Esse fato é pouco conhecido, mas demonstra que perde seu tempo quem espera discernimento de lulopetistas — vermelhos, cegos, desmemoriados, com a cabeça cheia de merda, que andam para trás e vivem nas costas do Brasil — e bolsonaristas — bando de imbecis travestidos de militantes e comandados por um imbecil travestido de presidente.
E mais: num eleitorado em que a maioria dos 150 milhões de votantes não têm nenhum preparo para escolher nada, qualquer farsante bem treinado para mentir mais que os outros vence as eleições.
A mentira nasceu com o homem, provavelmente quando Caim negou ter matado Abel. De lá para cá, todo mundo mente. Porém, quando alguém começa a mentir a si mesmo e a acreditar nas próprias mentiras, aí a vaca vai para o brejo. A mentira dominou a cena no Mensalão e no Petrolão. "Eu não sabia" foi a campeã das mentiras. A partir de Donald Trump — egresso do show business, onde ficção e realidade se misturam —, as mentiras foram institucionalizadas e rebatizadas de fake news. Mas até para mentir é preciso talento.
No debate da Band, o assunto "corrupção", essencial nesta campanha, surgiu, finalmente, aos olhos da população. Na “sabatina” da Globo, o apresentador agiu como assessor de imprensa (ou advogado criminal) de Lula. Em vez de perguntar sobre aquele que foi o maior surto de corrupção da história do Brasil, fez um manifesto a nação dizendo que "o senhor não deve nada à justiça". Até o entrevistado pareceu surpreso.
No programa da Band, porém, Lula foi colocado diante da necessidade de falar sobre a incomparável roubalheira do seu governo — e deu-se muito mal. Sem a indulgência plenária que ganhou na "sabatina" global, o petista teve de responder sobre a desesperada, maciça e indiscutível corrupção na Petrobras, as delações premiadas, as provas materiais da ladroagem, o dinheiro roubado que foi devolvido, e por aí afora. Não explicou nada, é claro, pois é impossível explicar o que não tem explicação. Como faz sempre que não pode dizer nada em seu favor, o ex-presidiário fugiu do assunto.
Perguntavam de corrupção, e Lula respondia dizendo que abriu "dezessete universidades". Falavam na delação do ex-ministro Palocci, e ele dizia que "acabou com a fome" no Brasil. A certa altura, disse que foi "absolvido por todos os tribunais deste país e até pela ONU" — mais uma dessas mentiras com teor de 100% de pureza.
Lula não foi absolvido de absolutamente nada. Foi apenas "descondenado", na decisão mais desvairada da história da justiça brasileira, por um ministro que foi advogado do MST, militou na campanha presidencial de Dilma e ganhou dela toga e cargo no Supremo.
Na "sabatina" da Globo, que durou 40 minutos, o presidente candidato à reeleição faltou com a verdade em pelo menos 20 oportunidades — média de uma mentira a cada dois minutos. No debate da Band, mesmo tendo falado por bem menos tempo que falou no JN, o "mito" se superou, emplacando 30 mentiras ao eleitorado.
Lula quer atravessar essa campanha sem falar de corrupção; diz que o agronegócio é "fascista", que a classe média "gasta demais" e que vai trazer de volta o imposto sindical — mas de ladroagem, mesmo, nem um pio. O problema, pelo que mostrou o debate na Band, é que ele pode ficar em silêncio — mas os outros vão falar. Mentiras em que se percebe a falsidade não colam. Só mentiras sinceras convencem. Lula leva vantagem porque mente melhor, acredita em suas mentiras — chegando mesmo a se debulhar em lágrimas. Bolsonaro mente mal, embora convença seu gado. Mas não deve ser subestimado.
E o que fez a Justiça Eleitoral diante desse descalabro? Nada. Mas, no último dia 3, o TRE-PR apontou uma série de irregularidades supostamente cometidas pelo ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, que é candidato ao Senado pelo Paraná.
O pedido partiu da coligação partidária que apoia o PT nas eleições deste ano. As legendas sustentaram que diversos materiais impressos da campanha violam a legislação eleitoral. Em seu despacho, a juíza anotou que, no Twitter, no Instagram e no site oficial da campanha, Moro "sequer menciona o nome dos suplentes, em absoluta inobservância à legislação eleitoral", e salientou a "evidente a desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes” (referindo-se aos banners publicados pelo candidato nas redes).
A magistrada apontou ainda que a logomarca do candidato apresenta a palavra "MORO" em evidência e em tamanho "muito superior a 70% do nome dos suplentes, sendo imperiosa a remoção dos conteúdos que veiculam propaganda irregular, nas URLs indicadas no documento", bem como irregularidades no conteúdo dos programas veiculados no horário da propaganda eleitoral gratuita. Por outro lado, ela argumentou que a ordem de imediata suspensão da veiculação da propaganda "não se mostra passível de acolhimento, tanto pelo fato de que não se sabe o conteúdo que será veiculado, não cabendo às emissoras a realização do controle prévio, quanto pela possibilidade de regularização do material".
Ainda de acordo com o TRE-PR, o material passível de apreensão é "tão somente aquele indicado na presente decisão, arquivado em Secretaria e comprovadamente em desconformidade com a legislação". Se mantiver as propagandas em desconformidade com a Lei Eleitoral, Moro será obrigado a pagar uma multa diária de R$ 5 mil.
Triste Brasil.