quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (DÉCIMA OITAVA PARTE)

OS POETAS E OS CÉTICOS SÃO IGUALMENTE INDISPENSÁVEIS À CIÊNCIA, MAS O CIENTISTA TEM O DIREITO DE CONSTRUIR HIPÓTESES AUDACIOSAS E A OBRIGAÇÃO DE CORRER RISCOS. 

 

Não se sabe ao certo como a vida surgiu na Terra, mas não faltam teorias de cunho religioso — como a do Gênesis — e hipóteses envolvendo extraterrestres — como as que Erich von Däniken explora em Eram os Deuses Astronautas? (detalhes nos capítulos anteriores). Segundo a "Teoria dos Antigos Astronautas", alienígenas teriam visitado nosso planeta há milhares de anos, acelerado a evolução dos primatas (valendo-se de engenharia genética e/ou cruzamentos interraciais) e disponibilizado tecnologias que deram azo a realizações inexplicáveis, como Stonehenge, as Pirâmides de Gizé e os misteriosos balizamentos entalhados em altas penedias do Pacifico oriental, entre outros.
 
Para muitos, essas teorias não passam de "pseudociência", mas não custa lembrar que os antigos sumérios faziam cálculos extremamente precisos do ciclo lunar — com resultados de quinze casas, quando os gregos, no auge de sua civilização, consideravam "infinito" qualquer grandeza além de 10 casas —, que seus "deuses" eram associados a estrelas orbitadas por planetas de diversos tamanhos — numa época em que ninguém cogitava da existência de sistemas solares — e que desenhos feitos em cavernas, milhares anos antes da nossa era, retratam seres usando estrelas na cabeça e/ou cavalgando bolas com asas. Como se não bastasse, textos cuneiformes dos antigos assírios registram que "deuses vindos das estrelas viajavam de barco pelos céus" e, após o dilúvio, que "a realeza tornou a descer mais uma vez do céu" .
 
Trinta e cinco mil anos atrás, homens das cavernas já anotavam suas observações astronômicas. No início dos anos 1960, foram descobertos vestígios de cidades que existiram por volta de 8.000 a.C., e desde então o recuo cronológico não parou mais. Para o escritor russo Alexander Gorbovsky, as grandes civilizações básicas, tanto do Velho Mundo quanto da América, se desenvolveram a partir de um patrimônio comum. Em seus livros, ele menciona que, na língua falada pelas castas inferiores do povo inca, havia pelo menos mil raízes sânscritas, e que, a julgar pela análise serológica de fragmentos musculares de múmias incas, esse povo pertencia ao grupo sanguíneo "A", absolutamente desconhecido na América até a chegada dos espanhóis, no século XVI. 

E mais: os chineses conhecem e aplicam a eletrólise há mais de mil e seiscentos anos, e textos de 3.000 anos de idade, encontrados na Índia, aludem a uma espantosa arma cuja descrição evoca a bomba atômica — também na Índia, os russos encontraram num esqueleto humano de 4.000 anos radioatividade 50 vezes superior à do ambiente (o que sugere o consumo de alimentos com radioatividade 100 vezes maior que a média ordinária).
 
Um alfarrábio contendo "toda a ciência da antiguidade" foi destruído pelo imperador inca Pachacuti IV, e meio milhão de volumes pertencentes Ptolomeu I Sóter foram incinerados a mando do califa Ornar (sob o pretexto de que eles contradiziam o Alcorão). Não se sabe que fim levou a biblioteca do templo em Jerusalém, nem a de Pérgamo, nem quantos segredos foram perdidos em consequência da destruição em massa dos livros históricos, astronômicos e filosóficos ordenada pelo imperador chinês Chi-Huang e, bem mais recentemente, por Hitler e por Mao, que mandaram incinerar livros em praças públicas.

Claro que muitas teorias da conspiração permearam (e ainda permeiam) o assunto, mas algumas proposições de Däniken, mesmo que não tenham sido comprovadas, contam com defensores importantes e famosos. O escritor russo Zecharia Sitchin também contribuiu para difundir o tema com sua interpretação de textos antigos do Oriente Médio, embora não com o mesmo sucesso alcançado pelo colega suíço. Atualmente, o jornalista britânico Graham Hancock é quem dá continuidade às teorias seguindo a linha de argumentação de Däniken, embora as considere incompletas.