A TELEVISÃO
MATOU A JANELA.
A meta que a
mamãe Microsoft impôs a seu caçula ―
de 1.000.000.000 de PCs ― está mais perto de ser alcançada. Dezessete meses
depois do lançamento, o Ten marca
presença em 26% dos computadores com Windows
e em de 23% de todos os PCs do mercado (a diferença, segundo a Net Applications, se deve ao fato de 9% dos computadores pessoais existentes no planeta utilizarem outros sistemas operacionais que não o da festejada empresa
de Redmond.
O
crescimento da participação no mercado ― de 5% em novembro em relação ao mês
anterior foi menor do que o registrado no ano no ano passado ― é considerado
positivo à luz das retrações verificadas em setembro e outubro, quando o Ten apresentou queda de 0,4 pontos
percentuais ― fato inédito desde seu lançamento, no apagar das luzes de julho
de 2015.
A irlandesa StatCounter
endossa os dados da Net Applications.
Na sua avaliação, a usage share do Ten em novembro ficou em 26%, o que
corresponde a um aumento de quase 6% em relação ao mês anterior.
Pena que o
tão esperado update de aniversário tenha dado margem a tantos problemas. Aliás,
depois de 3 tentativas inexitosas eu resolvi esperar a dona MS tornar a enviar os arquivos de
atualização via Windows Update, já
que forçar a instalação parece não ser uma boa
ideia. E assim como eu, muita gente mais, pois gato escaldado tem medo
e água fria, e em rio que tem piranha jacaré nada de costas.
A assinatura do acordo de leniência da Odebrecht e da delação pessoal do presidente da empreiteira, Marcelo, do presidente do conselho de administração, Emílio, e de mais setenta e tantos altos executivos e
ex-funcionários do grupo tirou o sono de muita
gente que há décadas gravita em torno do Palácio da Alvorada, da Esplanada dos
Ministérios, do Congresso Nacional e adjacências. Insones, esses proxenetas do
parlamento urdem maracutaias na calada das madrugadas, como se viu por ocasião
da votação do pacote das medidas anticorrupção, que só foi aprovado pela Câmara depois de o relatório do
senador gaúcho Onyx Lorenzoni ser
retalhado e acrescido de emendas espúrias, com o nítido objetivo de salvar o
rabo sujo dos “nobres” parlamentares.
É bom que suas insolências tomem cuidado, pois o bom humor dos brasileiros está se esgotando. Prova disso foi a pressão popular que resultou na cassação de Eduardo Cunha, depois de um processo que se arrastou por longos 11 meses na comissão de ética da Câmara Federal. O deputado, agora cassado e sem prerrogativa de foro, está preso na carceragem da PF de Curitiba, onde dedica boa parte do tempo ao estudo dos seus processos ― não só o que tramita na 13ª Vara Federal do Paraná, mas também os de Brasília e do Rio de Janeiro.
MANIFESTAÇÕES POPULARES E OUTRAS QUESTÕES CORRELATAS
É bom que suas insolências tomem cuidado, pois o bom humor dos brasileiros está se esgotando. Prova disso foi a pressão popular que resultou na cassação de Eduardo Cunha, depois de um processo que se arrastou por longos 11 meses na comissão de ética da Câmara Federal. O deputado, agora cassado e sem prerrogativa de foro, está preso na carceragem da PF de Curitiba, onde dedica boa parte do tempo ao estudo dos seus processos ― não só o que tramita na 13ª Vara Federal do Paraná, mas também os de Brasília e do Rio de Janeiro.
Neste domingo, 4, a população voltou às ruas em mais de 200
municípios brasileiros, desta feita para protestar contra a Câmara Federal e contra o presidente do
Senado, Renan Calheiros.
Para quem chegou há poucas horas de Marte, vale lembrar que,
na calada da madrugada da última quarta-feira, aproveitando-se do torpor da
sociedade diante da tragédia que matou um time de futebol inteiro, nossos conspícuos
deputados desfiguraram o propósito original do que se convencionou chamar de pacote anticorrupção com a substituição
de itens propostos pelo MP ― com o
referendo da população ― por medidas emendas espúrias e claramente destinadas a
salvar o rabo sujo dos parlamentares. Renan,
por seu turno, tentou aprovar também no Senado, e a toque de caixa, a
excrescência avalizada horas antes pela Câmara (felizmente, apenas 14 senadores
apoiaram o presidente da Casa em mais essa aleivosia).
Renan é alvo de
pelo menos 12 processos no STF, e se
tornou réu em um deles (por peculato) na última quinta-feira. Só não foi apeado
do cargo porque um pedido de vista do ministro Dias Toffoli obstruiu, em novembro, a votação da ação que visa
impedir réus em processos penais de ocupar cargos que os coloquem na linha
sucessória presidencial.
Observação: Um dia depois de Renan se tornar réu, o gabinete de Toffoli informou, em nota enviada à imprensa às 16h53, que “não
recebeu os autos” do processo da linha sucessória e, por essa razão, “o prazo
para devolução da vista ainda não se iniciou”. Segundo o gabinete de Toffoli, os autos do processo, sob
relatoria de Marco Aurélio Mello,
chegaram ao gabinete às 17h20. Melo,
um dos seis ministros que já votaram pelo veto aos réus, votou pelo acolhimento
da denúncia contra Renan pelos
crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos; Toffoli votou pela rejeição total da
denúncia. Ainda segundo Mello, que
se disse surpreso com a nota de Toffoli,
“os ministros têm acesso automático antes mesmo de o processo ser liberado pelo
relator para julgamento, e que isso é feito digitalmente, não dependendo, portanto,
de deslocamento físico ou formal”. O prazo regimental para a devolução do
pedido de vista de Toffoli se
encerra no dia 21 de dezembro, mas, tradicionalmente, esses prazos não são
cumpridos à risca pelos ministros.
Já o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, escolhido por seus pares para preencher a vacância
aberta pela deposição de Cunha, é filho
do ex-prefeito do Rio César Maia,
que foi condenado em agosto passado por
improbidade administrativa. E como quem sai aos seus não degenera, o filho do pai abraçou o espírito de
corpo de um parlamento que se vê acuado pelo Judiciário e pelo Ministério Público.
A ameaça que a Lava-Jato
passou a representar para a maioria dos políticos resultou numa reação
corporativista em que se deram os braços praticamente todos os partidos do
país. Maia [o filho] tenta agradar a
todos para garantir os votos necessários à sua reeleição, caso consiga
viabilizar juridicamente sua candidatura (seu mandato tampão termina em 31 de
janeiro p.f.). Não à toa, ele emprestou a mesa de sua sala de jantar por mais
de quatro horas, na véspera da votação das medidas
anticorrupção, para que deputados do PT,
PCdoB, DEM, PP e outras siglas
afins desconstruíssem o relatório do deputado Onyx Lorenzoni, seu colega de partido, e o resultado foi uma versão
bastarda que manteve somente 2 dos itens originais e foi aprovada pelo
plenário, por escandalosos 450 votos a 1, às 4h30min da última quarta-feira.
Enfim, costuma-se dizer que quando há corruptos no poder, o
povo que os elegeu está bem representado. Então...
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