Conforme eu adiantei no post de ontem, Gilmar Mendes reverteu a decisão de Félix Fischer, que havia cassado a liminar do presidente do STJ — o “caso de amor à primeira vista” do autodeclarado Messias que não miracula —, que, na qualidade de plantonista daquela Corte durante o recesso de julho, converteu em domiciliar a prisão preventiva de Fabrício Queiroz e madame.
Feitas as devidas somas e subtrações e tirada a prova dos nove, tudo continua como antes no Quartel de Abrantes. O amigo longa data de Jair Bolsonaro e ex-chefe de gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro permanece em casa, sob os cuidados extremosos da esposa — que mesmo foragida foi beneficiada pela decisão do ministro Noronha. Como diria Boris Casoy, “isso é uma vergonha”.
Fabrício — como bom fantasma-chefe dos funcionários fantasmas do gabinete de zero um na Alerj — estava sumido havia mais de ano quando foi encontrado em Atibaia, mocosado num imóvel pertencente a Fred Wassef, então consultor jurídico do Presidente e advogado de seu primogênito no caso das rachadinhas. O conspícuo jurisconsulto, que conquistou seus 15 minutos de (má) fama ao dar uma série de entrevistas sem jamais repetir a mesma versão da história, acabou desaparecendo no ar como o elefante do Grande Houdini.
Mais impressionante que o prodígio de ilusionismo de Wassef foram as selfies exibidas ad nauseam nos telejornais, mostrando Queiroz, o “enfermo”, de bermuda e chinelo de dedo, com uma garrafa de cerveja na mão e um largo sorriso nas fuças, enquanto preparava um churrasquinho no quintal da casa-escritório-esconderijo em Atibaia (vide imagem que ilustra esta postagem).
Observação: Poucos dias depois de o Brasil atingir 100 mil mortos pelo coronavírus, no último dia 8, os brasileiros mostram-se divididos em relação à responsabilidade de Jair Bolsonaro pela trágica marca. De acordo com o Datafolha, 47%, dizem acreditar que o presidente não tem culpa pelos óbitos. Para 52%, Bolsonaro é o responsável; 11% o veem como principal culpado, e 41%, como um dos culpados, mas não o principal. Desde o início da pandemia, o capitão cloroquina, que na mesma pesquisa obtém a melhor avaliação do mandato, minimiza a doença e defende a reabertura de comércios e o relaxamento do isolamento social.
Talvez Bolsonaro devesse distribuir à brava gente brasileira, juntamente com a droga da qual virou garoto-propaganda, um pote de base branca para tingir o rosto, batom para a pintar uma boca engraçada e uma bola vermelha para realçar o nariz.