sexta-feira, 20 de agosto de 2021

DE VOLTA À BENDITA AUTONOMIA DAS BATERIAS (PARTE V)

A POLÍTICA TEM A SUA FONTE NA PERVERSIDADE E NÃO NA GRANDEZA DO ESPÍRITO HUMANO.

Depois que o teclado virtual se tornou padrão, o display pôde ocupar toda a parte frontal do smartphone, o que permitiu aos fabricantes ampliar a tela da tela sem aumentar o tamanho do aparelho. Para além disso, tecnologias como o "Infinity Display", lançado pela Samsung em 2017, proporcionam os usuários a sensação de que as imagens "transbordam" da tela, o que é interessante quando se assiste a um filme ou se joga um game, por exemplo. Mas pagar mais caro por um modelo que oferece esse recurso nem sempre faz sentido.

Via de regra, um display de 5" (cinco polegadas) atende às necessidades da maioria dos usuários, permitindo, inclusive, aprimorar a experiência mediante o uso do modo paisagem (ou seja, operando o aparelho na posição horizontal), que não só aprimora a visualização de vídeos e facilita digitação de textos, mas também permite acionar os controles de games sem que os dedos obstruam a visão de uma parte da imagem. Por outro lado, se você usa o celular para acessar redes sociais, ouvir músicas, ver vídeos no YouTube e ler um e-mail ou outro, o desconforto de andar com um aparelho do tamanho de uma tábua de carne pode não compensar as vantagens oferecidas por uma tela maior. Em outras palavras, um display de 3 ½" não só está de bom tamanho como amplia a gama de modelos com preços mais em conta.

No que tange à resolução... bem, primeiramente é preciso dizer que o termo "resolução", no âmbito dos displays digitais, remete à quantidade de linhas e colunas de pixels que compõem as imagens. O pixel é a menor parte de uma imagem, ou por outra, uma imagem é formada a partir da combinação de uma determinada quantidade de pixels. Cada pixel é baseado nas três cores básicas do sistema RGB (iniciais de "red, green e blue, ou seja, vermelho, verde e azul), e cada uma dessas cores possui 256 tons diferentes, permitindo até 16 milhões de combinações. Portando, quanto maior o número de pixels, melhor a definição do conteúdo exibido na tela.

O padrão HD exibe os pixels em 1.280 colunas e 720 linhas, resultando em imagens formadas por quase 1 milhão de pontos. No caso do Full HD, são 1.920 colunas e 1.080 linhas, o que aumenta o número de pontos para pouco mais de 2 milhões, enquanto o Ultra HD trabalha com 3.840 colunas e 2.160 linhas, o que equivale a quatro vezes a resolução Full HD. A resolução de uma tela digital — expressa em ppi, de pixels per inch (ou pontos por polegada) — determina a qualidade (no sentido de "nitidez") das imagens.

Até a resolução 4K, a quantidade de pixels das colunas determina o nome, mas a partir daí passa-se a utilizar o número (quantidade) de linhas. Por exemplo: As telas Full HD (1920×1080 pixels) também podem ser chamadas de 1080p. Já as telas 8K (7680×4320 pixels) recebem a denominação principal de acordo com o primeiro número arredondado, ou seja 8K.  O "p" vem de "progressive scan" (varredura progressiva) e significa que as imagens são exibidas na tela "de uma só vez".

Para entender isso melhor, basta lembrar que as TVs antigas (CRT ou "de tubo") desenhavam as imagens de maneira "entrelaçada", ou seja, primeiro as linhas ímpares e depois as linhas pares. E como a varredura era feita em rápida sucessão, nosso cérebro se encarregava de "juntar" as imagens parciais, levando-nos a "enxergar" a imagem completa. Vale frisar que o “entrelaçamento” não foi aposentado junto com os monitores CRT.

TVs modernas, com telas LCD, mas identificadas pelo número de linhas seguido da letra "i", de "interlaced" (como em 1080i) se valem dessa tecnologia e, portanto, exibem imagens menos nítidas e com bordas mais irregulares do que as que utilizam a varredura progressiva (identificada, conforme já foi dito, pela letra “p”, como em 1080p). Embora ambas as tecnologias produzam resoluções de alta definição, no entrelaçamento a imagem é dividida em dois "quadros", cada qual com 540 linhas de pixels, que são atualizados de maneira alternada — primeiro as linhas pares e, em seguida, as linhas ímpares. Em outras palavras, somente metade dos frames são desenhados na tela a cada varredura, mas nosso cérebro é capaz de unir os dois quadros e formar a imagem final.

Por último, mas não menos importante: ao esquadrinhar as especificações técnicas do seu próximo smartphone, aparelho de TV ou outro dispositivo provido de display digital, atente para a "densidade" — parâmetro expresso em ppi (de pixels per inch — pixels por polegada). Quanto maior for a densidade, tanto maior a quantidade de pixels num determinado espaço e mais pixels serão utilizados pelo display para formar uma imagem. Por razões que serão abordadas no próximo capítulo, a resolução de 1280×720 pixels (HD) pode ser plenamente satisfatória numa tela de celular de 5.7" e ser insuficiente numa TV de 42".

Observação: De modo geral, telas padrão HD custam menos que as Full HD, que custam menos que as Ultra HD, e assim por diante. No caso específico do smartphones, nem sempre é compensador pagar mais caro para ter a melhor qualidade de imagem possível, já que o olho humano não é capaz de identificar grandes mudanças a partir de 300 ppi. Além disso, quando maior a densidade, tanto maior será o consumo de energia (e menor a autonomia, conforme foi explicado nos capítulos iniciais desta sequência). Mesmo que uma tela com resolução Full HD (1.080p) proporcione melhor resolução de imagem, o padrão HD (720p) é mais que suficiente na maioria das situações.