quarta-feira, 1 de abril de 2020

A ERA DA (IN)SEGURANÇA — PARTE 4


NUNCA ATRIBUA A MÁS INTENÇÕES O QUE É DEVIDAMENTE EXPLICADO PELA BURRICE.

Segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes, o homem é essencialmente mau, e talvez por isso — ou também por isso — os programadores “do mal” não demoraram a incluir em seus códigos instruções para apagar dados, inviabilizar a execução de aplicativos, sobrescrever os arquivos gravados no disco rígido, e por aí afora. Mas foi quando os crackers (hackers “do mal”) se deram conta do potencial dos "vírus" como “ferramenta de trabalho” que a porca realmente torceu o rabo.

De meros aborrecimentos (que, na pior das hipóteses, exigiam a formatação do drive de HD e reinstalação do sistema), os programinhas maliciosos forma promovidos a instrumentos usados pelos cibervigaristas para aplicar golpes virtuais. E no tempo que o diabo leva para piscar um olho, o número de vírus, trojans (cavalos de Troia), worms, spywares, keyloggers, stealths, rootkits, bots, etc. passou da casa das centenas para a dos milhões.

Diante da diversidade de objetivos e modus operandi das pragas, cunhou-se o termo MALWARE (de MALicious softWARE) para designar tanto os vírus quanto os códigos maliciosos que não se enquadram nessa categoria — para ser classificado como tal, o programinha precisa de um hospedeiro, deve ser capaz de criar cópias de si mesmo, ocultar-se (para dificultar sua remoção) e infectar outros computadores.

Velhos vícios e maus hábitos são difíceis de erradicar, daí muita gente continuar tratando por vírus qualquer praga digital ― e não só os leigos, mas também blogs, sites e até publicações impressas que tratam de informática. 

A título de ilustração, o worm age de forma semelhante e é tão perigoso quanto o vírus, mas dispensa o hospedeiro para se autorreplicar. Seus propósitos variam conforme os desígnios de quem o criou, conquanto consistam geralmente em se propagar para outras máquinas, danificar arquivos ou copiá-los e despachá-los por email para o “pai da criança”, que dispõe do respectivo módulo cliente.

Continua...