comparecerem à celebração oficial do Dia da Pátria, mas desta vez 54,5% da suprema corte desceram à tribuna de Lula. Embora não tenha engrossado essa seleta confraria, o ministro Flávio Dino foi às redes sociais enaltecer "a coragem e a independência" de Xandão.
Enquanto a claque bolsonarista puxava o coro "cabeça de ovo, Supremo é o povo" e tratava o ministro como "ditador" na Av. Paulista, na Esplanada dos Ministérios ele era ovacionado como herói da resistência. Mas nenhum dos dois cenários orna com a discrição que o cargo de ministro da nossa mais alta corte exige.
Se não consegue abreviar o encontro de Bolsonaro com um lote de condenações criminais, o relator-geral da República deveria ao menos evitar que sua toga seja transformada em adereço da polarização e enfeite fanfarra bolsonarista.
Pelo mal dos nossos pecados, essa desfaçatez desbragada tem razão de ser. Afinal, faz mais de 20 meses que o capetão foi despido do manto da impunidade presidencial e continua na fila de espera pela punição por tudo que fez e ainda faz e representa.
É praxe os chefes dos 3 Poderes comparecerem à celebração oficial do Dia da Pátria, mas desta vez 54,5% da suprema corte desceram à tribuna de Lula. Embora não tenha engrossado essa seleta confraria, o ministro Flávio Dino foi às redes sociais enaltecer "a coragem e a independência" de Xandão.
Enquanto a claque bolsonarista puxava o coro "cabeça de ovo, Supremo é o povo" e tratava o ministro como "ditador" na Av. Paulista, na Esplanada dos Ministérios ele era ovacionado como herói da resistência. Mas nenhum dos dois cenários orna com a discrição que o cargo de ministro da nossa mais alta corte exige.
Se não consegue abreviar o encontro de Bolsonaro com um lote de condenações criminais, o relator-geral da República deveria ao menos evitar que sua toga seja transformada em adereço da polarização e enfeite fanfarra bolsonarista.
Às vezes o Universo cospe coincidências que nenhum escritor de ficção ousaria sequer imaginar.
EM TEMPO (ou melhor, antes tarde do que nunca):
Conforme as redes sociais se popularizaram, o interesse por blogs diminuiu e audiência caiu. Conforme minha aversão incondicional e suprapartidária pelos políticos fisiologistas e corruptos — que sequestraram este país graças a um eleitorado sempre pronto para fazer as piores escolhas — aumentou, as postagens sobre política, que eram diários e independentes dos demais assuntos, tornaram-se inserções eventuais e caminham a passos largos rumo à extinção.
Dar ibope para bolsonaristas e petistas fanáticos e idiotas (nem todo idiota é um fanático, mas todo fanático é um idiota) é puro masoquismo, mas esquecer a data do aniversário do Blog é imperdoável. Mesmo sem bolo nem champanhe — a conjuntura não está para grandes comemorações —, uma breve menção se impunha.
Foi a segunda vez em 18 anos que eu me esqueci de programar um post alusivo ao aniversário do blog. Resta saber se isso é sinal dos tempos ou de senilidade...