quarta-feira, 27 de maio de 2020

VOLTANDO AOS NAVEGADORES DE INTERNET (PARTE IX)


ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA.

Vimos no capítulo anterior que o Windows 10 alcançou 1 bilhão de computadores em janeiro deste ano, mas que, ainda assim, a adesão dos usuários ao Edge continua pífia.

Num primeiro momento, a Microsoft atribuiu o fato a falta de extensões (também conhecidas como plug-ins ou add-ons, as extensões são pequenos programas destinados a ampliar o leque de recursos e funções dos aplicativos).

O problema era real, já que o baixo número de usuários não estimulava os desenvolvedores parceiros da Microsoft a criar extensões para o programa, e num mundo em que os navegadores fazem cada vez mais coisas...

Outros limitadores eram a falta de compatibilidade e a demora nas atualizações. Inicialmente, o Edge não era compatível com edições anteriores ao Windows 10 ou com outros sistemas operacionais. E enquanto os browsers concorrentes são atualizado automaticamente ou informam os usuários da existência de novas versões, o programa da Microsoft era atualizado semestralmente, junto com o Win10

Também pesaram o marketing do Google — que oferecia o download do Chrome a quem aportasse em suas páginas a bordo do Edge —, a crescente participação dos smartphones no acesso à Web e o fato de 70% dos dispositivos móveis utilizarem o sistema Android (o Chrome é o navegador padrão do Android).

A Microsoft até tentou, mas não conseguiu criar um ecossistema saudável de extensões para o Edge. Também adicionou suporte ao navegador para edições anteriores do Windows e outras plataformas, inclusive móveis. Mas, a despeito de todos os esforços, nada funcionou, e a empresa foi obrigada a voltar à velha prancheta.

Lançada no início deste ano, a nova versão do Edge baseada no Chromium (projeto de código aberto lançado pelo Google em 2008 e que é a base de outros navegadores, dentre os quais o Firefox e o Opera, além, é claro, o próprio Chrome) mostra-se um navegador totalmente remodelado, muito parecido com o Chrome (o que é bom, pois os usuários tendem a rejeitar programas que demandem tortuosos períodos de adaptação). E o fato de o Chrome ser o navegador mais usado em todo o mundo garante ao novo Edge — que é baseado na mesma plataforma — compatibilidade com a maioria dos sites e serviços da Web, cuja criação leva em conta a plataforma mais popular entre os internautas.

O mesmo vale para as extensões — o Edge conta com sua própria loja de complementos, mas também é compatível com o imenso ecossistema do Chrome. Basta habilitar o suporte a extensões de “outras lojas” e acessar a Chrome Web Store para realizar a instalação. Tirando alguns apps muito específicos, tudo funciona normalmente.

Basicamente, a principal diferença entre o Chrome e o Edge é que este procura direcionar os usuários para os serviços da Microsoft, e aquele, os serviços do Google. A título de exemplo, o Edge vem configurado por padrão para usar o Bing como mecanismo de busca — o que tende a não agradar quem está acostumado a usar o Google (a esmagadora maioria dos internautas). 

Claro que é possível alterar essa configuração, mas a maneira de se obter esse resultado bem que poderia ser mais intuitiva: é preciso clicar nos três pontinhos (no canto superior direito da janela do Edge), selecionar Configurações e, na coluna à direita, clicar em Privacidade e serviços, rolar a tela até o final, clicar em Barra de endereços e, em Mecanismo de pesquisa usado na barra de endereços, fazer a alteração desejada.

Continua.