quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Você sabia?

Você sabia que botar a língua para fora, no Tibet, é uma forma de saudação?
Cultura inútil, dirá você. Pode até ser, mas vou brindá-lo com mais umas "pérolas" que andei pinçando do livro COM A LÍNGUA DE FORA (Luiz Costa Pereira Júnior - Editora Angra). Assim, quebra-se um pouco da monotonia desses escritos sobre energia elétrica e "choca-se" os visitantes de outras maneiras.
O latim Prostituere (e suas variantes) tinha, antigamente, o sentido de colocar adiante, expor à venda, mercadejar - não necessáriamente o próprio corpo ou "favores sexuais".
Para evitar o contrabando de vinho, a jogatina e o baixo meretrício, ordenanças dos burgos ibéricos do século XIV orientavam os comerciantes de vinho a pôr em suas portas um ramo, que denunciaria o controle das autoridades sobre o vinho vendido nos estabelecimentos que pagavam em dia os seus impostos. Para fugir da repressão, muitas cortesãs punham igualmente um ramo diante das suas casas, fingindo ter uma taberna. Daí o termo rameira ser usado como sinônimo de prostituta.
Na mitologia romana, existia uma deusa dedicada à poda das árvores. Puta era o seu nome (termo que originalmente remete a "podar", "limpar o excesso").
Putare é "podar" (amputar é "cortar fora" e disputar é "dividir ao meio"). O latim Putta (assim mesmo, com dois "t"), era usado pelo povo como sinônimo de "menina" (feminino de Puttu = infante, jovem). Na sociedade romana antiga, o termo "putta" se aplicava a donzelas, meninas, jovens inocentes.
Em Portugal, continua sendo comum usar-se os termos "puto" e "puta" como sinônimos de menino/menina. Também lá, um casal "normal" pode ser definido como "um rapaz e uma rapariga", enquanto que o termo rapariga, na região nordeste do Brasil, remete às chamadas "mulheres de vida fácil" - ou, melhor conceituando, "mulheres sem limites, sábias nos fazeres do prazer", que por uma visão míope da sociedade, estão sempre abaixo de uma matrona bem casada.
Falando em região nordeste: bruaca é o nome que se dava a uma espécie de bolsa (ou sacola) de couro cru, dentro da qual os peregrinos transportavam mercadorias no lonbo dos burros ou mulas. Usada geralmente até ficar gasta, a "bruaca" virou sinônimo de prostituta ordinária, surrada ou em fim de carreira - o último consolo para quem quer matar a fome nos bordéis de norte a sul do Brasil.
Em tempo: o termo rapaz tem origem no latim rapax, rapacis, rapacem, e já foi amplamente usado para qualificar aqueles que roubam, do assaltante à mão armada ao gatuno, salteador, saqueador e demais devotos da arte de "rapinar" o próximo.