Faleceu na madrugada de ontem, aos 63 anos, vítima
de um edema pulmonar agudo, um dos mais respeitados repórteres de política do
Brasil.
Mato-grossense de Cuiabá, Jorge Bastos Moreno mudou-se para Brasília na década de 70 e há dez
anos morava no Rio, onde seu corpo foi velado (no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo) e dali, transferido para sua cidade natal.
Em mais de 40 anos de carreira ― 35 no jornal O Globo, onde chegou a dirigir a
sucursal de Brasília ―, o jornalista se tornou amigo de ícones da política
tupiniquim, como Ulysses Guimarães e Fernando Henrique Cardoso. Apreciador
da boa comida, era frequentador assíduo de restaurantes estrelados, tanto no
Rio quanto em São Paulo. Seu primeiro grande furo de reportagem foi no Jornal de Brasília, durante a ditadura
militar, quando deu em primeira mão a notícia de que o general João Figueiredo seria o substituto do
também general Ernesto Geisel.
Também foi ele quem revelou que o icônico Fiat
Elba do então presidente Fernando
Collor de Mello teria sido comprado pelo “fantasma” José Carlos Bonfim, selando a sorte do Caçador de Marajás de araque.
Moreno ganhou o Prêmio Esso de Informação Econômica com
a notícia da queda do então presidente do Banco Central Gustavo Franco e a consequente desvalorização do real. No fim da
década de 1990, estreou sua coluna de sábado no jornal, que foi publicada até o
último sábado (10). Em março, lançou o livro Ascensão e queda de Dilma Rousseff, e antes dele, A história de Mora ― a saga de Ulysses
Guimarães, lançado em 2013.
Dias atrás, durante uma festa junina no Rio, na qual Moreno protagonizava o “padre” do
casamento caipira, seu celular tocou, e um gaiato gritou: Deve ser o Gilmar Mendes
(que também é mato-grossense). A resposta veio no ato: Na casa do Senhor não há lugar
para satanás!
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