ALGO SEMPRE TEM DE MUDAR PARA QUE TUDO FIQUE EXATAMENTE COMO ESTÁ.
Vimos que o
corretor ortográfico “nasceu” no escopo dos processadores de texto, mas depois passou
a integrar navegadores, teclados virtuais etc. E ficou “mais inteligente” com o
passar do tempo, tornando-se capaz, inclusive, de prever o que vamos digitar em
seguida, ajustar a pontuação, a concordância verbal/nominal, enfim, atuar
proativamente para evitar a ocorrência de erros que tendemos a cometer quando
digitamos rapidamente, sobretudo no tecladinho do smartphone.
Aliás, como os
ultraportáteis vem assumindo o papel que até não muito tempo atrás era
protagonizado por notebooks e, antes deles, pelos tradicionais desktops (PCs de
mesa), e considerando que os telefoninhos nos acompanham a toda parte, achei
por bem dedicar algumas linhas às principais funções dos corretores integrados
aos teclados Samsung e Gboard, que têm versões tanto
para Android quanto para iOS. Mas vale ressaltar que as
informações a seguir devem servir como referência, pois pode haver diferenças na
maneira como os corretores atuam nas diferentes versões dos aparelhos. Dito
isso, passemos ao que interessa.
No Google
Gboard, acesse um campo de digitação para abrir o teclado, toque no ícone
do Google para convocar o menu onde você deve tocar no
botão dos três pontinhos para expandir as opções e selecione “Configurações” para ter acesso ao leque de ajustes do Gboard, que ficam sob o
menu “Correção de texto”.
Repare que o
menu em questão se divide em “Sugestões” e “Correções”. As primeiras
opções têm a ver com palavras, emojis e contatos que o teclado pode exibir numa
barra, cabendo-nos aceitá-las ou não. As demais estão relacionadas tarefas
automatizadas, ou seja, substituição de palavras, aplicação de letras maiúsculas
e minúsculas e diversas outras outras ações executadas pelo aplicativo em tempo
real, isto é, durante a digitação.
Observação: Se você é sensível como uma vestal pudica — que fica horrorizada com termos “ofensivos” —, toque em “Configurações” e, em “Gerenciamento geral” (o nome do submenu pode variar conforme a versão do sistema), localize e selecione a opção “Idiomas e entradas” e, em “Teclado do Google” (ou em “Google digitação por voz”, conforme o caso), ative o botão que inibe a exibição de termos considerados ofensivos, que a partir de então serão substituídos pela primeira letra acrescida de uma sequência de asteriscos ("merda", p.ex., será exibida como m****).
No Teclado Samsung, o menu de configurações é acessado a partir de um botão existente na barra de opções, que é identificado pelo ícone de engrenagem. Toque no botão em questão, depois em “Digitação inteligente” e repare que o teclado reúne todos os ajustes numa só tela. Escolha se deseja corrigir palavras automaticamente em “Substituição automática” e ligue a chave ao lado do idioma desejado. Por padrão, o teclado mantém a função desligada, limitando-se a sugerir palavras que o usuário pode inserir manualmente, agilizando a escrita.
No Teclado
Apple, presente no iPhone e no iPad, acesse o app Ajustes, selecione a opção
“Geral”, toque em “Teclado” e veja que, também nesse caso, todas as
opções ficam reunidas em uma única lista. Para escolher exatamente quais
palavras devem ser corrigidas, desative a função “Correção automática” e
certifique-se de que a chave ao lado de “Sugestões” esteja ligada. Isso
lhe garante a prerrogativa de escolher quando e seu uma palavra deve ser ou não
alterada (se as duas opções forem mantidas ativadas, o teclado substituirá as
palavras automaticamente).
Note que a
palavra final (sem trocadilho) é sempre do usuário, a quem cabe aceitar ou rejeitar as
sugestões do corretor. Em casos de falso positivo, ou seja, quando são
assinalados nomes próprios, estrangeirismos e outros termos que estão corretos,
mas não constam no banco de dados do corretor, é possível adicioná-los, evitando,
assim, que eles voltem a ser reprovados quando forem digitados novamente.
Usando o MS Word como exemplo, clique com o botão direito sobre o termo
sublinhado em vermelho e, no menu suspenso que se abre em seguida, clique em Adicionar
ao dicionário. No Chrome (assim como na maioria dos navegadores) o
procedimento é basicamente o mesmo, mas convém tomar cuidado ao adicionar um
termo reprovado pelo programinha, já que a remoção de um acréscimo feito
indevidamente costuma ser mais complicada.
O Word
permite editar o dicionário
personalizado, mas, por alguma
razão, os termos adicionados nem sempre aparecem listados, o que dificulta a
exclusão. Nesse caso, o jeito é clicar em Arquivo > Opções > Revisão
de Texto > Opções de AutoCorreção e, no campo Substituir texto ao
digitar, inserir a palavra validada por engano no campo Substituir e
a palavra grafada corretamente no campo Por.
No Google
Chrome, clicar com o botão direito sobre um termo assinalado nos permite
escolher entre as opções sugeridas ou, em sendo o caso, incluir no banco de
dados a palavra que digitamos e o programa não reconheceu, de modo a evitar
outro “falso positivo”. Para excluir uma palavra adicionada indevidamente,
basta digitar chrome://settings/editDictionary na caixa de
endereços do navegador, teclar Enter, localizar na lista a entrada
a ser excluída e clicar no X que aparece à direita dala.
Falando no Chrome,
a extensão After Deadline é gratuita e funciona como um complemento do
corretor nativo. Mas note que ela não identifica os erros automaticamente; ao
concluir o texto, é preciso clicar no ícone respectivo para que as impropriedades
sejam sublinhadas em vermelho.
Adicionalmente, procure evitar sempre que possível o uso do pleonasmo vicioso (como em entrar para dentro, subir para cima etc.) e atente para a conjugação do verbo FAZER (que fica no infinitivo quando expressa ideia de TEMPO, como em FAZ cinco anos, FAZ dois séculos, FEZ 15 dias), bem como do verbo HAVER no sentido de EXISTIR (o certo é HOUVE muitos acidentes, DEVE HAVER muitos casos iguais, e por aí vai). Falando no verbo HAVER, nunca diga HÁ dez anos ATRÁS, já que tanto "há" quanto "atrás" indicam o tempo passado (o correto é dizer HÁ DEZ ANOS ou DEZ ANOS ATRÁS, uma coisa ou outra).