RELEMBRAR O PASSADO É VIVER DUAS VEZES
Duas coisas do tempo em que eu trabalhei no centro da cidade deixaram saudades: o bauru (de rosbife, naturalmente) e o croquete de carne da Leiteria Lírico, que ficava rua Líbero Badaró, pertinho da Praça do Patriarca.
Para quem não sabe, bauru não é simplesmente um misto-quente acrescido de uma rodela de tomate, nem foi criado na cidade homônima do interior paulista. Ele é feito com rosbife (de filé mignon ou lagarto, conforme o bolso do freguês) e surgiu no século passado, quando o radialista Casemiro Pinto Neto, conhecido pelos amigos como Bauru, pediu o lanche pela primeira vez no popular Ponto Chic, na região central de Sampa.
O sucesso foi tamanho que a receita acabou entrando para o cardápio do restaurante, mas só chegou ao município de Bauru em 1973, quando o fundador do Skinão, de passagem pela capital, provou o lanche e passou a oferecê-lo em seu bar. A aceitação foi tão boa que o sanduíche se tornou o carro chefe da casa, que ficou conhecida por vender "o verdadeiro bauru".
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
A um ano e meio de terminar a terceira encarnação, o desgoverno Lula , movido pela crise do IOF, adotou o bordão "justiça social" como marca registrada e partiu para a ofensiva nas redes.
O PT lançou a campanha "Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets. Mais justiça tributária e menos desigualdades", que defende a taxação de 140 mil super-ricos e de apostas online para, supostamente, isentar 25 milhões de brasileiros do Imposto de Renda. Na prática, porém, trata-se de um pretexto para gastar ainda mais em assistencialismo como forma de frear o aumento exponencial dos índices de aprovação do ex-campeão de popularidade e senhor das urnas, que se jactava de ser capaz de eleger qualquer "poste" para qualquer cargo.
Nos píncaros da impopularidade, Lula não pode arcar sozinho com o ônus de não conseguir fechar as contas, mesmo porque o Congresso se recusa a cortar gastos. Assim, ressuscita o velho bordão do“nós contra eles” e de promove uma “polarização social” que pode sair caro.
Em seus dois primeiros mandatos, o petista criou programas sociais populistas, como Fome Zero, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida; neste, tenta ressuscitar o PAC e aposta num pacote de medidas tributárias eleitoreiras voltadas à população de baixa renda. Se a estratégia dará certo ou não, só as urnas dirão.
Lula vive um dilema hamletiano: ser ou não ser presidente da República. Para sê-lo de fato, ele precisaria vetar o aumento de cadeiras na Câmara dos Deputados; abstendo-se, joga no colo do Congresso o ônus da promulgação, como se omissão também não fosse pecado — o pecado de não fazer.
Os nobres deputados sustentam que as 18 cadeiras adicionais custarão "apenas" R$ 65 milhões a mais por ano, e que o custo será absorvido pelo orçamento da Câmara. Balela: cada deputado tem direito a R$ 38 milhões em emendas; somados os custos administrativos e operacionais, o acréscimo pode chegar a R$ 749 milhões anuais.
Alguém deveria lembrar essa caterva de que o Brasil não precisa de mais deputados, mas de menos impostos e políticos com vergonha na cara.
Para o rosbife, você vai precisar de:
— 1 peça de lagarto extralimpo (uma peça de 1,5 kg rende cerca de 10 sanduíches);
— ½ xícara (chá) de mostarda amarela;
— 4 dentes de alho grandes, bem socados;
— 1 cebola grande, picada;
— 1 colher (sopa) de ketchup;
— ½ xícara (chá) de molho inglês;
— Sal, pimenta-do-reino e molho pimenta (tipo Tabasco) a gosto.
Bata bem a carne e amarre com um barbante, de modo que ela assuma um formato arredondado. Unte com a mistura de temperos e deixe na geladeira por pelo menos 12 horas. Caso não disponha de um saco de marinada, use um recipiente com tampa, mas vire a peça de tempos em tempos, para que os condimentos sejam absorvidos por igual.
Sele a carne numa panela com óleo fervente. Quando ela estiver corada por todos os lados, leve ao forno por 1 ½ hora e borrife molho de mostarda diluído em 1/2 xícara chá de água a cada 15 ou 20 minutos. Deixe esfriar, coloque de volta na panela e regue com o restante do molho, adicionando água fervente até que todo o tempero que sobrou no fundo seja incorporado.
Deixe o rosbife no congelador por cerca de uma hora antes de cortá-lo em fatias bem fininhas, usando um fatiador de frios ou uma faca elétrica. Nesse entretempo, misture uma colher (sopa) de manteiga e outra de vinagre de vinho branco numa panelinha com um pouco de água quente, derreta quantidades iguais de queijo prato, suíço, gruyère e estepe (calcule 30 g de cada tipo por sanduíche) e corte pãezinhos franceses ao meio (no sentido horizontal).
Depois de fatiar o rosbife, retire o miolo da "canoa" superior, cubra a inferior com 5 ou 6 fatias de carne (cerca de 75 g) alinhadas no sentido transversal, coloque sobre elas 3 rodelas finas de tomate e 3 de pepino em conserva, encha a "canoa" superior com a pasta de queijo derretido, salpique orégano e corte os lanches ao meio, pela diagonal.
Os croquetes ficam para domingo que vem.