QUEM SORRI SEM PARAR NÃO É ALEGRE — É FALSO.
No que tange à consciência humana — talvez o maior de todos os mistérios —, a pergunta que não quer calar é: como nossa mente, presumivelmente irreversível, consegue criar uma experiência tão definitivamente direcionada do tempo?
Alguns neurocientistas sugerem que a consciência pode ser vista como um “processo de integração de informações” que opera numa direção temporal específica. Assim, nossa sensação de “fluxo” do tempo seria um subproduto da forma como o cérebro processa e armazena memórias.
Outros especulam que a consciência possa ter uma relação especial com o colapso das funções de onda quânticas — cada “momento” consciente correspondendo a uma escolha quântica que define nossa realidade específica entre infinitas possibilidades paralelas.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Nem tudo na política é bandidagem. Mas não é fácil distinguir os políticos ruins dos muito piores, já que todos os gatunos ficam pardos à medida que a política vai se tornando um outro ramo do crime organizado. Aliás, não há organizações criminosas no Brasil; o Brasil é uma organização criminosa.
A aprovação do projeto de lei que reduz as penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado não apaga o caráter casuístico da matéria, a deslavada troca de interesses entre governo e oposição, o atropelo do regimento e a falsidade da alegação de que o gesto marcaria o início da pacificação entre as correntes radicalizadas do país.
Visando modificar decisões do Supremo — que ainda vai examinar o caso —, o Congresso alterou a lei de execuções penais para beneficiar pessoas condenadas. Salta aos olhos que a intenção atendeu a interesses de um grupo político de oposição, mas com apoio do governo — cujo cinismo promete veto.
O Senado fez uma leitura marota do conceito de emenda de redação e ignorou os alertas de senadores mais responsáveis sobre os defeitos do texto. Houve um toma lá dá cá negociado na noite anterior à votação, mediante o qual a oposição garantiria votos para o aumento de fontes de arrecadação no valor de R$20 bilhões.
Não há argumento pacificador capaz de se sustentar ante a seguinte clareza: não existe paridade de condições entre agressor e agredido. Os condenados desferiram ataques dos quais a institucionalidade se defendeu.
Nenhum sinal de arrependimento da parte dos agressores, admissão de culpa ou de compromisso de não repetirem os atos de grave desobediência civil. Ao contrário, reivindicam o perdão como prova de que nada fizeram de errado. Portanto, podem fazer de novo sem que nada de mais grave lhes aconteça, pois sempre haverá uma condescendência à espreita para perdoá-los em nome de uma paz que não virá enquanto prevalecer a lógica da guerra entre os que não têm ferramentas nem disposição para depor as armas e construir ambiente propício a diálogos baseados em preceitos de natureza republicana.
O saudoso Ulysses Guimarães, também conhecido como “Sr. Diretas”, costumava dizer: “Acha esse congresso ruim? Espere para ver o próximo". Lula, dizendo-se indignado, promete vetar, mas o veto pode ser natimorto se considerarmos que o placar foi 48 votos a 25 no Senado e de 291 a 148, na Câmara, e que derrubá-lo demanda maioria simples (41 e 257 votos, respectivamente). Resumo da ópera: ficou mais barato dar golpe graças ao Congresso
Os senadores fizeram uma mudança no texto que deveria levar a questão de volta à Câmara, mas tricotou-se nos bastidores um acordão com o Supremo, com tudo, e é difícil acreditar que Lula — que nunca sabe de nada — e o Planalto não soubessem de toda essa movimentação.
Nem bem o país deu uma demonstração de maturidade política ao condenar um ex-presidente e generais que tentaram abolir de forma violenta o Estado democrático de direito, parlamentares gestam, parem e aprovam projeto de lei que mitiga os efeitos da decisão. Por essas e outras, a vergonha que eu tinha de ser brasileiro se transformou em nojo. Os vândalos do 8 de janeiro têm de acertar contas à Justiça, mas se tivesse que escolher entre sua anistia e a de centenas de seus seguidores, Bolsonaro daria uma banana para a massa e construiria a narrativa de que faria esse sacrifício, em nome do país.
Somado a questões de saúde, mais esse descalabro me leva a repensar se vale a pena continuar escrevendo sobre política aqui no blog.
Se essas teorias se mostrarem corretas, talvez estejamos “viajando no tempo” de formas sutis que ainda não compreendemos. Cada decisão consciente, cada observação quântica, cada momento de percepção pode ser uma forma de navegação temporal microscópica — não por meio de grandes saltos dramáticos, mas através de infinitas escolhas que moldam nosso caminho no espaço-tempo.
Talvez a viagem no tempo não exija necessariamente máquinas impossíveis ou energia cósmica, mas sim uma compreensão mais profunda de como nossa consciência interage com a estrutura quântica da realidade — transformando-nos, não em turistas temporais, mas em arquitetos conscientes da própria trajetória através do mistério que chamamos de tempo.
Observação: Nos capítulos 60 e 61, selecionei quatro exemplos — entre centenas de casos estranhos — que, no mínimo, dão o que pensar. É possível que sejam meras teorias da conspiração, mas isso não muda o fato de que viajar no tempo seja uma possibilidade real — ainda inalcançável, é verdade, mas, como bem disse o poeta, "não há nada como o tempo para passar".
Ainda que assim não fosse, cientistas acreditam que a chave para as viagens temporais pode estar em estruturas teóricas chamadas cordas cósmicas — fios invisíveis ao olho nu, mas com a massa de milhares de estrelas. As informações são da BBC, que entrevistou o professor Ken Olum, da Tufts University, David Chernoff, da Universidade Cornell, e J. Richard Gott, da Universidade de Princeton — todas nos Estados Unidos.
Supõe-se que as tais cordas cósmicas sejam extremamente finas, apresentem formatos variados — longos tubos que se estendem ao infinito ou laços fechados sobre si mesmos — e percam energia gradualmente ao emitir ondas gravitacionais enquanto vibram. As do primeiro tipo, conhecidas como supercordas cósmicas, baseiam-se na Teoria das Cordas — segundo a qual as partículas fundamentais do Universo seriam, na verdade, cordas vibrantes — e poderiam estar espalhadas pelo cosmos, fornecendo pistas sobre a estrutura do Universo e, possivelmente, sobre o segredo das viagens no tempo. As do segundo tipo seriam um legado das primeiras fases do cosmos, formadas durante uma transição cósmica inicial, que teria deixado “cicatrizes” semelhantes às rachaduras que surgem quando a água congela.
Segundo o físico teórico J. Richard Gott, se duas cordas cósmicas se movessem próximas à velocidade da luz, poderiam criar um loop no espaço-tempo, funcionando como um buraco de minhoca e abrindo uma passagem teórica para o passado ou o futuro. A questão é que detectá-las é um desafio imenso: por serem incrivelmente densas, elas deveriam distorcer o espaço-tempo ao redor, produzindo um efeito de lente gravitacional capaz de duplicar a imagem de galáxias, mas estudos recentes sugerem que elas podem ser menos densas do que se imaginava, o que as torna ainda mais difíceis de identificar.
Uma abordagem alternativa para localizá-las seria observar o fenômeno de microlente gravitacional em estrelas individuais. Caso uma corda cósmica passe diante de uma estrela, poderia dobrar temporariamente seu brilho, criando pistas para sua identificação. Esse método pode vir a ser crucial para encontrar tais estruturas e, quem sabe, desvendar o segredo das viagens no tempo livres de paradoxos.
Se essas pistas forem confirmadas, talvez estejamos mais próximos do que imaginamos de transformar a ficção científica em ciência aplicada. Até lá, as cordas cósmicas permanecem invisíveis, mas não necessariamente ausentes — como ensinou Carl Sagan, "ausência de evidência não é evidencia de ausência — aguardando o momento certo para revelar se são apenas curiosidades teóricas ou portais silenciosos para outros pontos no tempo.
Por último, mas não menos importante: muitos fenômenos que parecem impossíveis no mundo macroscópico tornam-se plausíveis no universo subatômico da física quântica, onde sistemas podem ser manipulados para simular a passagem do tempo de formas distintas, como demonstrado por um estudo recente da Academia Austríaca de Ciências e da Universidade de Viena. Claro que essa manipulação quântica do tempo não equivale a viagens temporais, e sim à alteração de estados quânticos que permitem a evolução de fótons para estados anteriores — um fenômeno conhecido como "translação temporal".
Ainda que tenha limitações para objetos maiores, essa técnica permite fazer um sistema envelhecer mais rapidamente em comparação aos seus pares, realocando "anos" de um grupo de sistemas para outro. Assim, mesmo que foco não seja viajar no tempo, a manipulação quântica do tempo pode vir a ser parte fundamental do desenvolvimento da computação quântica e de futuras tecnologias.
Continua...
