quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

A LEI DE MOORE E A COMPUTAÇÃO QUÂNTICA (PARTE III)

VIVER É A COISA MAIS RARA DO MUNDO. A MAIORIA DAS PESSOAS APENAS EXISTE.

Numa postagem que publiquei em 2014, relembrei um ensinamento que aprendi com Carlos Morimoto, fundador do site Guia do Hardware e criador da Distro Kurumin: todo computador — seja ele um PC, um Mac ou servidor de grande porte — é composto por cinco componentes básicos: CPU, memória RAM, drive de disco rígido, dispositivos de I/O e softwares. A CPU (ou processador principal, como já foi explicado) é o cérebro de um sistema computacional, mas tanto sua performance quanto o desempenho global da máquina dependem da contrapartida dos demais componentes. Para entender isso melhor, clique aqui aqui.

A arquitetura aberta foi a grande responsável pelo sucesso da plataforma PC, pois permitia (e continua a permitir) montar as máquinas a partir de componentes de diversos fabricantes. No alvorecer da computação pessoal, diversos fabricantes de processadores brigavam por um lugar ao sol, mas acabaram sendo pulverizados pelas gigantes Intel AMD. Depois de muitas idas e vindas, a Intel superou a arquirrival — que, diga-se, continua abastecendo o mercado com excelentes microchips a preços bem mais palatáveis.

Muita água rolou desde então, e discutir as variáveis que concorreram para formar o contexto atual não é o mote desta postagem. A família Intel Core, atualmente na 12ª geração, é o que existe de mais avançado em CPUs. Entretanto, conforme a aplicação, a AMD se mostra superior, e seus chips costumam custar menos que os da concorrente. 

As duas empresas passaram a investir em chipsets (conjunto de circuitos integrados que constituem o “sistema venoso” da placa-mãe), abandonado parceiros tradicionais (como NVIDIA e VIA, entre outros). Isso se explica, pelo menos em parte, pelo fato de chipsets e CPUs do mesmo fabricante trabalharem de maneira mais harmoniosa e proporcionarem desempenho superior. Mutatis mutandis, o mesmo se aplica ao subsistema de vídeo, ainda que aceleradoras gráficas offboard, com GPU e memória dedicada, costumem oferecer resultados superiores aos de sistemas onboard.

Tanto a Intel quanto a AMD oferecem processadores de excelente qualidade também para notebooks, mas a estratégia de marketing da Intel parece ser mais eficaz. Da feita que os fabricantes se curvam à imposição de seu público-alvo, o selinho “Intel Inside” tem presença garantida em nove de cada dez laptops (força de expressão; não sei exatamente qual é a proporção, mas sei que a liderança da Intel é indiscutível).

Observação: Alguns fabricantes de notebooks utilizam chips AMD, que proporcionam desempenho satisfatório a preços mais palatáveis. Quando a integração caseira ainda estava em voga, eu montei máquinas com CPUs de ambas as grifes (inclusive no tempo do multiprocessamento lógico e dos então incipientes chips dual core), bem como usei notebooks com processadores Intel e AMD, e não tive do que reclamar.

Em tese, a adoção de materiais condutores que oferecem resistência próxima de zero permite elevar a frequência dos chips a patamares inimagináveis — na casa do Zeta-Hertz (1 ZH corresponde a 1 trilhão de giga-hertz), levando a transferência de dados a velocidades próxima às da luz (que, a título de curiosidade, é de 300 mil m/s). Na prática, porém, a teoria costuma ser outra. Mas isso já é conversa para a próxima postagem.