Os conhecimentos que a maioria de nós têm da China se
resumem em o país ficar na Ásia, ter a maior população do mundo, ser uma
ditadura comunista e figurar entre as mais remotas escolhas dos brasileiros (de
posse) quando se trata de viagem de férias. Alguns de nós, inclusive, associa
chinês a pastelaria (ou a pastel de gato), contrabando, produtos
xing-ling e que tais. De fevereiro para cá, porém esse conceito pouco elogioso
(para não dizer preconceituoso) piorou, na medida em que se soube que a sétima maior cidade chinesa
foi o criadouro e epicentro da disseminação do SARS-CoV-2.
Ainda não ficou claro como ocorreu a mutação que originou o “novo coronavírus”. Sabe-se, porém, que até a manhã de ontem a Covid-19 havia infectado cerca de 3 milhões de pessoas
em todo o mundo e matado mais de 200 mil — no Brasil, em números redondos, eram
70 mil contágios e 5 mil mortes (a quem interessar possa e se estômago tiver, o
acompanhamento em tempo real pode ser feito a partir deste site).
Também não se sabe ao certo se esse novo coronavírus “pulou”
dos morcegos para as pessoas, a exemplo de suas variações mais antigas, como o SARS-CoV
e o MERS-CoV, que infectaram seres humanos por contato com gatos e
dromedários, respectivamente. Mas sabe-se que a OMS emitiu o primeiro
alerta para a doença no final do ano passado, depois que autoridades chinesas
notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade retrocitada. E que o
governo chinês não comunicou prontamente o problema. Pelo contrário: o médico
que alertou para o que viria a ser a atual pandemia foi preso e forçado a se
retratar (e acabou morrendo logo depois, dizem que de Covid-19), o que postergou a adoção de medidas que, se tomadas prontamente, poderiam ter
poupado o mundo dessa catástrofe.
Não é de estranhar, portanto, que esse lamentável episódio —
somado ao fato de o governo chinês ter mascarado o número de mortos a ponto de,
recentemente, a quantidade de óbitos em Wuhan ter sido publicamente
ajustada para cima em 50%, e que a epidemia já estaria em curso bem antes do
que foi comunicado oficialmente a OMS — expôs ao mundo a mais absoluta falta
de empatia da China e seus governantes com os habitantes dos demais
países.
Falando em OMS — entidade que vem sendo reverenciada, nos últimos
meses, como o deus-Lula pelo bando de militontos seguidores de sua
seita infernal —, é sempre bom lembrar que a organização é comandada por
um etíope de nome impronunciável, marxista e dono de um passado
polêmico, acusado de não ter reportado surtos de cólera em seu país
e de ter vencido a disputa para o cargo com apoio da... China.
Observações:
1) Vale a pena conhecer melhor o diretor-geral Tedros Ghebreyesus, quando mais não seja porque algumas das informações repassadas por ele durante a atual pandemia também foram alvo de discussões, principalmente em relação aos números vindos da... China.
Observações:
1) Vale a pena conhecer melhor o diretor-geral Tedros Ghebreyesus, quando mais não seja porque algumas das informações repassadas por ele durante a atual pandemia também foram alvo de discussões, principalmente em relação aos números vindos da... China.
2) Segundo matéria
publicada na revista eletrônica Crusoé por Duda Teixeira, a China
escondeu informações sobre a extensão da epidemia de coronavírus, divulgando
dados falsos e incompletos que atrapalharam a ação de outros governos no mundo.
Para o governo daquele país, mais importante que o bem-estar da população é a
sobrevivência do regime.
Convém ter em mente que beggars can’t
be choosers (quem precisa não tem escolha, numa tradução livre do dito
popular americano). A China é, atualmente, o maior parceiro comercial do
Brasil, e qualquer análise sobre a relação com um parceiro deve
considerar aspectos estratégicos.
É bom lembrar também que países e governos não têm amigos, mas interesses — e, no máximo, aliados —, e que tanto na política quanto nas relações internacionais as versões costumam valer mais que os fatos.
É bom lembrar também que países e governos não têm amigos, mas interesses — e, no máximo, aliados —, e que tanto na política quanto nas relações internacionais as versões costumam valer mais que os fatos.
Salvo melhor juízo e com a devida venia de quem possa pensar de outra maneira, estava coberto de razão, a meu ver, ao filho 03 do nosso errático e
errado presidente, quando comparou a atual crise sanitária ao vetusto
acidente nuclear de Chernobyl. Mas foi leviano, para não dizer
irresponsável, sobretudo vindo de um candidato a diplomata, suas declarações acusatórias, que geraram atritos diplomáticos desnecessários e não melhoraram em nada a
situação. A hora é de buscar soluções para o problema, não de apontar
o dedo para presumíveis responsáveis.
Como se não bastasse o destempero eduardobolsonariano, Abraham Weintraub — o iluminado ministro da deseducação, que conta com garantia vitalícia de emprego enquanto durar este governo insensato —, fez eco à fala do filho do chefe postando a imagem do Cebolinha na Muralha da China, numa alusão caricata à maneira como os chineses falam nossa língua (para quem não sabe, o personagem criado por Maurício de Souza troca o “r” pelo “l” em suas falas nas historinhas da Turma da Mônica).
Como se não bastasse o destempero eduardobolsonariano, Abraham Weintraub — o iluminado ministro da deseducação, que conta com garantia vitalícia de emprego enquanto durar este governo insensato —, fez eco à fala do filho do chefe postando a imagem do Cebolinha na Muralha da China, numa alusão caricata à maneira como os chineses falam nossa língua (para quem não sabe, o personagem criado por Maurício de Souza troca o “r” pelo “l” em suas falas nas historinhas da Turma da Mônica).
Independentemente de o novo coronavírus ter sido
produzido, ou não, em um laboratório chinês, ou ser proveniente de seus
mercados de baixas condições sanitárias e hábitos alimentares repulsivos aos
olhos (e estômagos) ocidentais, mas vistos com naturalidade por uma parte
substantiva dos orientais, o comportamento da China no desenrolar da
crise abalou o conceito do país cuja imagem de opacidade já não era positiva.
Isso sem mencionar que o governo chinês teria usado potenciais ajudas humanitárias para impulsionar o avanço da gigante Huawei, multinacional de equipamentos para redes e telecomunicações, visando a futuras operações de 5G no planeta (hipótese que, se confirmada, denota uma inacreditável falta de senso de humanidade.
Isso sem mencionar que o governo chinês teria usado potenciais ajudas humanitárias para impulsionar o avanço da gigante Huawei, multinacional de equipamentos para redes e telecomunicações, visando a futuras operações de 5G no planeta (hipótese que, se confirmada, denota uma inacreditável falta de senso de humanidade.
Ao Brasil não interessa o fracasso da China,
antes pelo contrário: a retomada de seu crescimento — e dos demais países — e a
reativação do comércio internacional são cruciais para nós. Tecer críticas num
momento em que nossa economia está paralisada e a China é o maior
fornecedor de testes, ventiladores, máscaras, kits e outros insumos relacionados
ao combate à Covid-19 é uma leviandade, mas aplaudir qualquer coisa que
o governo comunista daquele país fale ou faça — como os militontos petistas em
relação ao sumo sacerdote da seita do inferno e os desprezíveis bolsomínions,
ao capitão vela apagada da caverna das trevas — seria uma lamentável e
despropositada demonstração de subserviência.
A China tem dinheiro, muito dinheiro, e por isso
consegue comprar apoio. André Guedes, que não é nenhum simpatizante de Bolsonaro,
fez ponderações nesse sentido, com base em reportagem do insuspeito — posto que
esquerdista — The New York Times (vide imagem que ilustra este post).
Rodrigo Constantino diz que, neste momento, não
criticar o regime ditatorial chinês porque o país é nosso maior comprador de
produtos não é pragmatismo, mas pura hipocrisia. Até porque “pragmatismo”
é uma forma de ideologia, e não mero sinônimo de “prático”, como pensam alguns —
os dicionaristas o associam também a maquiavélico, amoral, calculista,
interesseiro. Segundo o jornalista, a
ditadura chinesa deveria indenizar o mundo pelos prejuízos causados
pelo vírus que virou pandemia devido ao comportamento criminoso do regime.
Observação: Deixo claro que o fato de eu reproduzir a opinião de Constantino ou de quem quer que seja não implícita minha total ou mesmo parcial concordância.
Observação: Deixo claro que o fato de eu reproduzir a opinião de Constantino ou de quem quer que seja não implícita minha total ou mesmo parcial concordância.