Júlio Verne previu a ida do homem à Lua com um século de antecedência — errando por 20 milhas o local exato do lançamento do Saturno V. Sua profecia foi realizada pela Apollo 11 em julho de 1969, depois de oito alunissagens de missões não tripuladas (3 soviéticas e 5 estadunidenses).
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Na velocidade da luz, 84% dos cerca de 1,7 milhão de votos de Pablo Marçal migraram para Ricardo Nunes. Detectado no último Datafolha, o movimento ocorreu antes que Bolsonaro tivesse a chance de "mergulhar" em São Paulo, como prometeu depois da abertura das urnas do primeiro turno. O sumiço na propaganda eleitoral e nos atos de campanha na primeira fase da corrida paulistana grudou no tornozelo de Bolsonaro a bola de ferro da deslealdade. Até Silas Malafaia avaliou que a covardia fez do "mito" uma "porcaria" de líder. Num instante em que Nunes abre 22 pontos de vantagem sobre Boulos (55% a 33%), o interesse tardio do capetão piora o que já era ruim.
Na era das "grandes navegações", usavam-se bússolas e sextantes; durante a corrida espacial, a NASA utilizou um gigantesco mainframe (cuja capacidade computacional era inferior à de uma calculadora moderna) para guiar a alunissagem da Apollo 11 e permitir que Neil Armstrong desse o famoso "pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade".
Guardadas as devidas proporções, o temor que o espaço sideral causava ao astronautas nos anos '60 era o mesmo que os nunca dantes navegados" causavam aos marujos do século XV. Além disso, tanto as expedições de Colombo e Cabral quanto a corrida espacial foram movidas pela ambição dos governantes de aumentar seu poder. Ou seja, a merda era a mesma, só mudavam as mocas.
Depois da Apollo 11, os EUA enviaram outras cinco missões tripuladas à Lua. Lançada em 11 de abril de 1970, a Apollo 13 teria sido a terceira a pousar por lá, não fosse a explosão de um dos tanques de oxigênio, dois dias após o lançamento, causar o abortamento da missão. Depois de quatro dias confinada no Módulo Lunar, projetado para abrigar dois astronautas por um período breve, a tripulação pousou em segurança no Oceano Pacífico.
Dica: Para quem se interessa pelo tema, recomendo o filme Apollo 13 — Do desastre ao triunfo (1995), estrelado por Tom Hanks, Kevin Bacon, Bill Paxton, Gary Sinise e Ed Harris.
Depois de Apollo 17 (1972), ninguém mais voltou à Lua. As missões Apollo 18, 19 e 20 chegaram a ser projetadas, mas foram canceladas devido ao alto custo, ao fim da pressão soviética e ao desinteresse do público depois que a NASA provou que era possível enviar astronautas à Lua e trazê-los de volta em segurança.
Com o fim do programa Apollo, a NASA mudou seu foco para o Skylab (1973) e passou a desenvolver ônibus espaciais reutilizáveis, que reduziam significativamente o custo das missões. Apesar das tragédias com o Challenger em 1986, que explodiu poucos segundos após o lançamento, e com o Columbia em 2003, que se desintegrou pouco antes de pousar, os ônibus espaciais continuaram em uso até 2011.
Após a aposentadoria do Atlantis, que realizou 33 missões, totalizando 306 dias fora da Terra, a NASA passou a contar com parceiras privadas, como a SpaceX, para o transporte de astronautas ao espaço.