Num país que raciona o pão dos mais pobres para bancar a nababesca folha de pagamento do funcionalismo, que não tem verba sequer para comprar giz para as escolas e esparadrapo para as unidades do SUS (lembra do SUS, que Lula recomendou ao "camarada Obama" que adotasse lá nos EUA, pois era o melhor sistema público de saúde desta galáxia?), é aviltante ver uma corja de políticos (muitos dos quais deveriam estar queimando no fogo do inferno) ir ao Vaticano a expensas do contribuinte para assistir a uma cerimônia religiosa. É o fim da picada!
Foram pelo menos 30 autoridades, segundo publicou o site Poder 360. Na lista (que você pode conferir clicando aqui) figuram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, e mais uma penca de carolas de ocasião.
Como se não bastasse, no afã de participar do trem da alegria (ou esquadrilha, que até rima com quadrilha) suas excelências adiaram mais uma vez a votação da PEC previdenciária. Os seja, os cínicos não votaram assunto de interesse popular e arribaram para Roma a reboque do vice-presidente Hamilton Mourão, que viajou na condição de representante do presidente da República (enquanto Bolsonaro posava de romeiro devoto à padroeira do Brasil). Uma afronta à humildade da canonizada, que certamente reprovaria a revoada.
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pediu ao TCU que apure os gastos. Segundo ele, trata-se de um caso “exorbitante e fora da razoabilidade” que “afronta ao princípio da moralidade administrativa” e “serve a balizar o comportamento dos responsáveis pela Administração Pública para que eles, além de cumpriam as exigências legais, observem padrões de boa-fé.” Então tá.
Fé tem limites. Certas coisas, só vendo para crer.