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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

USER SHARE DO WINDOWS 10 VOLTA A CRESCER

A TELEVISÃO MATOU A JANELA.

A meta que a mamãe Microsoft impôs a seu caçula ― de 1.000.000.000 de PCs ― está mais perto de ser alcançada. Dezessete meses depois do lançamento, o Ten marca presença em 26% dos computadores com Windows e em de 23% de todos os PCs do mercado (a diferença, segundo a Net Applications, se deve ao fato de 9% dos computadores pessoais existentes no planeta utilizarem outros sistemas operacionais que não o da festejada empresa de Redmond.

O crescimento da participação no mercado ― de 5% em novembro em relação ao mês anterior foi menor do que o registrado no ano no ano passado ― é considerado positivo à luz das retrações verificadas em setembro e outubro, quando o Ten apresentou queda de 0,4 pontos percentuais ― fato inédito desde seu lançamento, no apagar das luzes de julho de 2015.

A irlandesa StatCounter endossa os dados da Net Applications. Na sua avaliação, a usage share do Ten em novembro ficou em 26%, o que corresponde a um aumento de quase 6% em relação ao mês anterior.

Pena que o tão esperado update de aniversário tenha dado margem a tantos problemas. Aliás, depois de 3 tentativas inexitosas eu resolvi esperar a dona MS tornar a enviar os arquivos de atualização via Windows Update, já que forçar a instalação parece não ser uma boa ideia. E assim como eu, muita gente mais, pois gato escaldado tem medo e água fria, e em rio que tem piranha jacaré nada de costas.


A DELAÇÃO DA ODEBRECHT, RODRIGO MAIA, RENAN CALHEIROS,
MANIFESTAÇÕES POPULARES E OUTRAS QUESTÕES CORRELATAS

A assinatura do acordo de leniência da Odebrecht e da delação pessoal do presidente da empreiteira, Marcelo, do presidente do conselho de administração, Emílio, e de mais setenta e tantos altos executivos e ex-funcionários do grupo tirou o sono de muita gente que há décadas gravita em torno do Palácio da Alvorada, da Esplanada dos Ministérios, do Congresso Nacional e adjacências. Insones, esses proxenetas do parlamento urdem maracutaias na calada das madrugadas, como se viu por ocasião da votação do pacote das medidas anticorrupção, que só foi aprovado pela Câmara depois de o relatório do senador gaúcho Onyx Lorenzoni ser retalhado e acrescido de emendas espúrias, com o nítido objetivo de salvar o rabo sujo dos “nobres” parlamentares.

É bom que suas insolências tomem cuidado, pois o bom humor dos brasileiros está se esgotando. Prova disso foi a pressão popular que resultou na cassação de Eduardo Cunha, depois de um processo que se arrastou por longos 11 meses na comissão de ética da Câmara Federal. O deputado, agora cassado e sem prerrogativa de foro, está preso na carceragem da PF de Curitiba, onde dedica boa parte do tempo ao estudo dos seus processos ― não só o que tramita na 13ª Vara Federal do Paraná, mas também os de Brasília e do Rio de Janeiro.

Neste domingo, 4, a população voltou às ruas em mais de 200 municípios brasileiros, desta feita para protestar contra a Câmara Federal e contra o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Para quem chegou há poucas horas de Marte, vale lembrar que, na calada da madrugada da última quarta-feira, aproveitando-se do torpor da sociedade diante da tragédia que matou um time de futebol inteiro, nossos conspícuos deputados desfiguraram o propósito original do que se convencionou chamar de pacote anticorrupção com a substituição de itens propostos pelo MP ― com o referendo da população ― por medidas emendas espúrias e claramente destinadas a salvar o rabo sujo dos parlamentares. Renan, por seu turno, tentou aprovar também no Senado, e a toque de caixa, a excrescência avalizada horas antes pela Câmara (felizmente, apenas 14 senadores apoiaram o presidente da Casa em mais essa aleivosia).

Renan é alvo de pelo menos 12 processos no STF, e se tornou réu em um deles (por peculato) na última quinta-feira. Só não foi apeado do cargo porque um pedido de vista do ministro Dias Toffoli obstruiu, em novembro, a votação da ação que visa impedir réus em processos penais de ocupar cargos que os coloquem na linha sucessória presidencial.

Observação: Um dia depois de Renan se tornar réu, o gabinete de Toffoli informou, em nota enviada à imprensa às 16h53, que “não recebeu os autos” do processo da linha sucessória e, por essa razão, “o prazo para devolução da vista ainda não se iniciou”. Segundo o gabinete de Toffoli, os autos do processo, sob relatoria de Marco Aurélio Mello, chegaram ao gabinete às 17h20. Melo, um dos seis ministros que já votaram pelo veto aos réus, votou pelo acolhimento da denúncia contra Renan pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos; Toffoli votou pela rejeição total da denúncia. Ainda segundo Mello, que se disse surpreso com a nota de Toffoli, “os ministros têm acesso automático antes mesmo de o processo ser liberado pelo relator para julgamento, e que isso é feito digitalmente, não dependendo, portanto, de deslocamento físico ou formal”. O prazo regimental para a devolução do pedido de vista de Toffoli se encerra no dia 21 de dezembro, mas, tradicionalmente, esses prazos não são cumpridos à risca pelos ministros.

Já o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, escolhido por seus pares para preencher a vacância aberta pela deposição de Cunha, é filho do ex-prefeito do Rio César Maia, que foi condenado em agosto passado por improbidade administrativa. E como quem sai aos seus não degenera, o filho do pai abraçou o espírito de corpo de um parlamento que se vê acuado pelo Judiciário e pelo Ministério Público.

A ameaça que a Lava-Jato passou a representar para a maioria dos políticos resultou numa reação corporativista em que se deram os braços praticamente todos os partidos do país. Maia [o filho] tenta agradar a todos para garantir os votos necessários à sua reeleição, caso consiga viabilizar juridicamente sua candidatura (seu mandato tampão termina em 31 de janeiro p.f.). Não à toa, ele emprestou a mesa de sua sala de jantar por mais de quatro horas, na véspera da votação das medidas anticorrupção, para que deputados do PT, PCdoB, DEM, PP e outras siglas afins desconstruíssem o relatório do deputado Onyx Lorenzoni, seu colega de partido, e o resultado foi uma versão bastarda que manteve somente 2 dos itens originais e foi aprovada pelo plenário, por escandalosos 450 votos a 1, às 4h30min da última quarta-feira.

Enfim, costuma-se dizer que quando há corruptos no poder, o povo que os elegeu está bem representado. Então...

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