Embora este verão esteja sendo um tanto atípico (às vezes parece até que já estamos no outono), tem havido dias de muito calor, com temperaturas superando facilmente a marca dos 30ºC.
Quando os computadores domésticos não passavam de um sonho, as empresas que utilizavam grandes mainframes já precisavam mantê-los em salas refrigeradas, porque o calor excessivo atrapalhava o funcionamento desses aparelhos. E embora muita coisa tenha mudado de lá pra cá - os computadores encolheram e se tornaram amplamente utilizados no âmbito pessoal - essas máquinas marvilhosas continuam a se não dar bem com altas temperaturas.
Aparelhos elétricos, eletrônicos e eletro-eletrônicos necessitam de energia elétrica para funcionar e dissipam boa parte dela sob a forma de calor. O PC integra diversos componentes que "aquecem" bastante durante o uso, e sem um sistema eficiente de refrigeração, ele não funcionaria por mais de alguns minutos - ou mesmo alguns segundos, no caso de o processador superaquecer.
Antigamente, a ventoinha incorporada à fonte de alimentação - que funciona como exaustor, expelindo o ar quente do interior do gabinete e "sugando" ar fresco do ambiente - era suficiente para manter a temperatura interna do gabinete sob controle. Aliás, até o tempo dos 386, as CPUs nem mesmo utilizavam um "fan" (aquele micro ventilador incorporado ao cooler dos processadores mais modernos).
Hoje, todavia, com um hardware muito mais "poderoso" - não estou falando somente da CPU, mas também dos HDs, leitores/gravadores de CDs e DVDs, módulos de memória, placas gráficas de alto desempenho e outros que tais -, além dos coolers do processador, do chipset e da placa gráfica e, às vezes, até do HD -, é preciso contar com o auxílio de ventiladores adicionais responsáveis e estrategicamente instalados, de modo a otimizar a circulação do ar no interior do case (principalmente em climas quentes como o nosso).
Para evitar problemas - de simples travamentos à queima de componentes - mantenha seu PC num local ventilado. Em dias muito quentes, se não houver um sistema de ar-condicionado, ligue um ventilador doméstico na velocidade intermediária e direcione-o para as entradas de ar do gabinete (que devem ser mantidas desobstruídas).
De tempos em tempos (conforme o uso e as condições do local onde a máquina opera) abra o case e, com um pincel macio e um aspirador de pó, remova as impurezas acumuladas sobre as placas (de sistema e de expansão), soquetes, slots, módulos e - principalmente - ventiladores.
Observe se o móvel onde você colocou sua máquina não limita a circulação de ar (o gabinete deve ficar alguns centímetros afastado da parede e/ou das divisórias da mesinha, notadamente nos pontos em que existem ranhuras ou furinhos destinados à ventilação interna); evite amontoar roupas ou usar toalhinhas sobre o case e jamais ligue o PC sem antes remover aquela famigerada capa plástica de proteção.
No caso de computadores portáteis, a situação é pior, já que seus componentes ficam confinados num espaço ainda mais exíguo. Evite operar um laptop no colo (já que as aletas de ventilação ficam geralmente na parte inferior do aparelho), sobre mantas, cobertores ou mesas recobertas por toalhas plásticas (se puder, adquira um daqueles suportes que mantém a máquina alguns centímetros distante da mesa, como os modelos da Clone e da APC, dentre outros).
A maioria dos PCs permite conferir a temperatura do processador e, às vezes, do interior do gabinete, mas para isso é preciso reiniciar a máquina e acessar o CMOS Setup. Para ficar de olho na temperatura mais facilmente, você pode instalar um termômetro digital (há vários modelos disponíveis no mercado) ou utilizar um software como o HWMonitor, por exemplo, que é gratuito e compatível com os sensores da maioria das placas-mãe atuais (mais informações e download em www.cpuid.com/hwmonitor.php).
Uma boa semana a todos.