SE UM DIA SUA OPINIÃO FOR PIZZA, AÍ EU LIGO E PEÇO.
Dispor da ferramenta adequada é fundamental, sobretudo quando se sabe usá-la. Uma chave de rodas não transforma macaco em borracheiro, nem um bisturi faz de açougueiro um cirurgião. Da mesma forma, um livro de receitas e um avental não promovem A "chef" alguém que jamais fritou um ovo.
Vendedores de “churrasquinho de gato” transformam carnes pra lá de suspeitas em delícias suculentas, mas há pessoas que conseguem converter filé-mignon em sola de sapato. No entanto, um pouco de amor à arte e alguns macetes bastam para um cozinheiro de primeiro avental transmutar um simples bife de coxão-mole em uma verdadeira experiência gastronômica.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
As mensagens que fundamentaram o indiciamento de Bolsonaro e do filho Eduardo no inquérito que apura a tentativa de coagir o STF transformaram o crepúsculo do ex-presidente aspirante a golpista num espetáculo de falta de compostura: o filho Eduardo mandava um “vá tomar no cu” para o pai “ingrato do caralho” , dizia que Tarcísio “sempre esteve de braço cruzado vendo vc se fuder [sic] e se aquecendo para 2026”, e era chamado de “babaca que fala “merda” pelo “líder religiosos Silas Malafaia.
De contornos piromaníacos, o show adicionou ao inferno penal de Bolsonaro a perspectiva de uma segunda condenação antes mesmo do início do julgamento que conduzirá à primeira sentença, carbonizou a tríade “Deus, família e liberdade” e, de quebra, estimulou a banda conservadora da política a construir uma candidatura presidencial à margem do clã Bolsonaro.
O apreço pela religião virou pó nas conversas vulgares que Bolsonaro manteve com Malafaia. Nos áudios, o pastor faz as vezes de orientador político do “mito”. Deus perdeu-se no meio de frases nas quais o evangélico usou “caralho” como vírgula. Numa família tradicional, um filho jamais mandaria o pai “tomar no cu”, como fez Dudu Bananinha.
De resto, ficou evidente que a única liberdade que interessa aos protagonistas da troca de insultos é a de Bolsonaro, que a parceria com Trump visou a impunidade do réu-mor, e que o patriotismo escorreu pelo ralo quando Bolsonaro disse que o tarifaço de Trump só seria resolvido com a sua anistia.
Chamados dias atrás de "ratos" por Carlos Bolsonaro, os governadores que acalentam o sonho de chegar ao Planalto foram como que intimados pelas circunstâncias a se posicionar: ou tomam distância do ambiente tóxico, ou vão a 2026 como coadjuvantes de uma constrangedora ratocracia.
Fritar bifes comme il faut requer frigideira quente e carne em temperatura ambiente. Para evitar que os bifes tostem por fora e fiquem frios por dentro, retire-os da geladeira meia hora antes de preparar, tempere com sal e pimenta-do-reino dos dois lados na hora de fritar, aqueça a frigideira em fogo alto antes de colocar o azeite e só adicione os bifes (um por vez) quando a gordura começar a "chiar".
Deixe fritar por aproximadamente 2 minutos de um lado, sem mexer nem apertar, para não comprometer a formação de uma bela crosta dourada, vire usando uma pinça apropriada — ou, na falta dela, um pegador de salada (o garfo fura a carne, que perde sua suculência).
Quando começar a dourar, acrescente um dente de alho (amassado), alguns ramos de tomilho e uma colher de manteiga, regue com essa mistura aromática por cerca de um minuto, desligue o fogo e deixe descansar por 5 minutos (para que os sucos internos se redistribuam, deixando a carne mais macia e saborosa ao corte).
Quem acha que filé à parmegiana é um bife à milanesa com molho de tomate e uma fatia de muçarela deve achar que o Porsche 911 não passa de um Fusca metido a besta. Só que não. A receita em questão deriva da tradicional melanzane alla parmigiana, mas substitui a beringela por carne bovina empanada e é servida com arroz à grega e batatas-palha.
Para 4 pessoas, os ingredientes são:
— 4 bifes de filé-mignon (mas também pode ser coxão-mole, alcatra ou patinho);
— 2 ovos batidos;
— ½ xícara (chá) de farinha de trigo;
— 1 xícara (chá) de farinha de rosca;
— 1 xícara (chá) de molho de tomate (caseiro ou pronto);
— 200 g de muçarela fatiada ou ralada;
— Óleo (de girassol, canola ou amendoim) para fritar;
— Sal, pimenta-do-reino, parmesão ralado grosso e orégano a gosto;
— 4 fatias médias de presunto magro (opcional).
Tempere os bifes com sal e pimenta, deixe descansar por alguns minutos, passe na farinha de trigo, nos ovos batidos e na farinha de rosca (nessa ordem) pressionando bem.
Aqueça o óleo em fogo médio e frite os bifes até dourarem dos dois lados. Retire e escorra em papel-toalha. Transfira para um refratário (coloque-os lado a lado, evitando sobreposições), cubra com molho de tomate, depois com a muçarela.
Por fim, salpique o parmesão e o orégano, leve ao forno preaquecido a 200 °C por 10 minutos (ou até gratinar) e sirva.
Dicas:
1) A muçarela ralada derrete melhor que a fatiada.
2) Pode-se usar molho de tomate industrializado, mas o caseiro, com alho, cebola e manjericão, dá um toque especial.
3) Pré-assar os bifes por 20 minutos, acrescentar o molho, o queijo, os temperos, e levar ao forno para gratinar deixa a receita menos calórica.
4) Querendo incrementar, coloque uma fatia de presunto sobre cada bife e cubra com a muçarela ralada.
Bom apetite.