O ESPERANTO É A
LÍNGUA UNIVERSAL QUE NÃO SE FALA EM LUGAR NENHUM.
Computadores só entendem linguagem de máquina: mesmo quando trabalhamos com textos, figuras, músicas, vídeos, animações e comandos operacionais, eles manipulam e processam os dados na forma de zeros e uns (para mais detalhes, clique aqui e aqui).
O sistema
binário (que é a base para a Álgebra Booleana) opera com apenas dois
algarismos (0 e 1), embora seja possível codificar
qualquer valor decimal dividindo-o sucessivamente por dois, marcando zero
quando o resultado for exato e um se sobrar resto e, ao final, lendo esses zeros
e uns de trás para diante, como se vê na figura acima, onde o decimal 45
resulta no binário 101101 (para saber mais, clique aqui).
Observação:
Se você tem interesse nesse tema, não deixe de ler os artigos sobre Lógica
Digital e Álgebra Booleana de Benito Piropo – um dos
mais respeitados colunistas de informática do Brasil –, começando por este aqui. Se não
for a sua praia, as considerações a seguir e as informações adicionais para as
quais remetem os links que eu incluí no texto são suficientes para dar uma
ideia elementar.
A Lógica Digital se baseia em operações onde VERDADEIRO e FALSO são os únicos valores possíveis, de modo que, para tomar decisões, o computador simplesmente gera equações lógicas e as resolve com auxílio das operações NOT, AND, OR, NAND, NOR e XOR. Para facilitar a compreensão, vou simplificar um exemplo usado pelo Mestre Piropo, no artigo cuja leitura eu sugeri linhas atrás:
Imagine
que você resolve ir à praia, mas somente no caso de não chover. Então, a
decisão (ir à praia) depende da condição (estar chovendo), o que resulta na
equação lógica (vou à praia) = [NOT (estar chovendo)], onde o valor da
condição (estar chovendo) pode ser verdadeiro ou falso. Se não chover, teremos (Está
chovendo) = (FALSO), portanto [NOT (está chovendo)] = [NOT (FALSO)] =
VERDADEIRO, e o resultado será (vou à praia) = VERDADEIRO (decisões
mais complexas dependem da combinação de valores de duas ou mais condições, mas
isso já é outra conversa).
O ideal seria seguir discorrendo sobre transistores e a possibilidade de
combiná-los para criar dispositivos capazes de emular operações lógicas e tomar
decisões, mas isso exigiria detalhar alguns aspectos básicos de eletrônica
digital, o que foge aos propósitos e possibilidades desta postagem.
Um bom dia a
todos e até a próxima.
A MORTE, A DEMAGOGIA E O PROSELITISMO POLÍTICO
Durante o velório da esposa, no último sábado, Lula proferiu um discurso emocionado, regado a lágrimas. É compreensível. Mesmo que a ex-primeira-dama já tivesse soprado sua 66ª velinha, fosse hipertensa, portadora de um aneurisma, sedentária e fumante, sua morte foi inesperada. Mas o imprevisto costuma ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos. E como a vida segue para quem fica, o show tem de continuar. Mais do que ninguém, o molusco abjeto sabe disso ― e se aproveita disso, como veremos mais adiante.
A imprensa concedeu ampla cobertura à desgraça que se abateu sobre o Clã Lula da Silva. Nas redes sociais, mensagens de solidariedade, pêsames e congêneres dividiram espaço com posts publicados por gente que não morre de amores por Lula, pelo PT ou por dona Marisa. Alguns resvalaram do mau gosto para o grotesco, o que é indesculpável, mas ainda assim compreensível.
A MORTE, A DEMAGOGIA E O PROSELITISMO POLÍTICO
Durante o velório da esposa, no último sábado, Lula proferiu um discurso emocionado, regado a lágrimas. É compreensível. Mesmo que a ex-primeira-dama já tivesse soprado sua 66ª velinha, fosse hipertensa, portadora de um aneurisma, sedentária e fumante, sua morte foi inesperada. Mas o imprevisto costuma ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos. E como a vida segue para quem fica, o show tem de continuar. Mais do que ninguém, o molusco abjeto sabe disso ― e se aproveita disso, como veremos mais adiante.
A imprensa concedeu ampla cobertura à desgraça que se abateu sobre o Clã Lula da Silva. Nas redes sociais, mensagens de solidariedade, pêsames e congêneres dividiram espaço com posts publicados por gente que não morre de amores por Lula, pelo PT ou por dona Marisa. Alguns resvalaram do mau gosto para o grotesco, o que é indesculpável, mas ainda assim compreensível.
Militantes de esquerda em geral e puxa-sacos em particular relembraram a infância pobre da falecida, que estudou somente até a 7ª série, começou a trabalhar aos 9 anos, enviuvou do primeiro marido aos 20, liderou a marcha pela libertação do segundo ― preso durante as greves do ABC no fim da década de 70 e começo da de 80 ―, costurou a primeira bandeira do PT, apoiou o comandante da ORCRIM nas campanhas; enfim, pintaram-na como uma Amélia melhorada, com a inteligência de Marie Curie, a abnegação de Madre Teresa, a têmpera de Margaret Thatcher e a fleuma de Hillary Clinton (no episódio Monica Lewinsky).
Curiosamente, porém, ninguém mencionou que essa “quintessência da virtude” deixou patente ― bem antes de o escândalo do mensalão vir à tona ― a notória incapacidade petista de separar o público do privado, mandando plantar no gramado do Alvorada um canteiro de flores vermelhas no formato da estrela símbolo do partido. Tampouco foi lembrado que ela ― muito convenientemente ― teria “fechado os olhos” (aqui metaforicamente) para o affair do marido com Rosemary Noronha (entendeu agora o que eu quis dizer com a “fleuma de Hillary”?).
Rose ― como a
“segunda-dama” era chamada pelos puxa-sacos do sapo barbudo ― foi apresentada ao
então líder sindical Lula pelo
“cumpanhêro” José Dirceu. O “caso”
teria começado na década de 90, mas só viria a público em 2012, quando a PF deflagrou a Operação Porto Seguro. Nesse entretempo, a moçoila acompanhou “O Chefe” ― ou “Deus”, como costumava se referir ao então presidente ― em pelo
menos 32 viagens oficiais. Seu nome não constava do manifesto de voo e o casal
não compartilhava a mesma suíte, naturalmente, mas ela ficava nos melhores
hotéis, comia do bom e do melhor em restaurantes estrelados e, segundo Leo Pinheiro, recebia R$ 50 mil por mês da OAS (também a pedido do petista, o empreiteiro
incluiu o marido da figura na folha de pagamento da empresa).
Quando a história ganhou notoriedade, o repórter Thiago Herdy e o jornal O Globo entraram na Justiça com um
pedido de quebra do sigilo dos gastos de Rose
no cartão corporativo da Presidência, mas o STJ empurrou a coisa com a barriga. Em 2014, quando o movimento “Volta, Lula” ganhou corpo, Dilma ― que “fez o diabo” para se
reeleger ― ameaçou divulgar as despesas da concubina real, levando o petralha a
recuar.
Observação: Segundo o jornalista Cláudio Humberto, do site Diário
do Poder, os gastos com cartões corporativos no período de 2003 a 2015
somaram R$ 615 milhões (mais de R$ 51 milhões por ano), enquanto que,
no último ano do governo FHC, a
conta foi de “apenas” R$ 3 milhões.
A farra chegou a tal ponto que um alto funcionário do Ministério das
Comunicações chegou a pagar duas mesas de sinuca com o cartão corporativo, que
também foi usado por seguranças da “primeira-família”, em SBC, para pagar
equipamentos de musculação e materiais de construção para Lurian, filha de Lula.
Em setembro de 2013, o jornalista Augusto Nunes publicou em sua coluna:
"Neste sábado, Lula
completará 288 dias de silêncio sobre o escândalo que protagonizou ao lado de Rosemary Noronha. Ele parece ainda
acreditar que o Brasil acabará esquecendo as bandalheiras que reduziram a
esconderijo de quadrilheiros o escritório da Presidência da República em São
Paulo. No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, a edição
de VEJA tratará de reiterar
que a memória da imprensa independente não é tão leviana. As revelações
contidas nas quatro páginas tornarão mais encorpada e mais cinzenta a pilha de
perguntas em busca de resposta. Por exemplo: quem está bancando os honorários
do oneroso exército de advogados incumbido de livrar de punições judiciais
a vigarista de estimação do ex-presidente? Num depoimento à Polícia Federal, Rose não conseguiu explicar como
comprou o muito que tem com o pouco que ganha. De onde vem o dinheiro consumido
pela tropa de bacharéis que cobram em dólares americanos? Lula sabe”. Segue um excerto da matéria: A discrição nunca foi uma
característica da personalidade de Rosemary
Noronha. Quando servia ao ex-presidente em Brasília, ela era temida. Em
nome da intimidade com o “chefe”, fazia valer suas vontades mesmo que isso
significasse afrontar superiores ou humilhar subordinados. Nos eventos
palacianos, a assessora dos cabelos vermelhos e dos vestidos e óculos sempre
exuberantes colecionou tantos inimigos — a primeira-dama não a suportava — que
acabou sendo transferida para São Paulo. Mas caiu para cima. Encarregada de
comandar o gabinete de Lula de 2009 a 2012, Rose viveu dias de soberana e reinou até ser apanhada pela Polícia
Federal ajudando uma quadrilha que vendia facilidades no governo. Ela usava a
intimidade que tinha com Lula para
abrir as portas de gabinetes restritos na Esplanada. Em troca, recebia pequenos
agrados, inclusive em dinheiro. Foi demitida, banida do serviço público e
indiciada por crimes de formação de quadrilha e corrupção. Um ano e meio após
esse turbilhão de desgraças, no entanto, a fase ruim parece ter ficado no
passado. Para que isso acontecesse, porém, Rosemary
chegou ao extremo de ameaçar envolver o governo no escândalo."
Voltemos ao discurso emocionado de Lula no velório da esposa. Ao se referir
à investigação contra eles no âmbito Lava-Jato, sua insolência disse que ambos
foram vítimas de injustiça, que a esposa morreu “triste com a maldade que
fizeram com ela”, e que espera que “os facínoras que fizeram isso com ela um
dia peçam desculpas” e blá, blá, blá. Confira um trecho do comício:
“Se alguém tem medo de
ser preso, este que está aqui, enterrando sua mulher hoje, não tem. Não tenho
que provar que sou inocente. Eles que precisam dizer que as mentiras que estão
contando são verdadeiras. Marisa foi mãe, foi pai, foi tia, foi tudo; eu e ela
nunca brigamos. Marisa
nunca pediu um vestido, um anel. Eu vou continuar agradecendo à Marisa até o
dia que eu não puder mais agradecer, o dia em que eu morrer. Espero encontrar
com ela, com esse mesmo vestido que eu escolhi para colocar nela, vermelho,
para mostrar que a gente não tinha medo de vermelho quando era vivo, e não
tinha medo de vermelho quando morre”.
Tocante? Para os sentimentaloides, talvez; para mim, não. E,
pelo visto, nem para o líder do DEM
no Senado, Ronaldo Caiado, para o
economista e colunista Rodrigo
Constantino, para a jornalista Joice
Hasselmann ― que sintetizou de maneira irreprochável, neste
vídeo de 6 minutos, o que eu penso da desfaçatez do viúvo que
transformou esquife em palanque (e foi aplaudido pelos micos amestrados de
costume) ― e tantos outros que leram nas entrelinhas a monstruosidade moral de
um safardana nauseabundo, capaz de usar o AVC da mulher para fazer proselitismo
político.
Não dá para ter dó de um desqualificado dessa catadura.
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