quinta-feira, 23 de outubro de 2025

DO TELEFONE DE D. PEDRO AO CELULAR (FINAL)

O PAPAGAIO COME O MILHO E O PERIQUITO LEVA A FAMA. 

A lógica segundo a qual "quanto mais funções o celular oferecer, melhor ele será" é uma meia-verdade: alguns recursos avançados impressionam na ficha técnica, mas oferecem pouca ou nenhuma utilidade prática no dia a dia.

Telas com taxa de atualização de 144 Hz ou superior, sensor de profundidade, resolução QuadHD, zoom digital de 100x, câmeras macro de 2 MP e gravação em 8K são bons exemplos de chamarizes publicitários com benefícios reais bastante limitados para a maioria dos usuários.

A diferença entre as resoluções QuadHD e Full HD é praticamente imperceptível a olho nu, especialmente em telas de 6 a 7 polegadas, que dominam o mercado. Além disso, o QuadHD consome mais bateria e exige mais do chip gráfico, já que operar nessa resolução demanda processamento visual extra. Assim, prefira modelos com resolução até Full HD+ e priorize características que realmente fazem diferença no uso diário, como processador, memória RAM, armazenamento interno e capacidade da bateria.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Desde que Donald Trump retornou à Casa Branca, as ruas roncaram três vezes. A maior mobilização ocorreu no último sábado, quando milhões de pessoas levaram sua insatisfação ao meio-fio, nos 50 estados americanos, com o slogan No kings (sem reis).

Na contramão da declaração de independência e da ratificação da constituição americana, Trump implantou em poucos meses uma monarquia particular, onde reina uma insensatez que desafia o mundo e os Estados Unidos. O desafio do mundo é sobreviver à irracionalidade, o da sociedade americana é detê-la.

O primeiro reinado de Trump foi um ensaio. Bem equipado, Trump 2º sentiu-se liberado para exorbitar. A campanha eleitoral foi um prenúncio do que estava por vir. Quando um tiro triscou sua orelha num comício, ele soou messiânico: "Deus poupou minha vida por um motivo. Esse motivo foi salvar nosso país." Meses depois, no discurso da vitória, esboçou o caráter monárquico de sua nova administração: "Os Estados Unidos nos deram um mandato poderoso e sem precedentes. Vou governar com um lema simples: promessas feitas, promessas mantidas."

O que Trump disse, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: "não conquistei o poder autocrático pela força; foi com a permissão do eleitorado que voltei à Casa Branca a despeito de ter sido condenado por dezenas de crimes e acusado de dezenas de outros cujos julgamentos foram paralisados pela vontade popular."

Cumprindo rigorosamente o que havia prometido, a calopsita alaranjada proporciona aos EUA um estilo autoritário de governo jamais visto nos quase 250 anos de história do país. Faz isso escorada na vontade da maioria do eleitorado americano, que exerceu com a máxima plenitude o direito de construir o seu próprio caminho para o inferno.

Embora pujantes, os protestos não devem deter o monarca laranja — em declaração à Fox News, sua emissora de estimação, sua alteza ironizou: "estão se referindo a mim como um rei. Eu não sou um rei". 

O lero-lero trumpista trata os atos como erupções de “ódio à América”, mas o asfalto revela-se o melhor antídoto contra a monarquia de Trump, e o fato de a efervescência sinalizar que a democracia ainda pulsa nos Estados Unidos já é um bom começo. Ou recomeço.

Mesmo para quem usa o celular como câmera fotográfica, o zoom digital de 100x (ou superior) encarece o aparelho sem entregar fotos melhores. Ao contrário do zoom óptico — que aproxima a imagem por meio da lente —, o zoom digital apenas "estica" os pixels, o que resulta em perda de qualidade, ruído e baixa definição. E o mesmo vale para telas de 144 Hz: embora a taxa de atualização influencie na fluidez da imagem — quanto maior o número, mais suave tende a ser a reprodução de vídeos, jogos e animações —, os ganhos se tornam praticamente imperceptíveis a partir de 120 Hz.

O sensor de profundidade, usado para criar o efeito de fundo desfocado no modo retrato, tem perdido relevância: muitos celulares atuais conseguem reproduzir esse efeito (muitas vezes com qualidade superior) apenas com software e Inteligência Artificial. Assim, na hora de escolher um novo aparelho, priorize uma boa câmera principal em vez de lentes auxiliares que funcionam apenas como sensor de profundidade.

Já as câmeras macro servem para fotografar objetos muito próximos, o que pode ser útil para entusiastas de fotografia. No entanto, se a lente tiver resolução de apenas 2 MP, as fotos serão de baixa qualidade, com muito ruído e pouca nitidez. Vale lembrar que muitos modelos já oferecem a função macro na própria câmera principal, com o auxílio da IA. Caso a presença de uma lente dedicada seja importante para você, verifique se ela tem, no mínimo, 5 MP, o necessário para garantir fotos aproximadas com boa qualidade.

Por fim, a gravação de vídeos em 8K oferece maior definição, mas também consome mais bateria e espaço de armazenamento. Além disso, ainda são poucos os televisores e monitores compatíveis com essa resolução. O 4K, formato mais utilizado atualmente, atende bem à maioria das necessidades. A diferença de nitidez entre vídeos gravados em 4K e 8K costuma ser pequena — ao contrário da diferença de preço, que pode ser bem significativa.

Boas compras.