segunda-feira, 22 de novembro de 2021

BLACK FRIDAY OU BLACK FRAUDE

SE QUERES SABER O VALOR DO DINHEIRO, TENTA PEDI-LO EMPRESTADO.

Todo mundo sabe que navegar na Web está mais para um safári que para um passeio no parque, mas muita gente continua caindo nos contos do vigário. 

A vigarice sempre existiu, mas assumiu novos contornos depois que as redes sociais passaram a controlar a mídia, promovendo idiotas a portadores da verdade e dando voz a imbecis. Daí o perigo das fake news.

Endereços que divulgam fake news atraem cada vez mais internautas em todo o mundo. A tática é simples: eles publicam “notícias” polêmicas, que supostamente tratam de temas de interesse público, para envolver os leitores. Quando as vítimas chegam à página, são levadas a clicar em links maliciosos, que as expõem a malwares e vírus.

Muitos links maliciosos que levam a sites espúrios chegam por email ou mensagens de WhatsApp. Você já deve ter recebido uma excelente oferta de negócio, uma ameaça de suspensão de algum direito ou a promessa de facilitar o acesso a alguma operação. Se essa mensagem vier com um link, não clique: é bem provável que se trate de phishing — tática que induz o usuário a clicar em links que podem revelar suas informações pessoais.

Se a mensagem for de um desconhecido, nem abra. Se abrir, ignore links contidos nela. Se ela for de fonte confiável, mas tiver título suspeito, entre em contato como remetente — em uma mensagem separada — para saber se realmente foi ele quem enviou o link.

Outro fator a ser observado é o aspecto do link. Se for muito longo e tiver uma sequência aleatória de palavras ou letras, é provável que seja uma tentativa de golpe. Para saber se um link é "legítimo" (seja um link que você recebeu por mensagem, seja um endereço que você encontrou em um mecanismo de busca), observe primeiramente se há erros de ortografia — se sim, duvide da autenticidade da página. Se o link tiver vindo em uma mensagem que oferece um produto, verifique se a oferta é válida antes de clicar. Lembre-se: se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é um golpe. E se for uma URL encurtada e não for possível verificar se ela é genuína, procure o pequeno cadeado no começo do endereço (antes do “https”). Ao menor sinal de dúvida, não arrisque.

E, se houver pop-ups na página, cuidado: alguns são legítimos, mas a maioria é tentativa de phishing. Para navegar com o mínimo possível de riscos, é importante saber identificar ações de phishing. Atente para os detalhes: se um amigo sempre assina seus e-mails com "Obrigado!", por exemplo, e dessa vez escreveu “Atenciosamente”, é melhor checar. Demais disso, não forneça informações confidenciais e pessoais em sites que não conhece ou nos quais não confia. E mais: dados de cartão de crédito só devem ser compartilhados com empresas comprovadamente idôneas.

Antes de concluir este post, vale lembrar que datas específicas — como Natal, Dia das Mães etc. — estimulam a cibervigarice. A Black Friday deste ano — a primeira com Pix — está marcada para 26 de novembro, mas muitas promoções já estão sendo divulgadas pelos comerciantes em lojas físicas e online. Para não cair no conto da black fraude (tudo pela metade do dobro do preço), convém pôr as barbichas de molho.

Mais de 50% das lojas online brasileiras oferecem o Pix como alternativa de pagamento. Em janeiro, esse percentual era de 17%. O sistema ocupa a terceira posição entre os meios de pagamento mais utilizados pelos brasileiros, empatado com as carteiras digitais. Na liderança estão o cartão de crédito (98,3%) e o boleto (83,0%).

Pagamentos via Pix têm menor chance de fraude, já que o cliente não fornece dados bancários. As fraudes visam com maior frequência pagamentos por cartão de crédito: em muitos casos, o fraudador seduz o consumidor oferecendo uma promoção fora do padrão do mercado para roubar seus dados pessoais. E lembre-se de que o cadastro de chaves Pix deve ser feito exclusivamente pelos sites e/ou aplicativos do banco do cliente.

Além disso:

  1. Priorize uma rede privada: redes gratuitas podem não ser protegidas;
  2. Veja se o site é seguro: certifique-se de que está fazendo a compra em uma página segura, ao checar a presença de um cadeado ao lado do link;
  3. Tenha uma suíte de "Internet Security": ela pode detectar sites que contenham arquivos maliciosos;
  4. Cuidado com as senhas: use uma para cada cadastro;
  5. Proteja seu cartão de crédito: desabilite a opção de salvar os dados do cartão no site de compra e, se possível, utilize o cartão virtual;
  6. Formas de pagamento: desconfie de lojas que aceitam apenas transferência ou boleto;
  7. Mensagens de ‘phishing’: verifique o endereço antes de clicar em links recebidos; priorize a página oficial da loja;
  8. Promoções em redes sociais: cuidado com possíveis páginas falsas, que visam roubar dados;
  9. Lojas menores: dê preferência às que possuem algum sistema de pagamento como intermediário;
  10. Sites de reclamações: verifique a confiabilidade das lojas em sites de reclamações, como o Reclame Aqui e o Procon.