segunda-feira, 22 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE II


A JUSTIÇA NÃO É CEGA. ELA É PAGA PARA NÃO VER.

As propalada insegurança do Windows levou linuxistas e outros defensores do código aberto a apelidar o sistema de “Ruíndows” (epíteto que, por óbvio, dispensa maiores explicações) e “Colcha de Retalhos” (numa alusão à infinidade de remendos que a Microsoft crivava para corrigir bugs e brechas de segurança).

Como foi dito de passagem no capítulo anterior, nenhum software é perfeito, e a obrigação dos desenvolvedores responsáveis é corrigir as falhas que escaparam de seu controle de qualidade. No entanto, a Microsoft não demorou a perceber que poucos usuários se davam ao trabalho de aplicar as correções, talvez porque o procedimento fosse trabalhoso ou porque os palpiteiros de plantão diziam que atualizar o sistema era bobagem, só servia para deixar a máquina lenta, e outras asnices que tais.

Ao lançar o Win 95 OSR/2 — ou o Win 98, já nem me lembro mais —, a Microsoft facilitou a vida dos usuários com o Windows Update. A partir da implementação desse recurso, bastavam uns poucos cliques do mouse para fazer uma checagem online e baixar e instalar as correções disponíveis.

Mais adiante, o Microsoft Update passou a focar tanto o sistema e seus componentes quanto aplicativos do MS Office), e novos aprimoramentos foram implementados com a Central de Segurança, trazida pelo SP2 do Windows XP.

Como muita gente prefere amaldiçoar a escuridão a acender uma vela, a nova política de atualizações implementada pela Microsoft no Windows 10 passou a empurrar goela abaixo as atualizações críticas e de segurança. Na versão Professional, clicando em Iniciar > Atualização e Segurança > Windows Update > Avançado, podia-se pausar as atualizações, escolher quando elas deveriam ser instaladas, e assim por diante, mas na Home — que é a mais popular entre usuários domésticos — as opções de gerenciamento das atualizações automáticas ficaram restritas à reconfiguração do horário ativo do computador, que, por padrão, vai das 8h da manhã às 5h da tarde, mas pode ser ampliado para até 18 horas alterando-se os horários de início e término. Não era a solução ideal, mas ao menos evitava que os patches fossem instalados e o computador, reiniciado nesse intervalo.

A esta altura você pode estar se perguntando por que alguém haveria de querer evitar a instalação das atualizações se elas são necessárias. Faz sentido. Mas a resposta vai ficar para o próximo capítulo.