VIVER É A COISA MAIS RARA DO MUNDO. A MAIORIA DAS PESSOAS APENAS EXISTE.
Numa postagem que publiquei em 2014, relembrei um
ensinamento que aprendi com Carlos Morimoto, fundador do site Guia
do Hardware e criador da Distro
Kurumin: todo computador — seja ele um PC, um Mac ou servidor de grande
porte — é composto por cinco componentes básicos: CPU, memória RAM,
drive de disco rígido, dispositivos de I/O e softwares. A CPU (ou
processador principal, como já foi explicado) é o cérebro de um sistema
computacional, mas tanto sua performance quanto o desempenho global da máquina
dependem da contrapartida dos demais componentes. Para entender isso melhor, clique aqui e aqui.
A arquitetura aberta foi a grande responsável pelo sucesso da plataforma PC,
pois permitia (e continua a permitir) montar as máquinas a partir de
componentes de diversos fabricantes. No alvorecer da computação pessoal,
diversos fabricantes de processadores brigavam por um lugar ao sol, mas
acabaram sendo pulverizados pelas gigantes Intel e AMD.
Depois de muitas idas e vindas, a Intel superou a arquirrival — que,
diga-se, continua abastecendo o mercado com excelentes microchips a preços bem
mais palatáveis.
Muita água rolou desde então, e discutir as variáveis que concorreram para
formar o contexto atual não é o mote desta postagem. A família
Intel Core, atualmente na 12ª geração, é o que existe de
mais avançado em CPUs. Entretanto, conforme a aplicação, a AMD se
mostra superior, e seus chips costumam custar menos que os da concorrente.
As duas empresas passaram a investir em chipsets (conjunto de circuitos integrados que constituem o “sistema venoso” da placa-mãe), abandonado parceiros tradicionais (como NVIDIA e VIA, entre outros). Isso se explica, pelo menos em parte, pelo fato de chipsets e CPUs do mesmo fabricante trabalharem de maneira mais harmoniosa e proporcionarem desempenho superior. Mutatis mutandis, o mesmo se aplica ao subsistema de vídeo, ainda que aceleradoras gráficas offboard, com GPU e memória dedicada, costumem oferecer resultados superiores aos de sistemas onboard.
Tanto a Intel quanto a AMD oferecem processadores de excelente qualidade também para notebooks, mas a estratégia de marketing da Intel parece ser mais eficaz. Da feita que os fabricantes se curvam à imposição de seu público-alvo, o selinho “Intel Inside” tem presença garantida em nove de cada dez laptops (força de expressão; não sei exatamente qual é a proporção, mas sei que a liderança da Intel é indiscutível).
Observação: Alguns fabricantes de notebooks utilizam chips AMD, que proporcionam desempenho satisfatório a preços mais palatáveis. Quando a integração caseira ainda estava em voga, eu montei máquinas com CPUs de ambas as grifes (inclusive no tempo do multiprocessamento lógico e dos então incipientes chips dual core), bem como usei notebooks com processadores Intel e AMD, e não tive do que reclamar.
Em tese, a adoção de materiais condutores que oferecem resistência próxima de zero permite elevar a frequência dos chips a patamares inimagináveis — na casa do Zeta-Hertz (1 ZH corresponde a 1 trilhão de giga-hertz), levando a transferência de dados a velocidades próxima às da luz (que, a título de curiosidade, é de 300 mil m/s). Na prática, porém, a teoria costuma ser outra. Mas isso já é conversa para a próxima postagem.