Apesar da escalada de tensões, EUA e OTAN vêm articulando a solução da crise pela via diplomática, mas Biden disse na quinta-feira que “uma operação de bandeira falsa” pode servir de justificativa para a invasão. Já Bolsonaro — que fez um périplo pelo leste europeu não se sabe exatamente com que propósito — chamou o premiê da Hungria de "irmão" e teve o desplante de dizer que, “coincidência ou não”, a crise entre a Rússia e a Ucrânia arrefeceu após sua conversa com Putin.
A questão é que nosso Messias não
faz milagres — como ele
próprio reconheceu em 2020, quando o Brasil superou a China em número
de casos de Covid —, e uma possível invasão da Ucrânia pela Rússia
continua no radar. Prova disso é que o receio de uma guerra fez o Dow Jones
fechar com a maior queda do ano e Nasdaq perder quase 3% na última quinta-feira.
No Brasil, o Ibovespa caiu mais de 1%, depois de ter fechado em alta por
cinco dias consecutivos.
Segundo deu na mídia, o morubixaba em final de mandato classificou a relação do Brasil com a Rússia como um "casamento perfeito"
e elogiou o presidente daquele país dizendo que “Putin busca a paz". Disse ainda que,
"pela fisionomia, pelo que foi tratado até fora da agenda oficial, com
autoridades russas, em especial com o presidente Putin, que é esse o
sentimento que ele também tem".
No início do mês, o Departamento de Estado americano
divulgou uma nota afirmando que o Brasil tinha responsabilidade de "defender
os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, e reforçar
esta mensagem para a Rússia em todas as oportunidades". Bolsonaro
disse que não teme reações dos EUA por conta da reunião com Putin em
meio às tensões.
Dizem que o diabo sabe das coisas não por ser o diabo, mas por ser velho. Dizem também que o vinho melhora com o tempo, mas, nas pessoas, o principal efeito do tempo é o envelhecimento. Com a idade, vem a experiência, mas nem sempre experiência e sabedoria caminham de mãos dadas.