Quando o volume da água despejada
por um temporal ultrapassa a capacidade de absorção do solo (que a crescente
impermeabilização dos logradouros torna cada vez menor) e de drenagem das
galerias pluviais (quase sempre obstruídas por dejetos de toda espécie, já que
o povo é porco e descarta o lixo de maneira inadequada), os alagamentos são
inevitáveis.
Carros de passeio não são veículos anfíbios. Portanto, a menos que você tenha um Jet Ski ou um submarino, evite trafegar por locais que alagam ao menor sinal de temporal. Mas se cair um dilúvio justamente quando você estiver na "Baixada do Deus-me-livre", suba a primeira ladeira que encontrar, entre com o carro no estacionamento de um supermercado ou num posto de combustíveis, por exemplo, e espere até o temporal passar e o nível da água baixar.
Carros de passeio não são veículos anfíbios. Portanto, a menos que você tenha um Jet Ski ou um submarino, evite trafegar por locais que alagam ao menor sinal de temporal. Mas se cair um dilúvio justamente quando você estiver na "Baixada do Deus-me-livre", suba a primeira ladeira que encontrar, entre com o carro no estacionamento de um supermercado ou num posto de combustíveis, por exemplo, e espere até o temporal passar e o nível da água baixar.
Há situações, porém, em que é preciso enfrentar o alagamento. Nesses casos, observe como se comportam os veículos à sua frente; se eles transpuserem o lençol de água sem maiores percalços — sem cair em buracos ou bueiros sem
tampa, por exemplo — e o nível não lhes ultrapassar a metade da altura
das rodas, “fé em Deus e pé na tábua”.
Observação: Ônibus e caminhões não servem de parâmetro, porque são
mais altos e atravessam o alagamento com mais facilidade.
“Pé na tábua” é força de expressão, pois deve-se
atravessar o alagamento em primeira marcha e com velocidade reduzida. Mas
convém manter a rotação do motor por volta de 2.000 RPM, para evitar que ele morra durante a travessia. Se o câmbio for manual, pressione parcialmente o pedal da embreagem enquanto
acelera, de modo a manter o giro elevado e a velocidade sob controle. Nos automáticos e automatizados, coloque a alavanca seletora na posição
1, de modo que a transmissão permaneça na primeira marcha, e dose a aceleração, pois não há pedal de embreagem e você não terá como elevar o giro
do motor sem que as rodas motrizes respondam na mesma medida.
Inicie a travessia somente depois que o carro da frente tiver terminado de passar, mas evite fazê-lo se outro veículo vier no sentido contrário, pois as ondas que ele produz potencializam o risco de o motor do seu carro morrer — ou mesmo de ser danificado pelo famigerado “calço hidráulico” (detalhes mais adiante).
Inicie a travessia somente depois que o carro da frente tiver terminado de passar, mas evite fazê-lo se outro veículo vier no sentido contrário, pois as ondas que ele produz potencializam o risco de o motor do seu carro morrer — ou mesmo de ser danificado pelo famigerado “calço hidráulico” (detalhes mais adiante).
Vale relembrar que o motor gera torque e potência a
partir da compressão e posterior combustão de uma mistura de ar e gasolina (ou
álcool). Para entender isso melhor, reveja
este resumo sobre os princípios básicos do funcionamento do motor
de combustão interna (ciclo Otto). Numa explicação sucinta, a mistura é “preparada” pelo sistema de injeção (ou pelo carburador, nos modelos
mais antigos) e sugada para o interior da câmara (ou cilindro do motor) pela depressão produzida pelo movimento descendente dos pistões durante o ciclo de admissão. O ar captado da
atmosfera passa por um filtro, que bloqueia partículas de poeira, insetos e outros
detritos, mas não impede a passagem de água.
Para complicar ainda mais a situação, é difícil avaliar visualmente
a profundidade do alagamento (sobretudo com água barrenta), sem falar no risco de você deparar com obstáculos submersos
(buracos, pedras, galhos de árvores, bueiros sem tampa, etc.). Em tese, seguir pelo meio da pista é mais seguro do que trafegar próximo ao meio fio, mas, de novo, não dê início à travessia se houver outro veículo à frente, ao lado, ou vindo no sentido contrário, pois isso potencializa o risco de o motor “morrer” no meio do caminho e ser danificado pelo famigerado calço
hidráulico, que, por uma questão de espaço, será detalhado na próxima
postagem.