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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

PREVENIR ACIDENTES É DEVER DE TODOS (OU: QUEM AVISA AMIGO É)

VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT.

Há quem diga que a sorte só bate à porta uma vez e quem diga que às vezes a vida nos dá uma segunda chance, mas se a aproveitamos ou não, aí é outra conversa.


Em tempos de polarização exacerbada e com as eleições se aproximando, é comum a gente falar ou escrever algo ditado pelo fígado, sem ouvir a voz da razão. Aliás, isso me lembra um filme no qual o protagonista se arrepende de postar uma carta (os detalhes não vêm ao caso) e se vê em em apuros quando tenta recuperá-la da caixa de correio. 

 

O correio tradicional foi superado pelo email, que foi superado por apps mensageiros, como o onipresente WhatsApp, onde digitamos a mensagem, tocamos na setinha verde e...  um abraço. O o Gmail oferece uma espécie de cláusula de arrependimento, mas é preciso ser rápido no gatilho para selecionar a opção "Desfazer", que fica disponível por poucos segundos.

 

Tudo seria diferente se pudéssemos simplesmente voltar no tempo e virar à esquerda na encruzilhada da vida em que optamos por dobrar à direita. Como eu mencionei na sequência publicada sob o título A Computação Quântica e a Viagem no Tempo (se você não leu, clique aqui para acessar o capítulo de abertura), viagens no tempo, recorrentes nos livros e filmes de ficção científica, são uma possibilidade que a Teoria da Relatividade de Einstein até admite, mas com ressalvas.

 

O deus grego Cronos devorava os próprios filhos, daí usarmos o termo “cronológico” para situar os eventos em nossa linha temporal. Digo "nossa" porque não sabemos ao certo se o tempo passa para nós, se nós passamos por ele, ou mesmo se o tempo é apenas um conceito criado para colocar alguma ordem no caos. Mas "vajamos" rumo ao futuro desde o instante em que nascemos e "visitamos" o passado quando olhamos as estrelas (o que vemos no céu é a luz que elas emitiram há dezenas, centenas, milhares, milhões, ou mesmo bilhões de anos). 

 

Até não muito tempo atrás, achava-se que a "seta termodinâmica do tempo" só apontava para o futuro, já que quando dois corpos ou sistemas com temperaturas diferentes são colocados em contato (como quando se adiciona gelo a uma bebida) o mais quente esfria e o mais frio esquenta, até o equilíbrio termodinâmico ser alcançado (esse fenômeno foi batizado de "seta do tempo", ou, tecnicamente, "seta termodinâmica do tempo", pelo astrônomo britânico Arthur Eddington). 


A Segunda Lei da Termodinâmica explica porque um vaso que cai e se parte em mil pedaços não volta intacto a seu pedestal, mas experimentos combinando teorias quânticas com termodinâmica levaram à termodinâmica quântica, à luz da qual é possível inverter a seta termodinâmica do tempo usando dois sistemas quanticamente correlacionados e com temperaturas distintas (fenômeno corriqueiro no microuniverso dos átomos e suas partículas, onde núcleos atômicos desempenham os papeis de "corpo quente" e "corpo frio"). Quando os dois sistemas interagem entre si, o mais frio esfria e mais quente esquenta, contrariando a seta termodinâmica do tempo e, por conseguinte, a Segunda Lei da Termodinâmica. Em tese, isso significa que o tempo pode, sim, andar para trás — pelo menos no diminuto universo atômico e subatômico.

 

O espaço-tempo é uma espécie de pano de fundo para todos os fenômenos do Universo, onde o trânsito pelas três dimensões espaciais se dá por "vias de mão dupla". Mas na quarta dimensão — que acontece de ser justamente a do tempo — essa via é de mão única. Ou seria. Talvez a seta do tempo não precise "apontar" necessariamente para o futuro, e talvez um dia as viagens no tempo se tornem tão corriqueiras quanto os voos internacionais (que eram uma possibilidade inconcebível até o início do século passado). 


Os físicos veem o tempo como algo que permite a evolução de um fenômeno, daí ser inexata a "Marcha do Progresso" (vide figura que ilustra esta postagem). Mas o tempo é o que está por trás de um fluxo de eventos sucessivos. Se assumirmos que esse fluxo ocorre numa direção preferencial, o que aconteceu ontem impõe restrições ao que acontece hoje. E "esse hoje", quando deixa de existir (isto é, quando vira ontem), impõe novos limites ao novo presente (ou futuro, como queiram). Pelo fato de esse fluxo rumo ao futuro depender do presente que virou passado, o Universo evolui lentamente, sempre com o tempo impondo limites ao que pode acontecer.

 

O tempo é isso, familiar e íntimo, e sua força nos arrasta”, anotou o físico italiano Carlo Rovelli no livro A Ordem do Tempo. Rovelli tem como campo de pesquisa a Gravidade Quântica em loop, que descreve a gravidade em níveis subatômicos, o que permite descrever o tempo quanticamente e teorizar sobre sua ausência. Comprovar essas teorias talvez seja apenas uma questão de tempo, mas onde há um físico teórico sempre existe uma possibilidade — a princípio teórica, pois a palavra final cabe aos físicos experimentais. 

 

Da feita que "shit happens" e a viagem ao passado ainda não é possível, leia, releia e torne a ler os emails e as mensagens de WhatsApp antes de clicar em "Enviar". Prevenir acidentes é dever de todos, e quem avisa, amigo é.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 45ª PARTE — SETAS DO TEMPO: DA SIMETRIA QUÂNTICA À DESORDEM CÓSMICA

SE NÃO FOSSE A LUZ, NÃO EXISTIRIA SOMBRA.

Nossos antepassados começaram a contar o tempo quando perceberam padrões no amanhecer, no anoitecer, nas fases da Lua e nas mudanças sazonais. Há cerca de 5.000 anos, os egípcios criaram um calendário baseado na observação da estrela Sirius. Mais ou menos na mesma época, os sumérios dividiram o ano em 12 meses de 30 dias. Em 1582, o papa Gregório XIII substituiu o calendário solar que Júlio César implementou em 46 a.C. pelo modelo hoje adotado oficialmente por 189 dos 193 países-membros da ONU.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Pelo andar da carruagem, Bolsonaro e outros 7 integrantes do núcleo crucial do golpe conhecerão suas penas na próxima sexta-feira. Até lá, haja antiácido, plasil e pantoprazol, pois o assunto continuará em destaque nos telejornais, assim como as manobras dos parlamentares bolsonaristas para pautar uma proposta de anistia que contemple também — e principalmente — o ex-presidente e seus asseclas de alto coturno.

Se a anistia fosse um filme, ele se chamaria "O Exterminador do Futuro". Na saga original, Schwarzenegger é enviado ao passado para matar a mãe de um líder revolucionário que incomoda o governo no presente — se o inimigo não nascer no passado, o problema deixa de existir no futuro. A proposta de anistia dos bolsonaristas segue a mesma lógica: enviar para o arquivo morto os inquéritos sobre fake news e milícias digitais, usados por Xandão como incubadoras, daria cabo de todos os problemas criminais de Bolsonaro et caterva. 

A proposta perdoaria todos aqueles que "tenham sido ou estejam sendo ou, ainda, eventualmente, possam vir a ser investigados, processados ou condenados" por crimes variados, inclui desde o complô golpista de Bolsonaro ao atentado à soberania nacional do filho Eduardo, passando pelo custeio de acampamentos de quartel e pelo quebra-quebra de 8 de janeiro.

A falta de limites do bolsonarismo ultrapassou todos os limites. Inclusive os do Centrão, pois o projeto apaga "todas as inelegibilidades já declaradas ou que venham a ser declaradas pela Justiça Eleitoral contra os anistiados. Bolsonaro, dodói e entristecido, voltaria a ser um presidenciável "imbrochável", estalando de novo. Tarcísio de Freitas, afilhado político do xamã golpista, estendeu a mão para a facção pró-anistia, mas descobriu que o bolsonarismo quer o braço, o tronco, a alma... 

A sorte é que o absurdo deve ser barrado — sob pena de todos os malfeitores se reunirem e mandarem um novo Schwarzenegger voltar 525 anos no tempo, aguardar na praia pela chegada da primeira caravela e exterminar Cabral e sua trupe.

Embora os relógios de sol e clepsidras tenham evoluído para sofisticados modelos atômicos, a ciência ainda não consegue explicar plenamente o que é o tempo. No século XVII, Isaac Newton comparou-o a uma flecha disparada de um arco, viajando em linha reta e velocidade constante. No  seu entender, a velocidade da luz podia variar, mas o tempo era constante e imutável em qualquer ponto do Universo.

Em 1905, Albert Einstein propôs que o tempo e o espaço são partes de uma única estrutura — o espaço-tempo. Segundo ele, com exceção da velocidade da luz, tudo é relativo no Universo, e a passagem do tempo varia conforme a velocidade do observador e a intensidade do campo gravitacional ao qual ele está submetido. Isso foi comprovado experimentalmente nos anos 1970, quando pesquisadores colocaram quatro relógios atômicos a bordo de aviões que deram a volta ao mundo, primeiro para o leste, depois para o oeste, e observaram um atraso de 59 nanossegundos e um avanço de 273 nanossegundos, respectivamente, em comparação com o padrão do Observatório Naval dos EUA.

De acordo com o astrônomo britânico Arthur Eddington, a "seta do tempo" aponta para o futuro quando a entropia aumenta e para o passado quando ela diminui. Até onde se sabe, a entropia só aumenta — ou seja, estruturas ordenadas perdem sua ordem, vasos de porcelana viram cacos e, por aí vai —, exceto nos sistemas quânticos, onde ela permanece constante quando tudo é deixado ao acaso. 

ObservaçãoOutra teoria sugere que o Universo “puxa” o tempo conforme se expande, e como o tempo e o espaço formam uma estrutura única, eventual reversão da expansão cósmica faria com que o espaço se contraísse e o tempo retrocedesse.

Ainda que as leis da física clássica sejam simétricas no tempo, os fenômenos termodinâmicos que observamos no cotidiano não são. Mas essa aparente contradição é resolvida quando se considera que o Universo começou num estado de entropia extremamente baixa, mas que vem aumentando sua desordem desde então. Mais que as próprias leis da física, esse ponto de partida incomum pode ser o verdadeiro responsável por termos uma seta do tempo. E como ninguém jamais viu os cacos de um vaso quebrado se rearranjarem espontaneamente, a experiência cotidiana reforça a ideia de que essa seta aponta somente para o futuro.

Se a seta do tempo aponta sempre da entropia menor (passado) para a maior (futuro), mesmo nos sistemas quânticos inicialmente ordenados, conclui-se que a entropia cresce até atingir um estado total de desordem. No entanto, segundo o físico John von Neumanna entropia de um sistema quântico não pode mudar, e se ela permanece sempre a mesma, não é possível saber se o tempo está correndo para frente ou para trás.


Essas considerações são irrelevantes ao lidar com sistemas quânticos elementares — como o átomo de hidrogênio, com um único elétron —, mas tornam-se cruciais quando se estuda sistemas com muitas partículas. Nestes casos, é preciso conciliar a teoria quântica com a termodinâmica, o que pode ser tão complicado quanto unificar a Relatividade e a Mecânica Quântica e combinar a gravidade com as outras três forças fundamentais da natureza. Por outro lado, talvez isso também seja apenas uma questão de tempo. 


Continua...

sábado, 29 de março de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 12ª PARTE

O SOL QUE DESPONTA TEM QUE ANOITECER.

A possibilidade de o tempo não ser uma linha reta é uma das questões mais debatidas e desafiadoras da física teórica e da filosofia. Várias teorias exploram essa ideia, algumas baseadas na relatividade de Einstein e outras na existência de dimensões extras e universos paralelos.
 
Einstein demonstrou como a gravidade pode "curvar" o espaço-tempo, afetando a passagem em regiões sujeitas à uma intensa atração gravitacional — como o horizonte de eventos de um buraco negro, onde o tempo se desacelera em relação a áreas mais afastadas. Isso, por si só, não atesta a reversibilidade do tempo, mas confirma que ele não é absoluto e pode ser influenciado por massas e energias extremas.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Nesta quarta-feira, Bolsonaro e outros 7 denunciados por tentativa de golpe de Estado foram convertidos em réus pela 1ª Turma do STF, a despeito dos esforços de seus advogados, todos criminalistas experientes, conhecidos por atuar em casos como o do mensalão e da Lava-Jato.
Demóstenes Torres, que defende o ex-comandante da Marinha, é procurador aposentado do Ministério Público de Goiás. Ele teve o mandato de senador cassado em 2012, suspeito de ter recebido R$ 3,1 milhões do bicheiro Carlinhos Cachoeira.  
Celso Sanchez Vilardi, que coordena a equipe jurídica de Bolsonaro desde janeiro, atuou nas defesas de empresários investigados em operações como Lava-Jato e Castelo de Areia e defendeu o empresário Eike Batista e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no caso do mensalão.
José Luis Oliveira Lima, advogado do general Braga Netto, defendeu o petista José Dirceu no caso do mensalão. 
Eumar Novacki, advogado de Anderson Torres, foi secretário da Casa Civil do governador do DF Ibaneis Rocha e secretário-executivo do Ministério da Agricultura na gestão Michel Temer. 
Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, que defende Alexandre Ramagem, foi advogado do PRD, atuou na Assessoria Jurídica Eleitoral do MPF e nas campanhas eleitorais do PT.
Andrew Fernandes Farias, que defende o general Paulo Sérgio Nogueira, é especialista em ações envolvendo a Justiça Militar e presidiu Comissão de Direito Militar da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal.
Sem comentários.
 
A Teoria das Cordas (sobre a qual já falamos em outras oportunidades) propõe que, além das três dimensões espaciais e uma temporal que percebemos, existem dimensões extras onde o tempo pode ser manipulado de maneiras que ainda não compreendemos. Isso levanta a possibilidade de curvaturas ou acessos não-lineares ao tempo em certos pontos do universo.
 
A Teoria do Big Bounce sugere que o Universo passa por ciclos de expansão e contração, tornando o tempo uma sucessão de "recomeços" após cada colapso cósmico, em vez de uma linha contínua. Dessa forma, a história cósmica seria cíclica, e o tempo, uma sequência de eventos recorrentes em escalas cosmológicas.
 
Um dos desafios para a viagem no tempo é a manipulação da entropia (sobre a qual também já falamos), que tende a aumentar, estabelecendo a "seta do tempo" do passado (baixa entropia) para o futuro (alta entropia). Para reverter esse fluxo, seria necessário encontrar uma forma de reduzir localmente a entropia, um conceito fundamental na criação de buracos de minhoca — atalhos cósmicos que supostamente conectam diferentes épocas ou regiões do espaço-tempo, mas exigem condições extremas, como a existência de matéria exótica.

Entre teorias e experimentos, há propostas para todos os gostos, da confirmação da seta do tempo até a demonstração de que o futuro afeta o passado. Há até quem sustenta que a causalidade não se aplica no reino quântico. Considerar que o futuro surge do presente implica aceitar um presente "fixo", ao menos no momento específico chamado presente. 

A professora Joan Vaccaro, da Universidade Griffith, buscou demonstrar em suas equações que não existe "fixidez", só o fluxo que empurra o passado para o futuro impulsionado pela "agitação" intrínseca do mundo subatômico. Se confirmadas, suas equações poderiam redefinir nossa compreensão sobre a dinâmica temporal e abrir novas perspectivas para o estudo das viagens no tempo. 
 
O futuro pode ser mais maleável do que imaginamos, mas as chaves para essa compreensão ainda estão escondidas nos mistérios da física quântica.
 
Continua...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 4ª PARTE

A TRAGÉDIA DA VIDA É QUE FICAMOS VELHOS CEDO DEMAIS E SÁBIOS TARDE DEMAIS
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Entropia significa "desordem em um sistema físico". Um vaso sobre a mesa é um exemplo de baixa entropia; se ele cai e se espatifa, a entropia cresce de maneira irreversível, pois os cacos não se juntam espontaneamente. 

Uma vez que a entropia de um sistema só aumenta, conclui-se que a seta do tempo só aponta para o futuro. Mas os princípios da termodinâmica foram estabelecidos estabelecidos no século XIX com base em máquinas a vapor, e não se aplicam ao Universo infinito, onde o que define a passagem do tempo não é o aumento da entropia, mas a expansão do cosmos em todas as direções.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A condenação de Bolsonaro já não é uma questão de "se", mas de "quando". O capetão e seus advogados recorrem ao jus sperniandi. É função dos causídicos defender seus clientes, mas daí a insultar a inteligência alheia vai uma longa distância. Diante do calhamaço de provas coletadas pela PF, alegar que o indiciamento e a denúncia se basearam unicamente na delação de Mauro Cid é pura ficção. 
O argumento segundo o qual o golpe não passou dos atos preparatórios não faz sentido. Como bem anotou Paulo Gonet, "quando um presidente reúne a cúpula das Forças Armadas para expor planejamento minuciosamente concebido para romper com a ordem constitucional, tem-se ato de insurreição em curso". Mais próximo da cadeia que da urna e sem perspectivas no Judiciário, Bolsonaro se agarra à proposta da anistia — que subiu no telhado com a denúncia — como um náufrago que abraça um jacaré imaginando tratar-se de um tronco.
A capacidade de se iludir tornou-se vital para o ex-presidente, que, mimetizando o comportamento adotado por Trump e Lula na época em que fizeram suas excursões pelos nove círculos do inferno, alega ser vítima de perseguição política. A um passo do banco dos réus, age como se estivesse prestes a repetir seu ídolo retomando o trono, mas a legislação americana permitiria que Trump governasse de dentro da cadeia, ao passo que a inelegibilidade proibiria o "mito" de pedir votos mesmo que ainda estivesse solto em 2026. Para não ser trocado por um Plano B da direita, ele tenciona repetir tudo o que condenou no arquirrival petista em 2018 — Lula só autorizou o PT a substituir seu nome pelo de Haddad quando o TSE finalmente negou o registro de sua candidatura, e o capetão, marchando rumo à prisão, diz que levará sua candidatura ao TSE em 2026. Se colocassem a cara na vitrine, as alternativas do conservadorismo inibiriam a manobra. Ficando na encolha, os devotos atribuem ao "mito" a mística de um messias, abençoando com suas orações a futura ascensão à cabeça de chapa de um vice extraído do bolso do colete ou da árvore genealógica da Famíglia Bolsonaro.
O sigilo da delação de Muro Cid foi levantado na quarta-feira, comprovando que a higidez da denúncia contra o alto-comando do golpe não se escora somente no suor de um dedo, mas também em testemunhos de ex-comandantes militares, áudios, vídeos, mensagens, documentos e o diabo a quatro. Cid pediu perdão judicial em troca da delação e a extensão dos benefícios ao pai, à mulher e à filha. O tamanho do prêmio, que será definido no final do julgamento, depende do peso que os ministros da 1ª Turma do STF atribuírem à colaboração. 
A PF já indiciou Cid nos inquéritos da falsificação de cartões de vacinas, do roubo das joias e da tentativa de golpe. Conforme o avanço das apurações, os investigadores se deram conta de que ele revelava mais do que gostaria e muito menos do que sabia. A PF chegou a pedir a revogação do acordo, mas a PGR o avalizou, e o colaborador virou fornecedor de material para a construção de questões processuais da defesa do ex-chefe. Mas já está entendido que ele se tornou um delator menos premiado do que ele próprio gostaria.

O conceito de seta do tempo surgiu da diferença de entropia entre o passado e o futuro. Ainda não se sabe exatamente como ela emerge das interações entre partículas. Na escala microscópica, onde tudo é muito "fluido", o tempo pode ser um conceito relativo, e diversos experimentos já demonstraram a reversão do fluxo temporal. Já na escala humana, nem um vaso quebrado "se desquebra", nem uma pedra jogada no lago pula de volta para a mão de quem a jogou.

A tendência do Universo para a entropia sugere que o tempo flui do passado para o futuro, mas as leis da física não embasam essa interpretação, as equações de Einstein não definem um sentido único para a "seta do tempo" e tampouco se sabe onde fica a fronteira entre um tempo que não tem preferência de rumo e um tempo que nunca flui para o passado. 

Dada a possibilidade de o tempo avançar ou retroceder de forma não linear, a manipulação do fluxo temporal tem implicações diretas sobre a compreensão dos buracos de minhoca e outras estruturas cósmicas que, permitindo, em tese, as tão sonhadas viagens no tempo e fortalecendo teorias como as do multiverso e dos múltiplos mundos, onde realidades alternativas podem coexistir.

À luz da relatividade, voltar ao passado é matematicamente admissível (mesmo que em circunstâncias muito específicas), e a teoria dos universos paralelos oferece uma possível solução para os paradoxos temporaisMas a pergunta que se coloca é: será que o tempo existe realmente ou não passa de uma convenção criada para facilitar a compreensão da realidade?  

Continua...

terça-feira, 6 de agosto de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE VIII)

vivemos tempos estranhos quando os fatos se calam par não ofender as versões, e os sábios silenciam para não constranger a estupidez.

Sabe-se que a história da maçã é pura gentileza 
— o Adão comeu a Eva e a maçã de sobremesa —, mas não se sabe o que o arcebispo irlandês James Ussher teria bebido, fumado ou cheirado quando anotou em "The Annals of the World" que Deus criou o mundo às 9h00 do dia 23 de outubro de 4004 a.C.

Seria mais fácil desvendar esses e outros mistérios se as viagens no tempo fossem tão corriqueiras quanto os voos internacionais — que eram inconcebíveis até o início do século passado. Talvez seja apenas uma questão de tempo, pois não há nada como o tempo para passar (isso se ele existir, naturalmente).

A contagem do tempo começou quando nossos ancestrais perceberam padrões no amanhecer e no anoitecer, nas fases da Lua e nas mudanças sazonais. Os ciclos diurnos e noturnos foram provavelmente as primeiras unidades de tempo usadas pelos humanos, e as fases lunares, uma das primeiras maneiras de dividir o tempo em períodos maiores, o que ensejou a criação dos calendários lunares. 


Os primeiros calendários foram desenvolvidos sumérios — que habitavam a região que hoje corresponde ao sul do Iraque —, milênios antes da era cristã. Mais ou menos na mesma época, os egípcios criaram um calendário baseado na estrela Sirius, que só era avistada nas madrugadas durante o inicio da enchente do rio Nilo, que não acontecia todos os anos e, quando acontecia, não começava sempre no mesmo dia. 


Mais adiante, os babilônios criaram um calendário lunissolar, combinando meses lunares com ajustes periódicos baseados no ciclo solar e um mês adicional em alguns anos, visando corrigir a discrepância entre o ano lunar e o solar. Já os maias tinham um calendário com múltiplos ciclos, incluindo o Tzolk'in (calendário sagrado de 260 dias) e o Haab' (calendário civil de 365 dias), além do "Calendário de Contagem Longa," que mapeava períodos muito mais longos.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Há quem fale em "estratégia" diplomática ao mencionar o histórico do Itamaraty para analisar a postura de Lula e de seu assessor Celso Amorim na questão, mas isso não faz sentido. Carlos Graieb escreveu em Lula, sócio majoritário da tragédia venezuelana, assim como Ricardo Kertzman em Celso Amorim é mais que “observador” da farsa eleitoral de Maduro o mesmo que Rodolfo Borges escreveu n'O Antagonista: "o governo Lula faz parte da tragédia venezuelana não como mediador, mas como cúmplice."
O Palácio do Planalto não reconhece a vitória de Urrutia — como fizeram Estados Unidos, Argentina e Uruguai, entre outros — não por conta de uma estratégia para a saída da crise, mas por fazer parte da crise. No momento em que admitir que Maduro fraudou a eleição, o governo brasileiro reconhecerá automaticamente o que já deveria ter reconhecido há meses: não há democracia na Venezuela, e não é de hoje.
Faz bem mais de uma década que a Venezuela não sabe o que é democracia, mas Lula recebeu Maduro com pompas de chefe de Estado em maio de 2023 e lhe deu uma dica pública de como lidar com o que ele considerava críticas injustas aos desmandos do regime: "Companheiro Maduro, é preciso que você saiba a narrativa que se construiu contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo. É preciso que você construa sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor."
A narrativa que Maduro encontrou para explicar a fraude eleitoral é que o "Golias Elon Musk" foi responsável pelo "primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade". Será que cola, Lula?
É constrangedor ver o chanceler paralelo Celso Amorim manter um discurso de confiança nas instituições venezuelanas, dominadas há décadas pelo chavismo. Qualquer benefício da alegada mediação brasileira na crise venezuelana ocorrerá por fruto de golpes de sorte. O governo Lula não está nessa condição por se comportar de forma imparcial ou fazer cálculos diplomáticos, mas por ter um lado bem claro nessa história. É por isso que o Brasil toma conta hoje das embaixadas da Argentina e do Peru, cujos representantes foram expulsos com outros que ousaram questionar de fato a "vitória" de Maduro. 
Não é uma questão de solidariedade, mas de responsabilidade pelo que está acontecendo na Venezuela neste momento.
 
Consideramos o tempo como o plano de fundo de uma sucessão de eventos que fluem numa direção preferencial. De acordo com o princípio da causalidade (e a sabedoria do Conselheiro Acácio), as causas sempre precedem as consequências, razão pela qual o que aconteceu ontem impõe restrições ao que acontece hoje e o que acontece hoje faz o mesmo em relação ao que acontecerá amanhã. 

Se o hoje é o amanhã de ontem e o ontem de amanhã, e se esse fluxo de eventos rumo ao futuro depende do presente que virou passado, o tempo sempre imporá limites ao que pode acontecer. Mas será mesmo que a seta do tempo aponta sempre para o futuro?
 
Como eu mencionei nos capítulos anteriores — mas repito em atenção a quem não acompanhou esta sequência desde o começo —, todos viajamos rumo ao futuro do momento em que nascemos até o momento em que morremos (o que existe depois — se é que existe — já foi discutido em outra sequência. Isso filosoficamente falando, já que, cientificamente falando, Einstein definiu o universo como um bloco quadridimensional estático que contém todo o espaço e o tempo simultaneamente, sem um “agora” especial. 
 
Para o físico Julian Barbour, o universo tem "dois lados" e o tempo "corre nos dois sentidos ao mesmo tempo". Cada direção é uma seta cuja origem é zero. À medida que a seta da direita aumenta até o infinito, a seta da esquerda aponta para o infinito negativo. 
Em outras palavras, existe um universo onde o tempo corre do que chamamos de passado para o que chamamos de futuro e outro em que ele se move do futuro para o passado. Se nada mudasse, o tempo ficaria parado, já que "tempo é mudança". 

Mas se o que vemos acontecer não for o tempo, e sim a mudança, o tempo não existe. E ainda que ele exista, o universo está se expandindo em todos os lugares, de modo que não faria sentido o tempo se mover numa única direção. Isso parece coisa de ficção científica, mas é uma teoria séria. 

Escorado no princípio da entropia e nas leis da termodinâmica, Barbour sustenta que a própria natureza do Big Bang fez o tempo fluir em direções opostas. Isso faz sentido, já que a física associa o tempo ao aumento da entropia num sistema fechado, que sempre evolui para um estado mais caótico. A questão é que as leis da termodinâmica foram criadas em 1824, com base em cilindros e máquinas em que a energia e o calor passam de um lugar para outro e se dissipam parcialmente durante o processo. 

Em 1865, o físico Rudolf Clausius descobriu que o calor só pode passar de um corpo frio para um corpo quente se ocorrer alguma mudança em torno desses corpos. Assim, a entropia pode aumentar, mas não pode diminuir. Só que nem tudo que se aplica a um espaço delimitado também se aplica a um universo infinito. 

O que diferencia os objetos quentes dos frios é agitação de suas moléculas. Uma bola pode rolar montanha abaixo ou ser chutada de volta para o pico, mas o calor não pode fluir do frio para o quente. Quando uma molécula de água colide com outra, a flecha do tempo desaparece, já que a entropia é um conceito equivalente ao caos, e o caos é irreversível. 

ObservaçãoQuanto mais o tempo passa, mais a entropia do Universo aumenta. O que determina a passagem do tempo não é o aumento da entropia, mas o aumento da complexidade sem limites de tempo ou de espaço. Segundo Rovelli, a entropia é a única lei básica da física que distingue o passado do futuro. 

Como a entropia só pode aumentar, a conclusão é de que o tempo só pode avançar na mesma direção em que a entropia aumenta, mas Barbour esclarece que esses conceitos foram observados em um contexto "normal" e, portanto, se aplicam ao planeta, à matéria, às moléculas e a tudo mais. Ao colapsarem, as partículas que compõem os objetos viajam em diferentes direções e se unem a outras partículas, formando novas estruturas mais complexas.

Ao fazer a matéria e o tempo se moverem em duas direções opostas, o Big Bang criou um "universo espelho" onde tudo acontece ao contrário de como acontece no nosso, e tudo que lá existe é o progresso retrocedendo em direção ao ano zero. 

Conclui no próximo capítulo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 42ª PARTE — UMA QUESTÃO DE TEMPO

SE O PROBLEMA TEM SOLUÇÃO, NÃO HÁ COM QUE SE PREOCUPAR. SE O PROBLEMA NÃO TEM SOLUÇÃO, A PREOCUPAÇÃO SERÁ EM VÃO. 

Antes do avanço científico, a mitologia já tentava desvendar os mistérios do mundo e da existência. No hinduísmo, a figura de Shiva — divindade da destruição e transformação na tríade sagrada com Brahma (o criador) e Vishnu (o preservador) — carrega símbolos que expressam tanto a natureza do Universo quanto a jornada humana. 

O crânio usado como adorno lembra que o Universo é cíclico; a lua crescente alude à passagem do tempo; a chama simboliza que a destruição é necessária para a renovação; o Damaru (pequeno tambor) emite o som sagrado que marca o início do Universo; o terceiro olho lança chamas que dissipam a ignorância; o Trischula (tridente) representa as três forças cósmicas — criação, preservação e destruição; e a serpente, que simboliza o Kundalini (energia latente), o controle sobre o ego e a morte. 

Observação: Shiva é uma figura ascética e meditativa, mas também uma força transformadora que limpa o caminho para o novo. O provérbio indiano "Morrer é como antes de nascer" reforça essa ideia. No entanto, sua imagem reflete um dos maiores mistérios que a ciência tenta decifrar: a verdadeira natureza do tempo.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Na última quarta-feira, depois que as defesas de Bolsonaro e demais réus do "núcleo crucial do golpe" declararam que seus clientes são inocentes e, portanto, devem ser canonizados, digo, absolvidos, Alexandre de Moraes pediu ao presidente de turno da 1ª Turma do STF para pautar o julgamento da AP 2668, e Zanin marcou sessões extraordinárias entre os dias 2 e 12 de setembro.

Como Luiz Fux já divergiu de seus pares em outras ocasiões, os réus e seus patronos acalentam a esperança de que um pedido de "vista protelatória" postergue o julgamento para fevereiro do ano que vem.

Nas alegações finais, a defesa do general Paulo Sérgio Nogueira divergiu das demais, trocando o caminho cômodo do ataque ao delator pela tentativa (tardia) de igualar o ex-ministro da Defesa ao general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que frequenta o processo na confortável posição de testemunha que resistiu ao golpismo de Bolsonaro.

Quem lê a peça tem a impressão de que Nogueira age como um náufrago que se agarra a pedaços de depoimentos de Cid como quem confunde jacaré com tronco. Ao tentar se salvar do naufrágio, o general confirma a existência do próprio desastre que os outros réus tentam negar. Isso dificilmente o livrará da condenação, mas certamente fornece munição contra Bolsonaro e seus comparsas.

Enquanto a mitologia aborda a natureza do tempo com uma linguagem poética (a palavra "cronológico" vem de Chronos, o deus grego que devorava os próprios filhos), a ciência lida com ela em termos rigorosos, e a arte a trata com emoção — como na música Dust in the Wind, cuja letra resume a transitoriedade de tudo. Mas a pergunta é: será que a "seta do tempo" aponta sempre para o futuro? A resposta é: ainda não existe uma resposta definitiva. 

De acordo com a Teoria da Relatividade, espaço e tempo formam uma estrutura unificada chamada espaço-tempo, e a velocidade com que o tempo passa depende da velocidade do observador — e tende a ser zero quando na velocidade da luzEmbora possamos nos mover livremente nas três dimensões espaciais, na temporal podemos somente seguir em frente — pelo menos em tese, já que a ciência ainda questiona se o tempo é contínuo ou quântico, se realmente existe ou não passa de uma criação humana destinada a explicar fenômenos naturais, como o amanhecer, o entardecer e as estações do ano. 

Segundo o princípio da causalidade (não confundir com casualidade), o que aconteceu ontem impõe restrições ao que acontece hoje, e o que acontece hoje influencia diretamente o que acontecerá amanhã. Como isso dá ao Universo uma direção única, a possibilidade de voltar no tempo põe a ciência em xeque. Einstein definiu o Universo como um bloco quadridimensional estático, que contém todo o espaço e o tempo simultaneamente, sem um "agora" especial. Alguns físicos acreditam que é possível negar a existência do tempo sem afrontar a causalidade, já que o tempo é apenas uma ilusão emergente — ou seja, uma percepção derivada de mudanças na posição e nos estados das partículas. 


Em algumas interpretações da física, como a da gravidade quântica, o tempo se resume a uma dimensão secundária, que surge da interação entre eventos e partículas sem existir como entidade independente. Assim, se causa e efeito estão relacionados pela ordem dos eventos, e não pela passagem do tempo em si, então o tempo é ilusório, e a causalidade pode se manter através dessas relações ordenadas. A Relatividade Geral descreve o espaço-tempo como uma entidade única e maleável, curvada pela presença de massa e energia, e a maioria dos cientistas aceita essa premissa. 


No entanto, a aparente incompatibilidade entre a relatividade e a mecânica quântica dá margem a dúvidas quanto a Einstein estar certo em absolutamente tudo que postulou em suas famosas teorias — mesmo porque a gravidade é a única das quatro forças elementares que não se aplica ao mundo das partículas. A mecânica quântica lida com forças e partículas em escalas microscópicas, onde as outras três interações fundamentais (eletromagnetismo, força forte e força fraca) são descritas por teorias quânticas bem estabelecidas. Mas a gravidade resiste a essa quantização. A incompatibilidade com a Relatividade Geral se evidencia em singularidades como as que habitam o interior dos buracos negros, onde a gravidade se torna extremamente intensa em uma escala minúscula. 


Enquanto a teoria quântica sugere que o espaço-tempo tem uma estrutura granular em níveis extremamente pequenos, a Relatividade o trata como um continuum suave. Essa divergência estimulou a busca por uma teoria unificadora, como a gravidade quântica e a teoria das cordas, que propõem novas formas de entender o espaço-tempo e a gravidade em escalas quânticas. Algumas abordagens sugerem que o espaço-tempo pode não ser fundamental, mas emergente de interações mais profundas.


A pergunta que se coloca é: se todo o Universo pode ser explicado através das partículas fundamentais, por que a gravidade foge à regra? Supondo que exista alguma partícula fundamental da gravidade, como sustentar a tese de que gravidade, espaço e tempo estejam intrinsecamente relacionados?

Sustentar que o tempo não é necessário para explicar a gravidade (e consequentemente o espaço) leva à conclusão de que ele foi inventado para explicar eventos simples, como o alvorecer, o anoitecer e outros vinculados ao relógio e ao calendário. Mas será que somos uma simples aleatoriedade no Universo, que flui no cosmos como as ondas de um mar, indiferente à passagem das horas no relógio?  E mesmo que o tempo não exista, que os dias, horas, minutos e segundos sejam mera convenção, o princípio da causalidade leva a crer que a existência de tudo, inclusive de nós, estava pré-determinada desde o Big Bang


Como bem observou Stephen Hawking, se a evolução do Universo desde o plasma de quark-glúon até a formação de vida foi definida por uma cadeia de causas e consequências, o cosmos dar origem à matéria, às estrelas, aos planetas e a formas de vida como nós eram favas contadas.


Continua...