segunda-feira, 22 de junho de 2020

AINDA SOBRE SEGURANÇA... FINAL


O ESPÍRITO DA LEI VAI ALÉM DA SUA LETRA FRIA.

Vimos no capítulo anterior que senhas curtas e simples não oferecem proteção responsável, pois são fáceis de quebrar. Para se ter uma ideia, um ataque considerado leve pelos especialistas em segurança — com 10 mil guesses por segundo — demoraria 14 anos para quebrar uma senha composta de 9 das 26 letras do alfabeto, todas minúsculas e sem repetição, ao passo que um ataque moderado — com 1 bilhão de guesses por segundo — faria esse trabalho em pouco mais de uma hora.

Uma senha com 20 dígitos levaria 63 quatrilhões de anos para ser quebrada por um ataque leve, e respeitáveis 628 bilhões de anos para ser descoberta através de um ataque moderado. E a dificuldade aumenta à medida que letras maiúsculas e minúsculas são combinadas com algarismos e caracteres especiais (como %, &, $, #, @ etc.).

Por outro lado — e tudo tem um outro lado —, essas recomendações remontam a 2003. Dezessete anos podem não parecer muito tempo, mas, no âmbito da evolução tecnológica, equivalem a séculos. Atualmente, os especialistas em segurança digital recomendam tornar as senhas tão longas quanto possível, já que o brut force attack (método que consiste em experimentar todas as combinações alfanuméricas possíveis) pode ser mitigado mediante a limitação da quantidade de tentativas de login permitidas.

Isso parece conversa do Bolsonaro, que diz uma coisa pela manhã, desdiz o que disse na hora do almoço e volta atrás no começo da noite, mas o fato é que usar palavras inteiras, sem conexão entre elas, é mais seguro do que fazer as misturebas que vimos linhas atrás. 

Uma senha como “exceção honesto político ladrão”, por exemplo, é mais difícil de ser descoberta que “Br0ub7d$r&3”, também por exemplo. E bem mais fácil de memorizar. A primeira poderia levar mais de 500 anos para ser adivinhada por um computador, enquanto a segunda, aparentemente mais segura, poderia ser quebrada em apenas três dias. No entanto...

Senhas numéricas de 4 algarismos são fáceis de lembrar e oferecem proteção responsável quando combinadas com uma segunda camada de segurança. Se você tem conta em banco, provavelmente usa uma senha de 4 dígitos combinada com sua impressão digital ou o mapa dos vasos sanguíneos da palma da mão (autenticação por biometria). Ou usa um token para gerar uma senha adicional descartável.

Também chamado de OTP (de one time password), o token pode ser um dispositivo de hardware ou um software que você instala no smartphone, por exemplo. Ele gera uma senha descartável que você utiliza usa uma única vez, e que perde a validade se não for digitada depois de alguns segundos. Determinados modelos de token armazenam e suportam certificados digitais, o que torna a conexão ainda mais segura.

Observação: Algumas instituições financeiras vêm utilizando a autenticação baseada em três fatores: a Senha/PIN (o que se sabe), o Token (o que se tem) e métodos biométricos (o que se é) para identificação. O aumento dos fatores no processo de autenticação dificulta sobremaneira a ação dos fraudadores.

Por último, mas não menos importante: se você estiver em trânsito, seu smartphone ficar ser bateria e for preciso ler um email importante ou fazer uma transação bancária urgente, por exemplo, será inevitável recorrer a uma máquina pública (como as de lanhouses ou cybercafés). Nesse caso, é importante você não esquecer de fazer o logoff antes de fechar o navegador, ou a próxima pessoa que usar a máquina poderá se aproveitar da situação para... enfim, acho que deu pra entender.

Vale também ativar a autenticação de dois fatores (2FA) em seus aplicativos e serviços. O site Two Factor Auth ensina a configurar esta função em cada página web — seja ela bancária ou de redes sociais. Para mais dicas sobre senhas, acesse a página da MCAFEE ou recorra ao serviço MAKE ME A PASSWORD; para testar a segurança de suas senhas, acesse a CENTRAL DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA DA MICROSOFT ou o site HOW SECURE IS MY PASSWORD.