A porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia disse nesta quarta-feira que as tropas de Vladimir Putin não pretendem derrubar o governo ucraniano nem ocupar o país. A meta, segundo ela, é "cessar o derramamento de sangue" por meio de um acordo, e não de uma guerra. Pode parecer que depois de tantas derrotas no campo de batalha e na economia o carniceiro do Kremlin afinou e resolveu negociar, mas, na avaliação de Diogo Mainardi, isso não é verdade: Putin está pronto para derramar mais sangue, bombardeando civis e militares, e sofrer novas derrotas.
Às vésperas das eleições de 2018, um vídeo que viralizou nas
redes sociais exibia o então candidato ao governo de São Paulo, João Doria,
deitado numa cama com ao menos cinco mulheres. À época, o tucano afirmou tratar-se
de uma fake news “vergonhosa” e “grotesca”. O jornal
"O Globo" chegou a noticiar que a campanha de Doria teria
acusado o adversário Márcio França (PSB) de haver produzido a farsa.
França deu sua versão e lamentou a divulgação das imagens.
Agora, quase quatro anos depois e a 7 meses do pleito
presidencial, o assunto volta à baila devido à informação de que a Polícia
Federal não encontrou sinais de adulteração no vídeo. Nesta terça-feira, Doria
acusou a PF de perseguição. Segundo ele, a instituição decidiu
ressuscitar a investigação justamente quando se aproximam as próximas eleições
presidenciais, mas, ao invés de investigar os autores do crime, utiliza essa fake
news para atingir a vítima da armação.
“Lamentavelmente, uma parte da instituição de Estado tem
sido utilizada para propósitos políticos, como já ocorreu recentemente com
outros pré-candidatos à presidência. É uma afronta ao Estado Democrático de
Direito”, disse o tucano, e acrescentou que não se intimidará: “Não me
intimidei na época desse crime e não me intimidarei com essa tentativa rasa
para prejudicar a minha pré-candidatura".
Doria tem pontuado entre 2% e 3% nas pesquisas de intenção de voto nacionais. Segundo a CNN, pesquisas encomendadas pela assessoria do governador mostram um enorme descolamento entre a avaliação de seu governo e a do candidato João Doria. A gestão é bem avaliada pelos paulistas, mas a imagem do candidato tucano patina. Sua candidatura é alvo de desdém de rivais e de ceticismo por parte de correligionários. O tucano pondera que desistir tão antes do prazo das convenções não faz sentido politicamente, e que, depois de deixar o comando de São Paulo — no final deste mês —, ele poderá dedicar à pré-campanha e melhorar seus números. Mas adianta que trabalhará para eleger o candidato mais bem posicionado na terceira via caso não haja uma guinada até junho.
Para reduzir a rejeição — hoje uma das maiores
entre os postulantes ao Planalto —, a equipe de Doria traçou um roteiro que envolve
levar ao público nacional os feitos do governo de São Paulo e a trajetória do tucano. De acordo com seus estrategistas, o eleitor muitas vezes não sabe explicar por que
não gosta do governador. Essa implicância tende a ser mais fácil de ser mitigada do que a de candidatos
que têm, por exemplo, a corrupção como motor de aversão por parte do eleitor.
Ninguém precisa de bola de cristal para prever que o ano
eleitoral de 2022 será o que os romanos chamavam de “Annus Terribilis”. Não
bastassem a pandemia (que se recusa a acabar), a volta da inflação e da alta dos
juros, o baixo crescimento e, mais recentemente, a guerra no leste europeu, uma
campanha eleitoral suja e sangrenta se avizinha. Para piorar, qualquer que seja
o desfecho, governar sem pacificar o país será uma missão quase impossível.
Diante das evidências, montar cenários positivos não deve
estar sendo fácil para o pessoal do ramo. Já os aspectos emocionais,
psicológicos e mentais da população são difíceis de ser avaliados e
quantificados, mas todo mundo sabe o que todo mundo sente, no bolso, na
autoestima, na saúde, na família, na produtividade, na alma, que resultam em
raiva e frustração.
Triste Brasil.