SE VIVER É SONHAR, ACORDAR É MORRER.
Outubro, conhecido como mês das crianças, termina com o Halloween — cuja origem é incerta. Acredita-se que essa tradição tenha começado com o Samhain dos antigos celtas, que celebravam a passagem do ano em 31 de outubro.
Os Estados Unidos incorporaram a festa ao seu calendário por influência dos ingleses, e assim, na noite de 31 de outubro, casas e ruas são decoradas com temas “assustadores”, enquanto crianças fantasiadas de bruxas, múmias e fantasmas ameaçam pregar peças em quem lhes negar guloseimas.
O costume de pedir doces remonta à antiga tradição celta de oferecer comida para apaziguar os maus espíritos, e a vela dentro da abóbora tem origem no folclore irlandês. Quanto ao indefectível Jack-o'-lantern, reza a lenda que Jack era um beberrão que enganou o diabo e conseguiu escapar do inferno, mas não foi aceito no céu e passou a vagar pelas noites carregando uma lanterna improvisada — não feita com uma abóbora, mas com um nabo iluminado por uma brasa de carvão.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Em mandatos anteriores, Lula selecionava ministros para o Supremo levando em conta sobretudo os serviços que os indicados lhe poderiam prestar. Hoje, ele privilegia os serviços já prestados. Mantido esse padrão, o AGU Jorge Messias — o ˝Béssias˝ — é favorito na corrida pela vaga que se abriu com a aposentadoria precoce do ministro Barroso.
Béssias adiciona ao notório saber jurídico exigido pela Constituição os critérios do companheirismo e da lealdade prévia. Comandava a Subchefia de Assuntos Jurídicos do Planalto em 2016, quando Moro levantou o sigilo do célebre grampo em que Dilma avisou a Lula que "Béssias" estava a caminho, levando o ato de sua nomeação para a Casa Civil. Revogado por Gilmar Mendes, o termo de posse perdeu o efeito. Dilma foi deposta meses depois, e Lula foi para a cadeia em abril de 2018. Numa entrevista de 2019, o ex-presidente Temer declarou que a gerentona de araque teria concluído o mandato se Lula fosse chefe da Casa Civil.
Em 2023, quando sinalizou que indicaria seu advogado na Lava-Jato, o xamã petista disse que "todo mundo compreenderia": "É meu amigo, meu companheiro." Ao vestir a toga em Flávio Dino, declarou: "Sempre sonhei que deveríamos ter na Suprema Corte um ministro com a cabeça política".
Há sobre a mesa nomes alternativos, como os do senador Rodrigo Pacheco e do ministro do TCU Bruno Dantas, mas são ˝azarões˝ — fala-se em Fernandinho Beira-Mar e Marcola, mas isso não passa de intriga da oposição.
As escolhas companheiras excitam o bolsonarismo. Mas a oposição cobra virtude sentada nos próprios vícios. Bolsonaro dispensou os pudores ao referir-se a Nunes Marques como "10% de mim dentro do Supremo". Com André Mendonça, elevou a gorjeta para 18%, mas errou na conta: "Agora, tem dois ministros que representam 20% daquilo que gostaríamos que fosse decidido e votado".
No fundo, esquerda e direita querem as mesmas coisas: uma maioria de magistrados leais, uma Procuradoria que denuncie crimes alheios e um Supremo que prenda os outros, soltando os seus. No entanto, depois que a toga repousa sobre o ombro do escolhido, a lealdade tende a virar uma abstração.
Voltando às gostosuras, a pipoca caramelizada agrada a crianças de todas as idades — sobretudo às que já têm, ou ainda têm, dentes para mastigar. Vestígios do milho Zea mays everta encontrados em cavernas no México sugerem que a pipoca já fazia sucesso milhares de anos antes de se tornar a estrela das sessões de cinema. Hoje, o consumo dessa guloseima e de refrigerantes responde por mais de 80% da receita das salas de exibição.
Em 1981, a gigante americana General Mills registrou a primeira patente de pipocas de micro-ondas. Considerando que um balde de pipoca e um refrigerante grande chegam a custar cerca de R$ 50 nos cinemas, enquanto um pacote de 100 gramas de pipoca com cobertura de manteiga para micro-ondas sai por volta de R$ 5, e um pacotinho de 400 gramas de milho premium custa cerca de R$ 7 — mas rende muito mais — assistir a filmes por streaming comendo pipoca sai bem mais barato que ir ao cinema.
Voltando à pipoca caramelizada, trata-se de uma versão em que uma calda de açúcar espessa e brilhante confere um sabor doce e crocante irresistível. Você vai precisar de:
3 colheres (sopa) de milho para pipoca
3 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de água
2 colheres (sopa) de óleo (ou azeite, ou manteiga)
Aqueça o óleo numa panela em fogo baixo, acrescente o milho, tampe e sacuda de tempos em tempos. Quando o intervalo entre os estouros for superior a 3 segundos, desligue o fogo, transfira as pipocas para uma travessa e reserve.
Na panela vazia, derreta o açúcar, mexendo para que não grude. Quando a calda estiver dourada, retire a panela do fogo, junte a pipoca e mexa delicadamente com uma espátula até que todas estejam envolvidas pela calda. Sirva em seguida.
Bom proveito!