terça-feira, 14 de julho de 2020

NOVA PRAGA DIGITAL AFETA TANTO O WINDOWS QUANTO O LINUX

POLÍTICA É A ARTE DE DIAGNOSTICAR INCORRETAMENTE OS PROBLEMAS E LHES APLICAR O REMÉDIO ERRADO.
Pesquisadores da BlackBerry em parceria com analistas da KPMG identificaram um novo ransomware criado, ao que tudo indica, por cibercriminosos altamente especializados e seletivos na escolha de seus alvos, que afeta tanto computadores com sistema Windows quanto com Linux. A descoberta se deu após uma organização educacional europeia (cujo nome não foi revelado) ter sido atacada. 
 Os analistas constataram que o ataque foi iniciado a partir de um backdoor instalado sub-repticiamente num servidor de rede, e que, embora os primeiros registros do Tycoon — esse é o nome do malware em questão — remontem a 2019, ainda não houve um grande número de vítimas, porque os crackers o vêm empregando apenas em ataques direcionados a alvos específicos.
Tycoon se infiltra no sistema através de uma compilação em JIMAGE (ou Java Image), que pode armazenar arquivos de classe e recursos para módulos (incluindo imagens) de Java — tecnologia usada para desenvolver aplicações multiplataforma, composta por bibliotecas e pela Java Virtual Machine. Além de permitir a execução do código em plataformas distintas, como Windows, Linux e outras, essa modalidade de ataque facilita sua ação, já que arquivos JIMAGE raramente são checados por softwares de segurança. Assim, após alterar senhas do Active Directory, desativar softwares de segurança e criptografar a rede usando um algoritmo AES de 256 bits, o criminoso exige o pagamento de um resgate em bitcoins para liberar o acesso.
Enquanto as primeiras versões dessa praga recorriam às mesmas chaves para alvos diferentes, as mais recentes usam chaves criptográficas distintas em cada ataque. Os pesquisadores até conseguiram decriptar alguns arquivos utilizando uma chave comprada por uma das vítimas, mas ela não funcionou com a maioria deles.
Ainda não se sabe a origem exata desse ransomware, mas acredita-se que ele tenha relação com o Dharma ou o Crysis — ambos contam com informações parecidas em arquivos criptografados e códigos. A boa notícia, por assim dizer, é que ele não se espalha automaticamente, de modo que não são necessárias grandes mudanças nos sistemas de segurança para prevenir os ataques. Aplicar políticas de segurança de rede, implementar mecanismos de proteção (backups de rede e uso de senhas fortes) e manter sistemas operacionais atualizados estão entre as medidas que devem ser adotadas para evitar a instalação do malware.
Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.